Plantas medicinais usadas pelos moradores das áreas urbana e rural de Luziânia, Goiás, Brasil (original) (raw)
O Brasil tem flora megadiversa, sendo o Cerrado a savana mais rica em espécies do mundo. Ademais, o uso de plantas medicinais é prática comum e tradicional na população brasileira. Por isso, é esperado que populações de cidades históricas, localizadas no Cerrado, tenham vasto conhecimento etnobotânico. Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de registrar as plantas medicinais utilizadas por moradores de Luziânia (GO), Brasil, e avaliar seus perfis socioeconômicos. Os moradores (18 da área urbana e 20 da área rural) foram selecionados pelo método “bola de neve”, realizaram-se entrevistas semiestruturadas com eles, que abordavam aspectos socioeconômicos e etnobotânicos. Dentre os entrevistados, 74,4 % eram mulheres, sendo adultos e idosos os maiores conhecedores, e 71 % tinham Educação Básica incompleta. A maioria cultivava as plantas em quintais e citou as folhas como o principal órgão utilizado. Os entrevistados da área urbana e rural se diferenciaram quanto à forma de obtenção do conhecimento (c2= 10,367; p < 0,05), pois a origem do conhecimento deu-se da família, da leitura e de terceiros na área urbana e preponderantemente da família na área rural. Os entrevistados citaram 95 espécies, não havendo diferença estatística na quantidade de exóticas e nativas. Porém, as espécies referenciadas eram predominantemente exóticas. Lamiaceae, Asteraceae e Fabaceae foram as famílias mais representativas. O hábito herbáceo foi o mais comum. As espécies mais usadas foram Lippia alba (erva-cidreira), Mentha arvensis (hortelã), Dysphania ambrosioides (mastruz) e Plectranthus barbatus e Plectranthus grandis (boldo). Os principais problemas tratados com as plantas medicinais foram resfriado, má digestão, estresse e problemas respiratórios.