TAPYIA AMONDAWA: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR SOBRE AS REPRESENTAÇÕES SIMBÓLICAS (original) (raw)

Este artigo discute as representações simbólicas da tapyia (casa) para o povo Amondawa, por meio de uma abordagem interdisciplinar (Geografia Cultural, Linguística e Filosofia) busca aprofundar e/ou confirmar os estudos relacionados, especificamente, aos “marcadores territoriais”, de Almeida Silva (2010). Os fragmentos textuais utilizados neste trabalho foram coletados no banco de dados do Grupo de Pesquisa em Línguas e Culturas Indígenas, Centro de Estudos da Linguagem, da Universidade Federal de Rondônia. Cada povo tem sua identidade fundada na própria língua, no território, nos valores espirituais e culturais e organização social. Além disso, têm formas próprias de ensino e aprendizagem, baseadas na tradição oral do saber coletivo e dos saberes individuais. O conjunto desses fatores possibilita que a organização sociocultural do povo indígena seja diferente. Eis aí a Diversidade Cultural. Assim, o conhecimento das línguas indígenas, e, através delas, o conhecimento da experiência e do conhecimento acumulados pelos povos que as falam é de valor cultural e social inestimáveis, o que torna factível uma abordagem interdisciplinar, cujo conteúdo entrelaça-se na perspectiva da linguagem simbólica. Os Amondawa vivem na região central de Rondônia, na área indígena Uru-Eu-Wau-Wau. A língua está classificada no Tronco Tupi, Família Tupi-Guarani, Grupo Tupi Kawahib. Atualmente, o coletivo indígena conta com cerca de cem pessoas, entre jovens e crianças. Todos são falantes de sua língua materna e também se comunicam em português. Com a implantação da escola Amondawa crianças, adolescentes, jovens e mulheres estão em processo de aprendizagem da escrita em língua materna. Seus primeiros contatos com a sociedade não indígena datam de 1981.