Regionalização da arte latino- americana: uma perspectiva a partir da participação chilena na I Bienal Latino-americana (1978) (original) (raw)
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Deleted Journal, 2023
Este artigo irá analisar a relação entre o desenvolvimento da crítica de arte e as seis primeiras Bienais de São Paulo (1951)(1952)(1953)(1954)(1955)(1956)(1957)(1958)(1959)(1960)(1961), e o contexto da organização das delegações chilenas nestas edições da mostra. Os processos de organização e de recepção das delegações nas Bienais de São Paulo deixam claro a semelhança entre os contextos latinoamericanos, principalmente na sua urgência em avaliar o significado da ruptura modernista na produção nacional.
A presente proposta de comunicação se propõe a investigar duas bienais de artes visuais, criadas entre as décadas de 1980 e 1990 – Havana (1984) e Dacar (1990/92) – a fim de mapear e confrontar as várias modalidades de inserção política, social e epistêmica compreendidas por seus projetos. Abordadas na totalidade de seus programas, agentes, pedagogias e discursos, tais plataformas expositivas serão analisadas tendo em vista aportes teórico-metodológicos recentes à disciplina de História da Arte, como é o caso da história das exposições segundo uma perspectiva “não-europeia”. Tal perspectiva, oferece uma base para a realização de uma crítica às noções de universal e global na historiografia da arte e, de forma mais específica, como essas noções circunscrevem ou ampliam o entendimento da produção não- ocidental no contexto da globalização.
2015
O artigo pretende discutir a realizacao das exposicoes de arte brasileira e latino-americana que ocorreram paralelamente as edicoes internacionais das Bienais de Sao Paulo e organizadas pela Fundacao Bienal de Sao Paulo (FBSP). Trata-se das quatro edicoes das Bienais Nacionais e da I Bienal Latino-Americana, que representaram uma mudanca de interesse e foco na gestao da Fundacao na decada de 1970. A realizacao dessas mostras amplia a discussao sobre a existencia e manutencao de centros artisticos hegemonicos e perifericos na arte no mesmo periodo.
Revista Eletrônica Da ANPHLAC, 2022
Resumo: Este artigo tem como objetivo principal analisar o diálogo sobre a I Bienal Latino-Americana de São Paulo, realizada em 1978, presente nos ensaios e textos publicados por Aracy Amaral e Marta Traba, duas grandes intelectuais da crítica de arte latino-americana. Além disso, procura-se investigar como as intelectuais estudadas trataram o ambiente artístico-cultural de São Paulo no contexto dos anos 1970, bem como entender as suas participações na realização do evento. Com os aportes da História Intelectual e da História Social da Arte, busca-se compreender a intricada relação entre arte e história, cultura e poder. Supõe-se que a I Bienal Latino-Americana de São Paulo representou um passo importante da instituição na aproximação cultural com os países vizinhos, ao mesmo tempo que se intentava consolidar a cidade como um importante polo cultural para a América Latina por meio das artes.
Territórios da Arte Latino-Americana
Revista ARA
O Território, de acordo com o geográfo Milton Santos, apresenta-se de forma dinâmica, formado pela sobreposição de atividades e esferas da vida política, econômica e social, uma conjuntura de múltiplas forças, que atua em graus e poderes distintos, redesenhando-o constantemente, por meio das relações de horizontalidade e verticalidade. A partir destas definições, estruturam-se comparações e reflexões críticas sobre a arte na América Latina, por meio dos modos aplicados pelas artes. Tais práticas interpretadas por intelectuais, curadores e escritores em entrevistas, com a finalidade de apreender as dinâmicas atuais acerca do que se compreende por arte latino-americana, e questionar a natureza das ações neste campo, aparentemente norteada exclusivamente por práticas de mercado, em relações verticais.
Arte e imperialismo na América Latina
Cadernos PROLAM/USP
Este trabalho apresenta um breve panorama da arte latino-americana, entre as décadas de 1950 a 1970, levando em consideração as principais transformações no campo artístico no período. Esta análise se pauta em uma leitura geral da implantação dos primeiros equipamentos culturais modernos, que tem como pano de fundo a penetração das ideologias construtivas atreladas aos projetos desenvolvimentistas. Em seguida, busca refletir sobre o advento da arte experimental, a partir do estudo de caso de proposições elaboradas por artistas conceituais. Esse exame parte de um repertório teórico relevante para a sedimentação das principais correntes do pensamento artístico e político da região. A análise permite ampliar os relatos da história da arte para além da unicidade do objeto, ao inscrevê-lo em um diálogo multifocal.
Um sistema das artes visuais latino-americanas em circuitos transregionais e práticas colecionistas
O gênio Morin e sua influência nas Comunicações e nas Artes, 2022
Portal de Livros Abertos USP: https://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/929 Este trabalho traz um panorama da constituição de um sistema da arte latino-americana circunscrito a um espaço de circulação transregional das ideias, das obras, dos artistas, numa relação histórica com os fluxos de capital, as tramas geopolíticas, em que a prática colecionista tornou-se fator determinante. Primeiramente, apresenta-se uma visão mais ampla das mudanças do status da arte conforme seu contexto e os agentes envolvidos nos processos de legitimação, os quais autores desde Plínio, o Velho; Vasari; até Danto, Becker e Moulin, buscaram compreender suas distintas configurações e dinâmicas de agenciamento entre “sistemas” e “mundos” da arte. Em seguida, com base na produção historiográfica e da crítica de arte latino-americana, como a de Marta Traba, Juan Acha e Aracy Amaral, é aprofundado o processo de formação e consolidação de um circuito da arte da América Latina em âmbito regional e internacional. Neste ponto, por meio de informações levantadas principalmente em textos de catálogos de exposições e reportagens na mídia, são destacados alguns colecionadores privados cuja dimensão pública de suas personalidades e de suas coleções tiveram grande importância no processo de valorização da arte latino-americana como bem cultural e mercadoria, entre “lances” do mercado da arte, e os dilemas contemporâneos de determinação da arte em termos extra-artísticos.
Cruzando fronteiras: imagens da nacionalização da arte no Brasil e na Argentina oitocentista
Cruzando fronteiras: imagens da nacionalização da arte no Brasil e na Argentina oitocentista, 2024
Este artigo aborda a nacionalização da arte no Brasil e na Argentina oitocentista, tomando as produções do artista Johann M. Rugendas como um antecedente deste processo. Analisa-se como seus registros foram importantes fontes temáticas e iconográficas que compuseram um repertório para os futuros artistas nacionais, aspecto observado a partir da aproximação de algumas pinturas como A primeira missa em São Vicente (1845-6) e El Malón (1834); e A primeira missa no Brasil (1860) de Victor Meirelles, e La vuelta del Malón (1892) de Ángel Della Valle. Além das obras como fontes primárias, utiliza-se como fontes de pesquisa documentos de época e produções mais recentes do campo da história da arte. Palavras-chave: Identidade nacional. Século XIX. Arte brasileira. Arte argentina. Rugendas.
Atas do 14º..., 2019
Pensar sobre a arte produzida na América Latina resulta diretamente em refletir quanto a uma possível busca por unidade continental em sua representação artística. Não apenas por aproximação histórica dos acontecimentos e desfechos políticos que englobam desde o descobrimento até o processo de independência, mas toda a construção da história da arte baseada em transferência e adaptação de modelos externos em contextos locais. Desse modo, a busca por identidade latino-americana na arte se fez presente em diferentes momentos da historiografia artística do continente. Ao longo do século XX, sobretudo a partir da década de 1920, observa-se a busca por raízes culturais na arte por parte dos artistas latino-americanos, muitas vezes aliada à relação entre a produção artística e a política de seus países, permitindo o florescer de novas linguagens e proposições, contraditoriamente afinadas com as vanguardas internacionais e seu caráter "moderno", sob a influência de acontecimentos marcantes (políticos ou sociais), como, por exemplo, a Revolução Mexicana e o nascimento do Muralismo Mexicano, e a realização da Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922, no Brasil, e o consequente surgimento no movimento Modernista. Esses movimentos são marcados por certa dualidade entre identidade nacional e o moderno importado. O anseio por modernidade em muitos circuitos artísticos, como o latino-americano, não se mostrou como resultado direto do processo de modernização. Esses e outros movimentos conduziram os artistas à reavaliação da tradição artística da América Latina e à rejeição do período colonial e da cultura europeizada do século XIX, assim como ampliaram a valorização da tradição cultural popular, indígena ou de miscigenação africana, mesmo que contraditoriamente se mantivesse ligados a modelos artísticos externos. O movimento de redescoberta de tradições locais foi observado em
Notações para uma história da pintura na América Latina
Esboços - Revista do Programa de Pós-Graduação em História da UFSC, 2008
Este artigo é constituído de três notações para uma história da arte na América Latina, considerando o arsenal pictórico produzido entre meados de século XIX e primeira metade do século XX. Trata-se de empreendimento inicial que pretende delinear alguns sentidos para a imagem, especialmente considerando aquelas obras em que o corpo feminino apresenta de modo mais explícito certas sensibilidades e percepções inerentes ao pensamento plástico, bem como esboçar uma problemática sobre o arsenal imagético e suas possibilidades de abordagem, particularmente no que se refere a questões relacionadas à cronologia e anacronismo, texto e contexto, cópia e original, proximidade e distância, superfície e profundidade. Palavras-chave: História da arte; sensibilidades e percepções; imagem pictórica.