Dhâranâ nº 87 e 88 - Janeiro a Junho de 1936 (original) (raw)
Dhâranâ nº 80 - Abril a Junho de 1934
Os leitores de Dhâranâ deverão congratular-se conosco pela valiosíssima oferta que acabam de fazer os dignos e ilustres filhos do insigne autor de O Tibete e a Teosofia, ao presidente da S. T. B., secundando assim a de seu saudoso pai, quando alguns dias antes de partir deste mundo, a oferecia, "para ser publicada na querida língua de Camões". No carinhoso afã de colecionarem toda correspondência de seu ilustre pai (para uma futura biografia sua) e tudo mais quanto fazia parte de tão valioso arquivo, encontraram eles inúmeros apontamentos relativos a O Tibete e a Teosofia, que, é de supor, quisesse o autor oferecer, naturalmente, ao mundo, uma obra de maior vulto do que a que foi publicada na conceituada revista teosófica El Loto Blanco (hoje com o nome "Teosofia"), em 21 capítulos, embora os de n os 19 e 20, a mesma revista não os ter publicado, por motivos que ignoramos. Conhecedores, mais do que ninguém, dos estreitos laços que uniam seu venerando pai e o presidente da S. T. B. e da primitiva oferta que o mesmo havia feito a tal pessoa, logo se apressaram em enviar-lhe o inestimável tesouro, acompanhado de uma gentilíssima missiva, cujos dizeres preferimos conservá-los no recôndito de nosso coração, embora o dever se nos impõe de repetir, de público, que "os dois filhos de nosso queridíssimo mestre e amigo Mario Roso de Luna são, sem nenhum favor, o espelho sem jaça onde se reflete a sua alma generosa, nobre e ilustre". É, pois, a essas duas mui prezadas criaturas a quem se deve o complemento de uma valiosíssima obra que, foi de fato, "o canto de cisne" do maior gênio, talvez, de nosso século. Assiste-nos, no entanto, o dever de prevenir a quantos se interessam pela leitura de tão monumental obra que, os originais-tão carinhosamente colecionados pelos ilustres filhos do autor-de modo algum poderiam ser publicados nas condições em que se acham: alguns capítulos estão em branco, trazendo apenas o título; outros com apontamentos à margem de recortes de revistas e jornais, para citações e comentários que só a pena inigualável do genial polígrafo espanhol era capaz de os fazer. Porém, tudo isso com aquele cuidado, disciplina, e até amor, por ele dispensados a tudo quanto de belo e grandioso oferecia ao mundo, para não dizer, a todos quantos procuraram e procuram ainda, banhar-se no oceano de Luz, que são as suas obras. Assim é que, o trabalho a que nos propusemos, exige esforço sobre-humano-dificílimo de ser levado a bom termo por quem não possui outros dotes, senão, os da melhor boa vontade para com os leitores desta revista, além da imorredoira gratidão, amizade e respeito à memória do autor, cujos transcendentes reflexos, como dissemos, são aqueles dois seres a quem ele tanto amava: seus dignos filhos Ismael e Sara. Por isso mesmo, o tradutor de tal obra só deve ser tomado como um péssimo escultor, querendo dar os últimos retoques na obra-prima de um gênio desaparecido da terra, antes de ver realizados os seus sonhos de artista incomparável. Como uma homenagem, ainda, ao grande Mestre da Teosofia e à sua digníssima família, do presente número em diante, procuraremos ilustrar sua monumental obra com fotografias adequadas ao assunto de que trata cada capítulo, cujas (fotografias) serão extraídas de nosso Arquivo particular, isto é, de livros, revistas, etc., etc., sem falar nas que diretamente recebemos de outras pessoas que, por sua vez, nos são mui caras, inclusive, residentes no Tibete, Egito e outras partes do mundo. Permitirá Carma levarmos avante tão difícil empreendimento? Em caso contrário, da própria S. T. B. surgirá um outro que o fará, talvez, com maiores vantagens para os leitores desta revista.-Nota do tradutor.