LUTA, EDUCAÇÃO E O BEM VIVER: A ASSOCIAÇÃO DOS DISCENTES QUILOMBOLAS (ADQ/UFPA) FRENTE À COVID-19 (original) (raw)
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Revista Brasileira de Saúde Funcional
Introdução: O novo coronavírus (SARS-CoV-2), se propagou pelo mundo desde dezembro de 2019 levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar pandemia da síndrome respiratória aguda (COVID-19). No dia 25 de fevereiro de 2020 foi anunciado o primeiro caso de COVID-19 no Brasil. Como medida de proteção, o distanciamento social foi adotado pelo país no dia 20 de março. A Faculdade Adventista da Bahia (FADBA) estabeleceu medidas preventivas contra a COVID-19. Um novo protocolo foi desenvolvido para aqueles que decidiram permanecer na instituição durante o distanciamento, gerando mudanças na rotina diária e nos hábitos dos residentes. Objetivo: Verificar se as mudanças na rotina diária trouxeram consequências nos hábitos de higiene bucal e na saúde oral dos residentes da Faculdade Adventista da Bahia, no período de distanciamento por COVID-19. Materiais e métodos: Pesquisa transversal, quantitativa, realizada por meio de questionários autoadministrados aos resistentes da FADBA. Result...
Os sonhos são possíveis querida mãe! Se os ataques são permanentes as defesas também! Lembro do dia em que a senhora sustentou minha ida para estudar na cidade. Até hoje sei e não quero certezas do que te aconteceu, quando o pai deu por minha falta. Mãe lembro dos 30 km que a senhora caminhava comigo de Mumbuca a cidade de São Felix do Tocantins. Lembro-me, debaixo do sol escaldante, no meio do cerrado limpo, eu olhava a imensidão das campinas e parava. Ouvia lá da frente a senhora gritar: -Venha Lelê temos que chegar no Borá, antes de ficar de noite. Cansaço, sede e medo de onça tomava conta do meu corpo. Mas sua coragem me fazia ter coragem. Mãe, lembro das alegrias das chegadas e das lágrimas das saídas. Valeu a pena Dona Mera. Ainda estamos caminhando, nesta caminhada encontrei tantas pessoas que me fizeram ter força, outras que me desanimaram e me fizeram chorar, estas também fazem parte das nossas trajetórias, a senhora sempre falou que na caminhada encontraremos tucuns gostosos e junto também os espinhos. Mãe! Encontrei nesta caminhada tucuns e os espinhos. Propositalmente vou mencionar os nomes dos tucuns, que me fizeram forte e alimentada. Quero agradecer as minhas primeiras professoras Tinteia (Maria dos Prazeres Alves) Tia Tonha (Antônia Ribeiro da Silva) e assim todos os professores que me ensinou no quilombo. A tia Dotora, tia Martina e Maéta, minhas mestras de vida e estendo a todos interlocutores e construtores deste trabalho. Agradeço minha família querida, meu pai Juraci Ribeiro Matos, orgulho imensurável do meu velho domador de cavalo, com ele aprendo domar a vida. E com a senhora aprendo ser indomável. Agradeço pelo encontro da senhora com as minhas quatro outras mães: Daldiva Ribeiro da Silva, mae de cuidação; Olaides Carlos mãe de cuidação e Dalzina Mendonça mãe de cuidação, Eurides a parteira mãe de pegação, Isaura mãe de leite e toda família do seu Fernando Mendonça e os médicos Figueiró e Luiz. Meu pai e mãe, o cunhado preferido Adelino Ribeiro e minha mãe irmã Iraciene da Silva Matos, queridos irmãos, Ronaldo Matos, Juraildes e Silas Matos, minhas irmãs: Claudiana, Sirlene, Rosineide, Givoene e Nubia! Aos meus irmãos do coração: Guilherme Moura e a Mariana, Lucas Coelho e a Carol Barradas. Sem vocês não teria percebido tantos alimentos e os espinhos teriam me sufocado.
BEM VIVER: MOVIMENTO ESTRUTURAL PARA O ESTUDO DECOLONIAL NA AMÉRICA LATINA
Terra [livro eletrônico] : objetivos do desenvolvimento sustentável no mundo pandêmico, 2023
O Bem Viver, enquanto conjunto de ideias que vieram dos países andinos, graças ao seu enorme potencial ganharam penetração e difusão no movimento progressista nos últimos anos. Consiste em uma visão que abre oportunidade para construir outra sociedade, sustentada em uma convivência cidadã em diversidade e harmonia com a Natureza, a partir do conhecimento dos diversos povos existentes no território e no mundo. A ideia é que esses valores sejam uma das chaves que libertarão a consciência coletiva desses povos chamados “subdesenvolvidos” para os debates decolonias, promovendo assim maior autonomia e liberdade. Busca-se por meio deste artigo, de forma sintética, discutir aspectos centrais da cosmovisão andina-amazônica do Bem Viver enquanto um pilar fundamental da construção de práticas decoloniais na América Latina. O Bem Viver possui conceitos chaves que podem contribuir para o debate de alternativas pós-capitalistas decoloniais, repensando os valores que a sociedade hegemônica carrega, ao trazer soluções alternativas para os problemas ambientais contemporâneos, por meio de visões múltiplas que se contrapõem com a lógica de desenvolvimento linear mundialmente imposto pelas potências dominantes e colonizadoras. A cosmovisão do Bem Viver aproxima os debates decoloniais e busca, coletivamente, alternativas socioambientais de vivências contra-hegemônicas, possibilitando maior chances de sobrevivência frente aos desafios globais, com contribuições em todos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável enquanto articulação democrática e massiva da população, com um olhar para o local, regional e global. Palavras-chave: América latina, sul global, governança, decolonialismo, colonialismo.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE E AMBIENTE EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO PARÁ/BRASIL
Resumo: Há poucas iniciativas de educação em saúde e ambiente em quilombos no Pará. Neste artigo a educação é proposta como uma forma de contribuir para a minimização dos problemas de saúde nessas populações. O trabalho se baseia em dados de pesquisa de campo realizada em quatro comunidades e informações bibliográficas. A metodologia incluiu um diagnóstico sócio-ecológico das comunidades e a elaboração de um programa de educação em saúde, planejado para crianças entre 5 e 11 anos de idade, que foi implementado como piloto nas comunidades África e Laranjituba, através de exposição interativa sobre os temas diagnosticados (gripe, cáries, anemia, micoses e verminoses). Em seguida, para avaliar as atividades, foi distribuído um exercício didático criado especificamente para o programa. O teste mostrou que a maioria dos participantes (68%) absorveu o conteúdo desejado. Sugere-se essa abordagem como uma possível estratégia de ação, visando contribuir para melhorar a qualidade de vida dos quilombolas. Palavras-chave: Amazônia, Doenças, Educação em Saúde e Ambiente, Quilombolas, Políticas Públicas.
EDUCAÇÃO QUILOMBOLA E DECOLONIALIDADE: UM DIÁLOGO INTERCULTURAL
Resumo Neste texto nosso objetivo é refletir sobre a educação quilombola embasados pelo pensamento decolonial, para isso, organizamos o trabalho em três grandes tópicos são eles: a) enfoques teóricos acerca do quilombo, b) o projeto decolonial e suas características e conceitos c)decolonialidade e educação escolar quilombola. Nossa investigação tem caráter qualitativo, é uma pesquisa bibliográfica e documental. Nossos referenciais teóricos são: Munanga(A partir de reflexões teóricas e estudos documenteis iremos realizar esse diálogo entre a decolonialidade e a educação escolar quilombola. Queremos abordar alguns pontos acerca do quilombo e da educação escolar quilombola por uma ótica da pedagogia decolonial/ intercultural Ao longo deste artigo discutimos as raízes do termo quilombo e uma breve visualização da constituição histórica do movimento quilombola. Debatemos também sobre o projeto modernidade/ colonialidade, vimos como é presente e atuante o controle econômico, político e epistemológico de determinadas culturas sobre outras, o que o grupo denomina de colonialidade. Identificamos que o movimento quilombola trás em sua gênese uma resistência a subalternização, uma luta histórica contra a colonialidade, luta está que se refleti no campo educacional na afirmação do seu legado histórico-cultural e na produção de seus saberes. O diálogo entre os o projeto decolonial e os sujeitos quilombolas propõe o combate a subalternização, combatendo na medida em que desoculta a colonialidade e legitima as suas produções culturais. No campo educacional adotamos as práticas educativas quilombolas como pedagogias decoloniais/ interculturais, pois uma pedagogia decolonial trata-se de desconstruir a centralidade em torno de uma determinada cultura, considerando saberes e práticas das diversas populações que constituem a sociedade brasileira.