A PRODUÇÃO CULTURAL NA PERSPECTIVA DA TEORIA CRÍTICA (original) (raw)
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TEORIA CRÍTICA, CULTURA E EDUCAÇÃO: PERSPECTIVAS CONTEMPORÂNEAS
O presente artigo tem por objetivo resgatar os pressupostos fundamentais da teoria crítica na concepção da Dialética do Esclarecimento, enfatizando a abordagem da dialética da cultura sob o viés educativo. Sendo assim, essa abordagem da teoria crítica analisa a cultura como instrumento ideológico de dominação, mas também enquanto possibilidade de libertação. É nesses termos que a abordagem da teoria crítica mostra-se relevante em um exame do panorama contemporâneo da educação. Os estudos culturais gestados pelos antigos membros da Escola de Frankfurt tornam-se revitalizados quando abordados sob o viés de uma pedagogia crítica, como o fez Giroux, orientando a pesquisa educacional através da crítica aos modelos de ensino tradicionais. Com efeito, em virtude da crítica contundente ao capitalismo aliada a uma abordagem histórico-dialética da realidade, a Teoria crítica torna-se apta a fundamentar uma análise dos fenômenos culturais e educacionais que tenha como horizonte tanto o caráter reprodutivista da educação quanto o seu potencial emancipatório.
A Produção do Conceito Cultura
"Não há um consenso sobre a definição de cultura entre os antropólogos, embora pareça existir um consenso sobre cultura estar intimamente ligada ao simbólico. Aceitamos a ideia de que a construção de conceitos é influenciada pelo contexto histórico no qual os estudiosos envolvidos nesta construção estão inseridos. Os pesquisadores que pretendiam estabelecer uma definição do conceito cultura adaptaram as noções desse conceito a fim de dar conta ou suprir as preocupações dominantes de sua época. Logo, a busca por uma única definição do termo cultura pode contribuir muito pouco. Desde o surgimento da primatologia japonesa que ocorreu na década de 1960, o termo ‘cultura’ vem sendo utilizado pelos cientistas que pesquisam o comportamento de macacos e grandes primatas, provocando assim uma discussão entre antropólogos e primatólogos quanto aos limites da utilização do termo ‘cultura’ para explicar o comportamento. Para esses pesquisadores, cultura seria o comportamento transmitido não geneticamente através dos membros mais experientes para os membros menos experientes que resultaria na mudança de comportamento deste último. Nosso interesse neste artigo não é chegar a uma definição do conceito cultura. Nosso interesse está em discutir se o termo cultura é usado pelos cientistas ditos modernos, que estudam o comportamento dos grandes primatas, de maneira purificada de acordo com a Antropologia da Ciência."
PERSPECTIVA CULTURAL NA ÁREA DA TRADUÇÃO LITERÁRIA
Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental: Narrativas, Naturezas e Memórias, 2018
Este estudo tem por objetivo discutir acerca da importância do fator cultural no processo tradutório, sobretudo no que diz respeito à tradução interlingual, evidenciando algumas das estratégias utilizadas pelos tradutores ao realizar a tradução de uma obra literária, considerando-a perspectiva cultural. Para validar a premissa de que a cultura influencia no trabalho dos tradutores, opta-se pela pesquisa qualitativa, partindo de interpretações de orientação bibliográfica, baseando-se em teóricos da tradução e dos estudos culturais, assim também como teóricos da sociologia e da sociolinguística. Ao final, esta pesquisa busca demonstrar para os estudantes de Letras e áreas afins, a interação entre tradução, língua e cultura no âmbito da tradução literária, assim, lançando um olhar sobre o processo tradutório e demonstrando a importância do tradutor, como um agente difusor da cultura de países estrangeiros, visto que os brasileiros têm o privilégio de ler várias obras literárias, de diferentes cânones e idiomas, graças, as estratégias de tradução e ao profissional tradutor.
CRÍTICA DA CULTURA E SOCIEDADE: A TEORIA CRÍTICA COMO POSSÍVEL REFERÊNCIA PARA PESQUISA EDUCACIONAL
Um dos modelos teóricos desenvolvidos pela Teoria Crítica, especificamente a crítica à instrumentalização da razão, entende que a racionalidade surgida do processo Iluminista, que propunha a libertação do homem das forças obscurantistas do mito, foi frustrada pela adoção dos métodos positivistas da pesquisa quantitativa que mais tarde se converteu na racionalidade instrumental. Esta é caraterizada pelo domínio da natureza através da visão analítica do objeto de estudo, justificando certas práticas de dominação como necessárias ao progresso e ao desenvolvimento social. Logo, a crítica contundente da Teoria Crítica ao positivismo surge como um instrumento de contestação da ordem vigente bem como da racionalidade que a sustenta, contribuindo para um movimento em prol da emancipação do sujeito das forças hegemônicas da sociedade.
TEORIA TRADICIONAL VS TEORIA CRÍTICA DO CURRICULO
Os estudos curriculares nos remetem ao estudo das teorias de currículos. As teorias de currículo são três: tradicional, crítica e pós-crítica. As teorias tradicional e crítica são as que nos propusemos tratar delas neste artigo. A teoria tradicional é aquela que é considerada como sendo a mais antiga e a mais aderida para os vários sistemas de ensino e que se acomodam com uma supervalorização dos professores que são tidos como os detentores do conhecimento e vão repassando aos seus alunos. Enquanto que a teoria crítica é das recentes e procura colocar no centro das atenções do ensino e aprendizagem a figura do aluno. Sublinha esta teoria que o professor apenas incentiva o que o aluno vai descobrindo nas suas investigações. É de capital importância que as instituições encarregadas para a gestão escolar e do ensino façam escolhas acertadas e que impulsionem o desenvolvimento da sociedade. O trabalho que se desenvolve neste artigo remete-nos para duas realidades de currículos baseados nas teorias tradicional e crítica.
A CULTURA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA PERSPECTIVA DA ÉTICA DA LIBERTAÇÃO
ZANCO, A.; CAOVILLA, Maria Aparecida Lucca A CULTURA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA PERSPECTIVA DA ÉTICA DA LIBERTAÇÃO. REVISTA JURIDICA DA FA7 (ONLINE). , v.17, p.51 - 63, 2020., 2020
Este artigo analisa e descreve como a cultura do desenvolvimento econômico está se expandindo de forma a ignorar as características intrínsecas aos seres humanos e à natureza, valorizando, consequentemente, a busca incessante de lucro, resultando em contextos desiguais na América Latina. A ética da libertação, de Enrique Dussel, e a ideia de bem-estar social, de Amartya Sen, podem ser alternativas ao desapego de conceitos desenvolvimentistas falaciosos. Neste sentido, busca-se demonstrar que as relações entre os seres humanos, a natureza e o capital devem ser revistas, a fim de promover a igualdade, o bem-estar e o bem comum por meio de um desenvolvimento libertador.
A PRODUÇÃO DE TEXTO NA PERSPECTIVA DA ESCRITA CRIATIVA
Diálogo das Letras, 2015
A Escrita Criativa (Creative Writing), desde o século XIX, tem sido usada como escola para escritores, mas pouco conhecida e explorada no Brasil. A base desta metodologia está na análise e discussão de textos literários, seguida da produção, discussão e revisão textual. São necessários suportes da teoria e crítica literária e conhecimento textual. A maioria das referências está em inglês, mas o que talvez seja empecilho maior para a aceitação da sua metodologia no Brasil no âmbito acadêmico é que os manuais são apresentados em uma linguagem formal, porém, não acadêmica, o que pode dar a impressão de caráter pouco científico. Mesmo assim, julgamos que a proposta pode auxiliar no trabalho do ensino de textos.
A SEMIÓTICA DA CULTURA E OS CONCEITOS DE FUNÇÃO PRAGMÁTICA E FUNÇÃO HEDÔNICA
Resumo: Propõe-se una teoria semiótica que distingue a cultura em seu sentido antropológico, ou cultura lato sensu (conjunto das práticas humanas não estritamente biológicas, compreendendo tudo o que o homem cria ou transforma) da cultura stricto sensu (conjunto das práticas simbólicas ligadas à interpretação do mundo). A cultura stricto sensu constitui ainda uma noção intuitiva, confundindo-se com a arte, a erudição e o conhecimento gratuito, mas não restringindo-se a eles, uma vez que inclui as artes e espetáculos em geral, os espetáculos esportivos, a divulgação do conhecimento científico e a divulgação do conhecimento revelado. Com base na filosofia de Epicuro e na teoria das modalidades de Greimas, demonstra-se que, enquanto as demais atividades humanas servem basicamente para “afastar a dor”, a cultura stricto sensu funda-se na busca do prazer. Para tanto, propõem-se os conceitos de função pragmática (evitar/eliminar o sofrimento) e função hedônica (proporcionar prazer) para explicar a natureza de todas as práticas humanas. Define-se assim a cultura stricto sensu como o conjunto dos discursos sociais cuja função principal ou única é a função hedônica. A partir dessa teoria, reformulam-se as estruturas modais dos discursos sociais enunciadas pela sociossemiótica e dividem-se todas as atividades humanas em cinco categorias básicas — ciência, arte, religião, esporte e técnica —, com base nas quais sistematiza-se todo o universo do humano. Como conclusão, a ciência, a religião, a arte e o esporte “puros” constituem a cultura stricto sensu; já a ciência, a religião, a arte e o esporte aplicados são os geradores/alimentadores das técnicas. As quatro formas de cultura podem ser articuladas aos quatro processos cognitivos humanos: sensação, intuição, razão e emoção. Resulta daí que também a ciência e a religião puras são formas de “entretenimento”, isto é, de proporcionar prazer.