A Longa Travessia Na Formação De Professores (original) (raw)

A história que aqui se conta foi produzida no enlace de movimentos analíticos e dos encontros e desencontros entre pesquisadores, documentos e personagens de um dado momento histórico: Paranaíba da segunda metade do século XX. O disparador das conversas e a seleção de depoentes e documentos se deu por uma temática: como se tornavam professores de matemática em um cenário de ausência de cursos Superiores de formação de professores. Na tentativa de não sistematizar conhecimentos sedimentados e dogmáticos, tentando nos aproximar de conhecimentos que movimentem, que desloquem e que desestabilizem o já sedimentado, o já conhecido, nos propomos a ficcionalizar este passado. Nossa história se passa na década de 1980 3. Em uma tarde ensolarada, após uma manhã de muito trabalho lecionando, Luzia e Carlos se encontram na Praça da República (Praça Central da cidade de Paranaíba), lá conseguem uma carona e vão de Kombi até o Rio Paraná. Chegando, esperam a balsa que estava voltando de uma travessia, até ela retornar eles conversam. Carlos: Vamos, Luzia, se não corrermos não vai dar tempo para pegar a balsa, aí você já viu, né? Até ela atravessar o rio e voltar... não chegaremos a tempo para a aula de hoje [risos]. Luzia: Vamos nos apressar, Carlos! Você já me contou tantas coisas que passou nesta travessia, não é? C: Quando eu era menino, para fazer a travessia do rio era usado uma espécie de barquinho... Era muito complicado, dava medo! Porque era pouca segurança, tínhamos que contar com a sorte. Era muito vento! Hoje esta travessia está um pouco mais adequada.