O ensino do gênero carta do leitor como forma de ler e avaliar criticamente temas que aparecem na mídia (original) (raw)
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O que os olhos não leem a sociedade sente: a leitura crítica do gênero notícia em sala de aula
2019
O presente artigo tem como objetivo apresentar uma proposta de trabalho para a leitura de textos (MATTOS, 2011; BRASIL, 1996; BRASIL, 2018) em sala de aula que se paute no conceito de leitura crítica (FREIRE, 1989; CASSANY, 2004, 2012; ROVIRA, 2009). As motivações que guiam este estudo partem da recente pesquisa de Cruz e Martiniak (2018) sobre a leitura na Educação Básica brasileira, em que um mapeamento de trabalhos acadêmicos que tratam esse assunto aponta altos índices de deficiência sobre esta habilidade. Como constatação, pode-se perceber que os indicadores negativos se relacionam, sobretudo, aos reflexos gerados por exercícios de compreensão da leitura que se restringem à superfície dos textos trabalhados ao longo das aulas de língua portuguesa. Por isso a necessidade de se propor atividades que vão além da materialidade desses textos. Escolhemos, assim, textos informativos da esfera jornalística, especificamente o gênero notícia, para serem trabalhados com alunos do Ensino Fundamental II, do oitavo e do nono anos. Com aporte teórico da Análise do Discurso (ORLANDI, 1999; CHARAUDEAU, 2013; EMEDIATO, 2013), buscamos trabalhar mecanismos de compreensão textual discutidos nessa teoria que conduzam o professor a explorar a dimensão argumentativa (AMOSSY, 2006, 2011; CHARAUDEAU, 2013) presente no texto do gênero notícia. Dessa maneira, esperamos contribuir com docentes do campo das linguagens para um efetivo trabalho da leitura crítica de notícias em sala de aula, além de refletir sobre a importância de referida abordagem na tentativa de amenizar a deficiência de leitura por ora comprovada.
2015
Inscrita na linha socio-historica e no campo da Linguistica Aplicada (LA), essa pesquisa de mestrado de cunho qualitativo e critico-interpretativista objetivou investigar a constituicao e o funcionamento do genero discursivo carta do leitor, do jornalismo de revista, considerando sua circulacao em diferentes suportes e midias. A fundamentacao teorico-metodologica sustenta-se nos escritos do Circulo de Bakhtin e nas pesquisas de seus interlocutores contemporâneos (ACOSTA-PEREIRA, 2008, 2012; BRAIT, 2006, 2012; FARACO, 2009; RODRIGUES, 2001, 2005), no campo que, dadas suas particularidades, se convencionou a ser denominado de Analise Dialogica do Discurso (ADD). Considerando a ordem metodologica (BAKHTIN/VOLOSHINOV, 2012[1929]), a pergunta que move esta pesquisa e: que fatores determinam a constituicao e o funcionamento da carta do leitor em diferentes suportes e midias? Para aclarar essa questao, em busca da analise das relacoes dialogicas que se estabelecem por meio desse genero, se...
Leitura e produção do gênero" carta de leitor": os desafios de uma proposta de ensino
2007
A Deus pela presença constante em minha vida Ao meu orientador Profº Dr. Sandoval Nonato Gomes Santos, pela competência, dedicação e paciência com que me orientou na elaboração deste trabalho e com quem tive a oportunidade de conviver e muito aprender. A Profa. Drª Myriam Crestian e a Profa. Drª Rosa Brasil pela contribuição enriquecedora no exame de qualificação Ao meu marido Pastana pelo apoio constante Aos meus irmãos Carmem, Paulo e Silvia por tudo que representam para mim Aos colegas de trabalho do Núcleo Pedagógico Integrado, pela concessão do afastamento para que pudesse me dedicar integralmente ao curso As minhas colegas Débora David e Waldice Sedovin pela amizade e incentivo sempre Aos alunos da turma 204/2006 do NPI pela compreensão expressa em nossa convivência, dando-me oportunidade de crescimento profissional e pessoal, o meu respeito e afeto. Aos meus filhos Alexandre e Caroline pelo carinho e ajuda na computação A minha filha Camilinha por compreender tantas ausências A minha amiga Marília de Melo Costa pelo companheirismo e amizade Aos professores do programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Lingüísticos pelos ensinamentos e pelas discussões acadêmicas que foram importantes na minha formação.
O gênero jornalístico charge no letramento escolar
Revista Língua & Literatura, 2010
Resumo: Fundamentado nos pressupostos bakhtinianos a respeito da linguagem e gêneros discursivos, este artigo apresenta uma proposta didática com o gênero discursivo charge jornalística, visando a melhorias no ensino-aprendizagem da leitura. A proposta leva em conta quatro etapas principais: o estudo do gênero charge no âmbito jornalístico e social, o estudo da dimensão sócio-interacional da charge; estudo da dimensão verbal e não-verbal do gênero; reflexão sobre a reação-resposta do leitor e a produção de novos sentidos. Palavras-chave: Gêneros discursivos. Charge. Leitura. Ensino médio. Considerações iniciais Formar leitores críticos e produtores de textos eficientes é um dos objetivos fundamentais do ensino de língua portuguesa na escola. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), propõe-se que a leitura e a produção de textos sejam desenvolvidas de maneira adequada e útil ao universo escolar e à realidade do aluno. Assim, neste artigo, busco discutir o gênero charge jornalística e explorar seu potencial no ensino da língua
Mídia e educomunicação - O prazer de ler criticamente
2018
Nos dias atuais, como lemos os textos do mundo e os calamos dentro de nos dando a eles tempo de maturacao, reflexao e transformacao da informacao em conhecimento? De que forma a escola pode contribuir com o ensino da leitura critica do mundo e dos meios de comunicao? Como as tecnologias de informacao e comunicacao devem ser usadas no sistema educacional? Este texto levanta algumas questoes e pretende contribuir com reflexoes a partir das perspetivas da midia-educacao e da educomunicacao no sentido da formacao de um sujeito autonomo, critico e nao apenas consumidor, mas produtor de informacao.
O gênero crítica de literatura de veiculação midiática na abordagem sociodiscursiva
Como contribuição ao estudo dos gêneros discursivos, aplicamos a abordagem dialógica bakhtiniana em quatro textos de crítica de literatura, de edições recentes, veiculados na esfera jornalística comercial, em quatro diferentes periódicos de divulgação nacional: dois mensais e especializados (Bravo e Cult!) e dois semanais de variedades (Época e Veja). A intenção é avaliá-los pela perspectiva sociodiscursiva, primeiramente estudando a esfera de atividade humana em que são desenvolvidos, a constituição e funcionamento da comunicação jornalística e do crítico cultural, para, em seguida, verificar aspectos da dimensão verbal, como a relação entre o gênero crítica e a mídia, o lugar social desse gênero e do autor; da dimensão social como o ethos da autoria; e ainda, do ponto de vista enunciativo, a motivação do texto e suas orientações valorativas entre outros aspectos que se inscrevem materialmente no texto. No intuito de assegurar uma análise no interior da interação social, reproduzimos o método adotado em Rodrigues (2005) que, além de analisar o texto, consegue ilustrar um gênero específico já difundido na mídia. No caso que pretendemos focalizar, essa abordagem permite verificar as diferenças entre as diversas críticas literárias comerciais, em função dos meios de divulgação em que são veiculadas, bem como se essa diversidade é tamanha a ponto de restringir a sua caracterização em um mesmo grupo ou tipologia.
O gênero crítica de literatura nas revistas Época e Veja
Para conceber um gênero, Dominique Maingueneau, em Análise de textos de comunicação, considera os gêneros do discurso uma atividade social submetida a critérios de êxito. Para os “atos de linguagem” de nível de complexidade superior, como os veiculados na imprensa escrita, também é necessária a submissão a um conjunto de condições de êxito. Essas condições, que envolvem elementos de ordens diversas, foram verificadas em levantamento exploratória dos padrões de texto utilizados em duas revistas semanais de variedades, de circulação nacional, Época e Veja, em que foram selecionados 48 artigos de crítica de literatura, das sessões de cultura publicadas entre junho de 2011 e junho de 2012. Também foram comparadas, entre outras variáveis, a cartografia cultural e geografia política do gênero resenha de literatura/livro, sumarização e denominação de seções, nomenclaturas editoriais, e perfil profissional dos colaboradores das revistas que determinaram, em última análise, um gênero concebido a partir dos padrões editoriais do seu suporte material.
Encontro De Formacao De Professores, 2013
Saber escrever é essencial ao aluno da educação básica. Estimular o discente a produzir textos faz com ele seja capaz de expor suas ideias, enriquecer seu vocabulário e melhorar suas habilidades em outras áreas de ensino. São quatro os quesitos requeridos. Segundo Cavalcanti (2010), para concretizar a intenção da escrita: ter o que dizer, razões para dizer, estratégias para dizer e escolha de interlocutores a quem dizer. Por esse motivo, a produção textual se faz extremamente necessária aos alunos, das séries iniciais do ensino fundamental ao ensino médio. Trazer o jornal escrito para a sala de aula possibilita trabalhar, de uma só vez, diversos gêneros textuais e despertar nesses estudantes o interesse em escrever sobre temas e áreas de interesse de cada um. Dessa forma, citamos um fragmento da entrevista da pesquisadora argentina Mirta Torres que diz: "Tal como um piloto de avião precisa acumular horas de voo para ser hábil, um escritor precisa somar muitas oportunidades de escrita" (TORRES, 2010. p. 10). Ela ressalta que toda escrita deve ter intenção comunicativa e alcançar o propósito de quem produz o texto. O jornal, como
Notícias na escola: possibilidades de leituras críticas
Este paper é parte da pesquisa "O uso do jornal impresso na escola: possíveis caminhos para a cidadania", defendida em janeiro de 2001 no mestrado em Educação da UFPB. Suas idéias estão desenvolvidas também no livro Educomunicação & mídias. Nosso objetivo foi refletir sobre as possibilidades pedagógicas do uso das notícias no cotidiano escolar e pensar sobre a atuação do jornalista na educação. A leitura crítica da comunicação pode contribuir na formação de cidadãos participativos, mas é preciso que o educomunicador não perca de vista que o foco é o ser humano e não a tecnologia. Palavras-chave: notícias -educomunicação -jornal O uso do jornal na escola é uma prática bem antiga. Na Espanha, em fins do século XIX, já se discutia a possibilidade de introduzir o jornal na escola, ao invés simplesmente da leitura de Cervantes. MACHADO (1997,161) também registra que por volta da segunda década do século XX, naquele país, a leitura de Dom Quixote era obrigatória, levantando uma séria discussão sobre os prós e os contras do uso do jornal como alternativa pedagógica aos clássicos da literatura. Os favoráveis alegavam que ler jornal seria uma forma de preparar o aluno para a vida, mas os que rejeitavam a idéia alegavam que o jornal jamais poderia cumprir tal propósito, por abordar apenas aspectos superficiais da vida. Duas idéias inconsistentes, pois, como lembra MACHADO (1997), a depender do olhar e dos significados que atribuímos, um texto literário pode ser leve e atual quanto uma notícia de jornal, enquanto há notícias que podem revelar sentimentos profundos.