Sócrates e o Prazer (original) (raw)

Prazer e Dor Na Coceira De Sócrates

Prometeus, 2022

RESUMO: Neste breve artigo serão consideradas comparativamente as passagens dos diálogos platônicos Fédon (Pl. Phd 60b1-5) e Filebo (Pl. Phlb 46a8-11) nas quais Sócrates recorre à atitude comum de coçar a pele como ponto de partida para reflexões sobre a relação interdependente do prazer e da dor, mediada pelo corpo. As duas passagens serão estudadas pela lexicografia, no estudo dos termos gregos empregados pelo filósofo em comparação com o sentido das traduções em português utilizadas. Essa abordagem servirá para investigar a natureza comum de ambas sensações, contribuindo para o ensino de Platão nos gestos e palavras de Sócrates.

Platão e Sócrates

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Heitor dos Prazeres

MODOS: Revista de História da Arte, 2021

O texto tem como objetivo levantar as condições de produção da obra pictórica de Heitor dos Prazeres, na condição de artista instaurador de territorialidade simbólica, e fazer a crítica do pensamento colonial, que requer qualidade universal ocidental das obras, identificando Prazeres como descendente de africanos escravizados, portanto, “primitivo”.

Sócrates e as Leis

É bem conhecida entre os filósofos a passagem de Nietzsche a respeito do encontro de Sócrates com "um estrangeiro que entendia de rostos". Foi este homem que disse ao ateniense, em público, que ele era um monstrum. Mas ouviu uma república inesperada: 'o senhor me conhece'. 1 Na verdade, o episódio diz respeito ao aval de Sócrates à profissão do persa Zopyros, aquele que entendia da alma a partir de olhar rostos. Desmentindo Alcebíades, que se irritou com Zopyros quando este apontou para Sócrates como sendo alguém de alma vil, o mestre revelou seu segredo, até então não percebido por ninguém: ele havia chegado a ser o que era, um homem exemplar, pelo controle total dessa sua índole, bem conhecida por ele próprio. 2 Sócrates se entendia como um homem em busca de si mesmo e, então, transformado continuamente por essa busca.

O exemplo de Sócrates

Discurso, 2019

Um tópico de interesse permanente em relação a Sócrates é a determinação dos melhores termos para o entendimento da articulação entre sua vida e sua prática filosófica. O presente artigo busca ensaiar uma discussão introdutória desta questão. Nesse sentido, parte-se de uma restituição, em largos traços, do testemunho das três principais fontes diretas, avança-se daí até algumas formulações atuais centradas no tema do exame para, por último, considerar a matéria à luz da morte de Sócrates e dos desdobramentos que seu exemplo quanto a isso ensejou, já no âmbito das escolas helenísticas.

O Sócrates de Hannah Arendt

Trans/Form/Ação

Resumo: Com o fito de compreender as noções de história e juízo político, este artigo pretende mostrar a peculiar interpretação que Hannah Arendt faz da mais conhecida e discutida personalidade filosófica: Sócrates. Assim como outras ideias, tais como a de banalidade do mal, a natureza do terror totalitário e de espaço público, sua estrita pintura do filósofo grego nos demanda a tarefa de discriminar a diferença entre pensamento e ação. Seria acaso o juízo a ponte entre as atividades de pensamento e da ação política? A preocupação, neste ensaio,é a de mostrar como Hannah Arendt estava procurando por um modo autêntico de filosofia política, cujo maior exemplo seria Sócrates. No mesmo sentido, também se debruça acerca do significado do juízo reflexionante, ideia bastante fecunda em sua obra que permanece ainda bastante alusiva.

Sócrates, o eu e as Leis

É bem conhecida entre os filósofos a passsagem de O crepúsculo dos ídolos em que Nietzsche fala do encontro de Sócrates com "um estrangeiro que entendia de rostos". Foi este homem que disse ao ateniense, em público e sem pudor, que ele era um monstrum. Mas então ouviu uma réplica inesperada: 'o senhor me conhece'. 1 Na verdade, o episódio diz respeito ao aval de Sócrates à profissão do persa Zopyros, aquele que entendia da alma a partir de olhar rostos. Desmentindo Alcebíades, que se irritou com Zopyros quando este apontou para Sócrates como sendo alguém de alma vil, o mestre revelou seu segredo, até então não percebido por ninguém: ele havia chegado a ser o que era, um homem exemplar, pelo controle total dessa sua índole anterior, bem conhecida por ele próprio. 2 Sócrates se entendia como um homem em busca de si mesmo e, então, transformado continuamente por essa busca.

Platão - Apologia de Sócrates

Primeira Parte-Sócrates apresenta sua defesa I O que vós, cidadão atenienses, haveis sentido, com o manejo dos meus acusadores, não sei; certo é que eu, devido a eles, quase me esquecia de mim mesmo, tão persuasivamente falavam. Contudo, não disseram, eu o afirmo, nada de verdadeiro. Mas, entre as muitas mentiras que divulgaram, uma, acima de todas, eu admiro: aquela pela qual disseram que deveis ter cuidado para não serdes enganados por mim, como homem hábil no falar. Mas, então, não se envergonham disto, de que logo seriam desmentidos por mim, com fatos, quando eu me apresentasse diante de vós, de nenhum modo hábil orador? Essa me parece a sua maior imprudência, se, todavia, não denominam "hábil no falar" aquele que diz a verdade. Porque, se dizem exatamente isso, poderei confessar que sou orador, não porém à sua maneira. Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram de verdade; mas, ao contrário, eu vo-la direi em toda a sua plenitude. Contudo, por Zeus, não ouvireis, por certo, cidadão atenienses, discursos enfeitados de locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente com as palavras que me vieram à boca; pois estou certo de que é justo o que eu digo, e nenhum de vós espera outra coisa. Em verdade, nem conviria que eu, nesta idade, me apresentasse diante de vós, ó cidadãos, como um jovenzinho que estuda os seus discursos. E todavia, cidadãos atenienses, isso vos peço, vos suplico: se sentirdes que me defendo com os mesmos discursos com os quais costumo falas nas feiras, perto dos bancos, onde muitos de vós tendes ouvido, e em outros lugares, não vos espanteis por isso, nem provoqueis clamor. Porquanto, há o seguinte: é a primeira vez que me apresento diante de um tribunal, na idade de mais de setenta anos: por isso, sou quase estranho ao modo de falar aqui. Se eu fosse realmente um forasteiro, seu dúvida, perdoaríeis, se eu falasse na língua e maneira pelas quais tivesse sido

O processo de Sócrates

Claude Mossé, 1989

A helenista francesa Claude Mossé faz a contextualização histórica do processo que levou o filósofo Sócrates à morte.