Qualidade do ar interior em jardins-de-infância: relação entre os parâmetros ambientais e os níveis de ocupação dos espaços (original) (raw)

Os edifícios escolares são espaços com características específicas, onde a garantia de condições de trabalho saudáveis é fundamental para a aprendizagem e bem-estar dos ocupantes. Contudo, os novos padrões arquitectónicos têm potenciado o aparecimento de edifícios mais herméticos, com reduzidas taxas de ventilação e problemas relacionados com a qualidade do ar interior (QAI). Com a recente legislação, adoptaram-se valores de referência para os parâmetros químicos e microbiológicos. A concentração de CO 2 e microrganismos viáveis pode dar uma boa indicação da eficiência da ventilação. Neste âmbito, efectuou-se um estudo que teve como objectivos relacionar as concentrações de CO 2 e microrganismos viáveis com os níveis de ocupação e eficiência da ventilação de salas de aulas. A quantificação dos parâmetros ambientais baseou-se na caracterização estrutural e de funcionamento do edifício. As amostragens foram efectuadas na Primavera, em nove salas de aula de quatro jardins-de-infância (JI) com diferentes tipos de construção. Os resultados demonstraram que os JI recentes apresentaram concentrações médias de CO 2 superiores às verificadas nos JI do "plano centenário", atingindo valores máximos de 3400 ppm nos períodos de ocupação. Obtiveram-se concentrações elevadas de bactérias gram positivas nos JI de construção recente, que podem estar relacionadas com a sobrelotação dos espaços e ventilação insuficiente. Os valores de velocidade do ar também revelam a constante estagnação do ar nos espaços. O aumento das taxas de ventilação e sensibilização dos ocupantes são medidas chave para a melhoria da QAI. Contudo, é na fase de projecto do edifício que devem surgir preocupações com a QAI. Palavras-chave: Qualidade do ar interior, parâmetros ambientais, jardins-de-infância, tipo de construção ABSTRACT School buildings are spaces with specific characteristics where the guarantee of healthy working conditions are crucial for learning and welfare of the occupants. However, the new architectural standards have enhanced the appearance of buildings more airtight, with reduced ventilation rates and problems related to indoor air quality (IAQ). With the new regulation were adopted reference values for chemical and microbiological parameters. The concentration of CO 2 and microorganisms can give a good indication of the efficiency of ventilation. In this context, was carried out a study which aims was to correlate the concentrations of CO 2 and microorganisms with occupant density and efficiency of ventilation in classrooms. The quantification of environmental parameters was based on structural characterization and operation of the building. Samples were taken in Spring in nine classrooms in four kindergartens with different construction types. The results showed that the new kindergartens had average concentrations of CO 2 higher than those found in old ones, maximum values around 3400 ppm when in use. The concentrations values of gram positive bacteria in the new kindergartens, which may be related to overcrowding and insufficient ventilation of the spaces. The values of air velocity also showed the air stagnation. The increased of ventilation rates and awareness of occupants are key measures for improving IAQ. However, is in the design phase of the building that should emerge the concerns with IAQ.