O Chão Da História: A Terra e a Produção De Sujeitos Históricos Na Guerra Do Contestado (original) (raw)
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A cultura material da Guerra do Contestado como documento histórico
Cadernos do CEOM, 2012.
This paper aims to carry out synthesis of research on the material culture of the Contestado War from the perspective of landscape archaeology. This conflict occurred in the southern Brazilian plateau between the 1912 and 1916 years, contrasting the hinterland people of the region with various military forces, with the thousand of the people death. On completion of one hundred years the war began in 2012, places of interest in archaeology and history illustrate the potential that material culture studies have for the research of the past.
MEMÓRIAS SOBRE A GUERRA: UMA LEITURA DE TERRA SONÂMBULA DE MIA COUTO
1º Encontro sobre Memórias e Direitos Humanos, 2019
Será que lembrar é o único recurso na formação de memória? E para que serve a memória quando o que resta sobre o chão são destroços de um mundo que não existe mais, rodeado por cinzas e cadáveres? O que há para recordar quando o passado e o presente estão atravessados por anos de guerra? São perguntas pertinentes quando nos deparamos com Terra Sonâmbula (1992), o primeiro romance do escritor moçambicano Mia Couto. Não por acaso, essas questões voltam sempre à luz de novos conceitos e de outros olhares. Mas o que se mantém em todas as análises é o que a obra representa ao tratar da guerra civil moçambicana.
Confluências Culturais, 2016
Os museus são locais de guarda de memórias e de referências, onde as pessoas encontram as produções humanas e a materialidade, exposta por meio dos objetos, e são também pontos de conhecimento e reconhecimento das pessoas, onde as tradições, as culturas humanas e a imaterialidade se fazem presentes. O Museu Histórico e Antropológico da Região do Contestado é uma instituição sem fins lucrativos cujo objetivo é salvaguardar a história do Contestado e toda a produção referente a esse conflito, além de, especificamente, tratar sobre a história da cidade de Caçador (SC). Em seu espaço expositivo contempla quatro nichos expográficos: cultura indígena, ferrovia do Contestado, imigração e colonização e a sala Guerra do Contestado, que se destina ao conflito em si, enquanto as demais dão o contexto que o propiciou. O impacto da guerra na região é inegável, e muitas pesquisas e produções historiográficas foram criadas e trabalhadas com base na Guerra do Contestado. As áreas de Antropologia, Arqueologia, Sociologia e História, esta última muitas vezes com a ajuda da história oral, fizeram um trabalho investigativo de trazer à tona os processos sociais, políticos, culturais e econômicos que envolveram tal guerra e o pós-conflito. Vislumbramos, no entanto, que na área da museologia e de museus as questões do Contestado estão restritas à guarda dos espólios ou aos resquícios físicos da guerra. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é identificar as representações da Guerra do Contestado no museu. Mediante a análise da criação expográfica de cada nicho expográfico e dos estudos sobre a museologia, especialmente a construção dos processos museográficos e curatoriais e suas reflexões sobre a sociedade, verificaremos quais representações sobre a Guerra do Contestado estão presentes no Museu do Contestado e como a cultura material e as memórias difíceis do conflito são expostas ao público.
Arqueologia da Guerra do Contestado (1912-1916)
2021
O artigo apresenta os resultados obtidos até o momento sobre pesquisa arqueológica de longo curso sobre a Guerra do Contestado (1912-1916), que ocorreu no meio oeste do Estado de Santa Catarina e opôs a população sertaneja da região contra as forças militares federais e estaduais. Até esta ocasião, foram registradas dezenas de sítios associados ao conflito propriamente dito. Além disso, têm-se realizado estudos sobre locais associados ao processo de industrialização da área (madeireiras e ferrovias) – tido como um fator fundamental para a eclosão do conflito –; e a materialização de espaços sagrados, por conta do singular fenômeno de catolicismo popular estabelecido na região desde meados do século XIX. Portanto, para além da materialidade do conflito, este projeto visa estudar a paisagem cultural da região em tela de modo contextual, observando como diferentes lugares se relacionam com a população envolvida na guerra. Apresentamos aqui as linhas gerais do projeto, com foco no escop...
A Guerra do Contestado e a expansão da colonização
Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, 2013
Resumo: Pretende evidenciar que a guerra fratricida do Contestado, na segunda década do século XX, insere-se no contexto da expansão da colonização do chamado "sertão catarinense". No período, era pensamento corrente que suas imensas áreas, "desocupadas" e "mal aproveitadas", devessem ser colonizadas por indivíduos capazes de contribuir para a colocação do Brasil nos trilhos da modernidade. As representações construídas procuravam descaracterizar as populações locais e defender os colonizadores, migrantes brancos de origem européia. Um dos aspectos dessas representações se ancorava na ideia de trabalho atribuída aos diferentes grupos. A Guerra contribuiu para reforçar tais representações e para criar as condições que impulsionaram o processo de colonização.