Cuba: e se fosse contra os USA (US of War) (original) (raw)

Os Estados Unidos, a Revolução Cubana e a contra-insurreição

Este artigo estuda o impacto da Revolução Cubana sobre as relações interamericanas entre 1959 e 1964 e, especificamente, a herança deixada pela teoria da contra-insurreição, exportada com entusiasmo durante o governo Kennedy. Nesse período, a América Latina figurou com destaque na pauta do Departamento de Estado e do Pentágono, o que se expressou na multiplicação da ajuda militar americana e no reforço do papel anti-subversão, historicamente desempenhado pelos militares da área. Ao contrário, nos próprios Estados Unidos, o emprego das chamadas Forças Especiais foi problemático, gerando resistências e tensões dentro das Forças Armadas.

Estados Unidos e América Latina: o caso de Cuba no pós-guerra fria

V Simpósio Internacional Lutas Sociais na América Latina “ Revoluções nas Américas: passado, presente e futuro ”, 2013

As interferências diretas dos Estados Unidos em Cuba foram iniciadas ainda nas guerras de independência. Posteriormente, a Revolução Cubana e a aproximação do país com o Bloco Socialista fizeram com que a política externa norte-americana se voltasse para um modelo de contenção, que tinha por objetivo reprimir o avanço do comunismo no hemisfério ocidental. Com o fim da Guerra Fria, a política externa dos Estados Unidos buscou um novo referencial para justificar suas intervenções no continente americano, principalmente em Cuba. A compreensão desse novo referencial é fundamental para que se possa entender a continuidade de políticas hostis em relação à Ilha, principalmente a manutenção formal do bloqueio econômico. Analisar a política externa norte-americana para com Cuba fornece, não apenas os mecanismos para a compreensão de tal referencial, como também o entendimento de como tais políticas estão voltadas para uma prática imperialista que se estende a todo o continente latino-americano.

Pequenas nações contra grandes Estados: anti-americanismo e identidade política em Cuba.

O propósito deste artigo é analisar resumidamente os dois últimos séculos da história americana para tentar entender o processo que deu origem à situação vivida por Cuba nos dias de hoje. O trabalho é dividido em três partes. A primeira delas localiza o interesse norte-americanos e a postura neo-colonialista de sua política sobre a ilha já em seus primeiros anos de existência. A segunda mostra os mecanismos encontrados pelos Estados Unidos para alcançar esse fim. A terceira e última parte tenta mostrar que o posterior alinhamento cubano à ideologia soviética talvez tenha sido uma permanência histórica imposta pela sua condição periférica no cenário mundial.

Cuba, um território livre da América? Uma análise das intervenções dos Estados Unidos na ilha

Boletim de Conjuntura, 2021

Neste ensaio aborda-se as históricas e atuais intervenções político-militares dos Estados Unidos em Cuba. O objetivo do texto é apresentar como tais episódios impediram e impedem o pleno desenvolvimento do país, agravados após o desenrolar da Revolução de 1959. Para o desenvolvimento desse trabalho, são analisados fontes secundárias brasileiras e documentos cubanos, com o intuito de apresentar como tais processos são representados nas duas sociedades.

Estados Unidos e Cuba: o recomeço

On a new beginning foi o primeiro grande discurso do presidente Barack Obama. Proferido no Cairo, a 4 de junho de 2009, representou a disposição do recém-empossado líder norte-americano em recomeçar contatos quebrados. Primeiro com o mundo muçulmano, demonizado pelos Estados Unidos após os ataques do 11 de setembro de 2001. Depois com

Cuba: (im)possibilidades cuír na era da tolerância

Uniletras

Resumo: Este trabalho aborda o ostracismo e o ativismo LGBT em Cuba após a Revolução de 1959; especialmente, o impacto social, econômico e cultural dos desenvolvimentos trazidos pela dissolução da USSR sobre a população LGBT cubana. À medida que Cuba começa sua virada Neoliberal, abraçando a economia de mercado misto em meados de 1990, testemunhamos uma mudança significativa no enquadramento dos direitos LGBT na ilha. O que causou essa mudança discursiva e institucional dos direitos LGBT nas últimas duas décadas? Como a circulação transnacional de ideias sobre gênero e sexualidade influenciaram o ativismo e os estudos LGBT em Cuba, que esteve relativamente isolada dos movimentos e da produção acadêmica globais até recentemente? É possível imaginar a cuiridade como algo além do modelo de governança binário heteronormativo que, desde os princípios da Revolução, marcou o modelo estatal? Como artistas responderam a essas mudanças? Essas são algumas das questões exploradas neste ensaio.

Os Estados Unidos e Cuba: Uma Agenda Intermestics

O ano de 2014 se encerrou com um marco: a retomada das relações diplomáticas entre Estados Unidos (EUA) e Cuba, por meio de uma decisão presidencial de Barack Obama, após mais de meio século de instauração do embargo norte-americano na Guerra Fria. Apesar do embargo permanecer vigente, a decisão representa uma quebra no intercâmbio, marcado pela distância desde a Revolução Cubana de 1959. Tal decisão detém implicações globais, regionais e internas para os EUA, pois o tema Cuba é caracterizado pela sobreposição de agendas internacionais e domésticas: o perfil “intermestics”. Tendo em vista este contexto, o artigo analisa estas agendas e o futuro da relação bilateral, a partir de uma breve contextualização histórica.