A cidade política: mudanças e perspectivas (original) (raw)

A reinvenção da política na cidade—perspectivas para a governação urbana

Cidades, Comunidades e Territórios, 2006

Abstract: Este texto coloca-se como uma proposta de reflexão conceptual em torno dos possíveis novos sistemas de governação da cidade ocidental que surjam neste início de século. Procurando contribuir para uma maior clareza analítica-e mesmo prospectiva-...

A política e a cidade

Cadernos de Direito da Cidade - Série II, 2014

Uma discussão acerca dos conceitos de política, biopolítica, participação, dissenso e insurgência.

As cidades e a participação democrática: possíveis inovações na política urbana brasileira no pós-1988

DIREITO DA CIDADE, 2017

O Estatuto da Cidade foi o resultado dos debates surgidos pelo chamado movimento municipalista, do qual participavam associações de moradores, entidades de classes profissionais, e demais órgãos da sociedade civil organizada. Esta lei ampliou, no plano formal, a atuação dos moradores no destino das respectivas cidades, uma vez que estes passaram, no pós 1988, a interferir na elaboração dos planos diretores dos municípios brasileiros. Esse quadro pode ser compreendido como a concretização de diretrizes internacionais que demandam o aprofundamento das possibilidades de participação, como por exemplo, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos do qual o Brasil faz parte. Contudo, ao longo dos anos que se seguiram à sua vigência, a participação, conforme os críticos do Estatuto, não passou de uma "ilusão". O presente artigo se propõe a discutir os fundamentos para a demanda da participação, as perspectivas para a participação democrática brasileira na atualidade, assim como algumas possíveis inovações, tudo na seara da política urbana. Para tanto, revisa autores da Ciência Política, Direito e Planejamento Urbano, e as leis correlatas ao tema. A título de considerações, identifica um possível envolvimento da justiça eleitoral na organização de um novo espaço de participação, no qual o instrumento não é o voto, mas a própria voz do cidadão quando o mesmo é qualificado e identificado, no momento de escolher os membros do respectivo conselho da cidade.

Mudança ou transformação na cidade: uma abordagem preliminar

1994

Na atualidade, mais do que em toda a Hist6ria da Humanidade, 0 urbano e 0 processo que 0 gera, a urbanizacao, se impregna de movimento, mudaneas e transformacces que a Sociedade mesma the impOe. Tempo e espaco se amalgamam, acelerados por forcas acumuladas na urbaniza~ilo preterita, sendo vetores que demarcam as tendencies, desejos e pressoes em diferentes contextos e formacoes socio-espaciais. Espaco etempo, imbricados, projetam possibilidades e arranjos em todo

A cidade como espaço de realização da política

2017

Resumo: Neste texto, discute-se a cidade como espaco de realizacao da politica enquanto objeto de equalizacao do poder. Para isso, foi necessaria uma aproximacao dos perfis de poder estabelecidos nas relacoes produtoras e reprodutoras de estrategias de acesso, manutencao e criacao do dominio de uns sobre os outros, historicamente preservada pela logica de transformacao de espacos em territorios de poder. De modo que essas estrategias, para serem reconhecidas e aceitas como elementos politicos, precisam reproduzir consenso, dissenso e dissuasao entre individuos, categorias, classes e culturas. Assim, para abarcar todos os ângulos dos problemas propostos, antes, foi importante descobrir e relacionar os objetos teoricos as contradicoes constituidas na diacronia da essencia da politica. Nessa perspectiva, por se tratar de uma pesquisa bibliografica direcionada a compreensao teorica e abstrata da evolucao da linguagem politica no âmbito do espaco urbano, opta-se pelo metodo logico-dialet...

A política, o urbano e as escalas: alguns intercâmbios possíveis

Anais do IV Seminário Urbanismo e Urbanistas no Brasil, 2019

A vasta produção acadêmica sobre o intercâmbio urbano-político é consolidada na medida em que a reflexão crítica sobre o espaço se configura também como uma elucubração política. Todavia, o trabalho apresentado neste artigo visa tomar como ponto de partida outra configuração: pensar primeiramente a política para depois analisar como ela se traduz no ambiente construído, alterando a tessitura urbana, seja ela global, citadina ou do cotidiano. Provém, portanto, da vontade de explorar a relação entre a política e a arquitetura urbana para além das leis e normas vigentes, mas sim nas práticas veladas e desveladas. Nesse contexto, o artigo tem como objetivo exibir uma aproximação da arquitetura urbana com a política em cada uma das escalas lefebvrianas, visto que não é do interesse traçar um intercâmbio geral. Para tanto, apresenta-se a revisão bibliográfica do arcabouço teórico do urbano (2008) e das escalas (1999), propostas por Lefebvre, e da política (1996), desenvolvida por Rancière. Após a introdução dos conceitos que guiam o artigo, esse se estrutura em três partes: na primeira, a escala G (Global) dialoga com a noção de justiça global e o traçado dos territórios nacionais; por outra perspectiva, a escala M (Misto) apresenta a escala da cidade, em interlocução com as ocupações dos grandes centros urbanos; e a escala P (Privado), do cotidiano, apresenta a desigualdade de gênero na divisão das atividades domésticas. Cada uma dessas escalas possuem uma teórica de base (Fraser, Butler e Muxí, respectivamente) para então explorar as referências. Os exemplos, servem de aparato para uma melhor elucidação do intercâmbio teórico da tríade conceitual proposta.

A cidade, a política e a mutação da arte

Arquitextos - Vitruvius, 2017

As ruas podem ser o plano de imanência de um conceito de imagem politizada, substituindo a política espetacularizada. Para chegarmos ao que seria uma política não espetacularizada praticada no espaço urbano a partir de signos imagéticos precisamos compreender a relação entre imagem e poder, ou seja, entre uma manifestação sensível, corpórea (o objeto ou a imagem) e forças transformadoras da experiência de mundo (transcendentes ou intelectuais). Eu gostaria de sugerir que quando essa relação entre o sensível e o poder ocorre de forma não opressora e aberta a múltiplas possibilidades, estamos diante de arte.

Mudanças e permanências na cultura política das metrópoles brasileiras

Dados, 2009

A relação entre as esferas econômica e cultural nas ciências sociais permite uma miríade de abordagens teóricas. Recentemente, vários são os cientistas sociais que vêm apontando mudanças nas atitudes e nos valores que orientavam o comportamento político relacionado à cidadania convencional (Marshall, 1967) nas sociedades mais avançadas do capitalismo como consequência das mudanças estruturais iniciadas na segunda metade da década de 1970, com a reestruturação produtiva e a globalização econômica (ver, entre outros,

A cidade e a política conforme a natureza

Revista De Filosofia De La Universidad De Costa Rica, 2008

The paper intends to settle a relationship of reciprocal elucidation between two surprising platonic utterances. The first one, in Republic (428 E), is "a city established on principles of nature" (kata physin oikistheisa polis); the second one, in the Statesman (308 D), speeks about a "the true natural art of statecraft" (kata physin alethos ousa politike). The comprehension of the two platonic formulas, in their contexts, allows to verify the coherence of the political thought of Plato in his late works.