Sobre o conhecimento antropológico (original) (raw)

Cartografia do conhecimento antropológico

Revista de Antropologia Usp, v. 60 n. 1, 2017

CORRÊA, Mariza. Traficantes do simbólico & outros ensaios sobre a história da antropologia. Campinas, SP, Editora da Unicamp, 2013, 470 pp.

Do ponto de vista do nativo a natureza do entendimento antropologico

ironias sobre a Primeira Grande Guerra, ou aos produtos de culturas asiáticas mais ricas, como as da China e da índia, mas mesmo assim um papel real, que ainda não terminou e que foi e é, à sua moda, bastante poderoso. E também insistir que, por isso, o etnógrafo de Bali, como o crítico de Jane Austen, entre outras coisas, tem como objetivo investigar aquilo que o professor Trilling, naquele seu último, sinuoso e interrompido ensaio, chamou de um dos mistérios importantes da vida cultural humana: como é que as criações de £jutms.poxQS.podem ser tãoj^róximas a seus_cnadpjrès_eL_ac£> mesmo tempo, e tão profundamente, uma parte de nós.

Especial: Adversidades no fazer antropológico

Revista Cadernos de Campo, 2018

Apresentação do Dossiê Especial: Adversidades no fazer antropológico Organizado por: Florbela Almeida Ribeiro; Karina Coelho; Letizia Patriarca e Paula Bessa Braz.

O Adulto aprendente numa antropogogia prudente

Aprender, 2023

O artigo apresentado surge como um convite interno à reflexão sobre a imagem de adulto aprendente subjacente à multiplicidade de ações, na área da educação e da intervenção e desenvolvimento comunitário, desenvolvidas pela Fundação Aga Khan Portugal (AKF Prt). Privilegia-se o saber técnico em interlocução com práticas reflexivas e assentes numa perspetiva de aprendizagem ao longo da vida. O artigo percorre a conceção de aprendizagem por adultos assente na proposta de antropogogia da AKF. Conjugando texto e imagem para uma leitura dinâmica, pretende suportar e inspirar oportunidades de reflexão a partir de múltiplos olhares, lugares e saberes.

Editorial - Pela autoridade da ciência antropólogica

Wamon , 2020

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite para elaborar a arte da capa Revista Wamon, dos discentes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas, que nesta edição traz como destaque o dossiê temático "Cosmologia, pessoa e gênero", organizado pelxs pesquisadorxs Antônio Augusto Oliveira Gonçalves (PPGAS/UFG) e Daniella Santos Alves (PPGAS/ UFSCar). Assim, este desenho traz uma reflexividade na visão cosmológica do povo Desâna.

O lugar do conhecimento antropológico: notas entre Brasil, França e Índia

Antropolítica, 2024

Neste artigo, analiso minha trajetória intelectual como antropólogo formado entre Brasil, França e Índia a fim de discutir recentes transformações da antropologia global, especialmente no que tange à sua internacionalização. Recorro ao conceito de “lugar do conhecimento” de Gyan Prakash para pensar a dimensão situada do conhecimento antropológico para além de sua localização geográfica, caracterizando-o antes como uma complexa rede de história, poder e cultura. De modo complementar, valho-me também da ideia de “política do lugar” de Purnima Mankekar, explorando como pertencimento nacional, identidade e posicionamentos políticos influenciam o papel do pesquisador no cenário global da academia. A partir da minha própria trajetória, que vai de uma origem de classe trabalhadora no Brasil ao estudo da antropologia indiana na França, examino os desafios e potencialidades de uma carreira acadêmica internacionalizada para um pesquisador do Sul Global. Ao me engajar em uma autoanálise crítica, destaco as dinâmicas de poder, as representações culturais e as expectativas sociais que impactam a mobilidade acadêmica e a produção de conhecimento entre diferentes regiões, questionando as noções tradicionais de legitimidade e autoridade intelectual no mundo acadêmico globalizado. Argumento que fazer uma antropologia entre lugares envolve a construção para si de um conhecimento móvel e descentrado, baseado num constante e fértil tensionamento entre princípios teóricos e experiências subjetivas.

Para cima Antropologos perspectivas ganhas em estudar os de cima

49, 2020

Neste ensaio, descreverei algumas das oportunidades que os antropólogos têm de “estudar os de cima” (studying up) em sua própria sociedade, na expectativa de fomentar mais discussões sobre o porquê estudamos o que estudamos (NADER, 1964). Os antropólogos têm uma grande contribuição para a nossa compreensão dos processos pelos quais o poder e a responsabilidade são exercidos nos Estados Unidos. Além disso, há uma certa urgência para esse tipo de antropologia preocupada com o poder (Cf. WOLF, 1969), pois a qualidade de vida e as nossas próprias vidas em si mesmas dependem do modo como os cidadãos compreendem aqueles que moldam e realmente controlam as estruturas institucionais. O estudo do homem é confrontado com uma situação sem precedentes: nunca antes tão poucos, por suas ações e inações, tiveram o poder de vida e morte sobre tantos membros da espécie humana. Apresento três razões para “estudar os de cima”: seu efeito estimulante e articulador para muitos estudantes, adequação científica e relevância democrática do trabalho científico. Finalmente, considerarei alguns obstáculos e objeções frequentes e tentarei respondê-los.

O Antropocénico, uma questão sensível

Há já várias décadas que investigadores de diferentes disciplinas científicas têm vindo a apresentar provas cada vez mais sólidas de que as actividades humanas -e, de forma mais significativa, desde o início da industrialização -alteraram de maneira radical os ciclos físicos e químicos mais importantes para a vida no nosso planeta. Sabemos, por exemplo, que a nível global, 50% da água doce de superfície é, de uma forma ou outra, captada para usos humanos; que entre 25 e 40% dos produtos da fotossíntese são também objecto de utilização por parte de seres humanos; e que cerca de 40% das proteínas presentes na nossa alimentação provêm de fertilizantes artificiais (Vitousek et al., , 1997. Recorrendo a uma imagem que parece mais do que apenas uma feliz metáfora, Davide Scarso, O Antropocénico, uma questão sensível, in I. Louro et al. (eds.), "Soundscape Campus #1", 2018, 5-10.