A escola como espaço/tempo de negociação de identidades e diferenças (original) (raw)
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Territórios educativos e mecanismos de lidar com a diferença na escola
2011
Pretendemos, nesta comunicação, dar conta duma investigação a decorrer no CIID-IPL (www.ciid.ipleiria.pt) que compara as práticas de Professores e de Técnicos Superiores de Serviço Social (TSTS) em dois Territórios Educativos do concelho de Leiria 1 : um Território Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP) e um Agrupamento Escolar que tem sustentado uma "Oficina de Comportamento" a par do currículo formal e experimentado um Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família (GAAF) do Instituto de Apoio à Criança (IAC) como meio de mediação sociopedagógica. Em ambos os territórios, as funções de mediação têm sido desempenhadas por professores e TSTS, um com mais autonomia para sustentar mediadores, outro que tem privilegiado o projecto educativo como gerador de créditos horários para afectar professores ao trabalho de mediação. montante dos problemas, resultante da (in)comunicação entre os agentes educativos e os alunos e suas famílias, bem como entre os diferentes alunos.
Um caminho para atender às diferenças na escola
Educação e Pesquisa, 2010
In 1999 the Rio de Janeiro Council for Jewish Education set in motion the Innovative Education Program (PIE) at the Israeli Schools of Rio de Janeiro with the purpose of following the recent trends of Brazilian education. The present work has as its objective to analyze the changes occurred in the school atmosphere since the onset and implementation of the program at a Jewish school in Rio. The program's central idea is to work with the concepts of active learning and multiple intelligences as proposed by Piaget, Dewey, and Gardner. To analyze the PIE we used a qualitative approach with the participants of the study through semi-structured interviews and observations in classrooms of the 1st to 5th years of fundamental education. The analysis of the data was based on the theoretical framework. The results indicate that, after the implementation of the program, the professionals involved gained in motivation to search for information and refresh their knowledge in order to attend to the differences between the pupils, making use of diversified strategies and thus encouraging a more dynamic work that facilitates the development of students' autonomy. In terms of difficulties faced in the development of the program, there was mention to the need to revise timetables, and to the fact that teachers now have to go through more extensive curricula. The school is still in the process of adapting to this innovative program, and therefore it is very important that the professionals involved constantly reevaluate the development of the program, trying to identify modifications and alternatives as difficulties arise.
Espaços e tempos de escolarização
Linhas Críticas
O objeto de estudo é a escola. O artigo problematiza como a escola contemporânea e nela o dispositivo disciplinar da vigilância produzem efeitos sobre os corpos. Trata-se de uma pesquisa pós-crítica. Os instrumentos de produção de dados foram: fotografias e o diário de campo. Infere-se que a escola é uma maquinaria, que através do dispositivo disciplinar da vigilância produz, na instituição pesquisada, corpos que se movimentam, mas que silenciam, são obedientes, consumistas, participativos, polícia de si e dos outros, corpos que se encontram, que resistem e constroem linhas de fuga.
DIÁLOGOS SOBRE ESCOLA E DIFERENÇA: UMA PERSPECTIVA INTERSECCIONAL SOBRE O COTIDIANO ESCOLAR
RESUMO O presente trabalho pretende pensar os limites e possibilidades da escola no combate as violências (re)produzidas a partir de noções de diferença. Em meio a violências e resistências, o espaço escolar é colocado como lugar onde a teia do poder cria embaraços e caminhos. Utilizo como local de partida olhares trazidos por professoras que foram alunas do curso Gênero e Diversidade na Escola (GDE/UFRJ-2014), levantando questões que desejam desafiar os olhares dicotômicos, que hora colocam a escola como espaço de manutenção e reprodução de opressões, hora como espaço de superação dos preconceitos e de possibilidade de construção de uma sociedade mais justa. Proponho que a escola seja tudo isso, em relações que se mostram complexas e contraditórias. Partimos dos relatos dessas professoras para analisar as relações de gênero e sexualidade, em diálogo com conceitos outros que também se debatem sob o guarda chuva da diversidade, tais como raça, classe e local de moradia, buscando compreender de que formas se articulam produzindo formas diversas de exclusão, marginalização, mas também de possibilidades e agências. ABSTRACT The present work intends to think the limits and possibilities of the school in the fight against the violence (re) produced from notions of difference. In the midst of violence and resistance, school space is placed as a place where the web of power creates embarrassments and pathways. I use as a starting point the looks brought by teachers who were students of the course Gender and Diversity in the School (GDE / UFRJ-2014), raising questions that wish to challenge dichotomous looks, which place the school as a space for the maintenance and reproduction of oppressions, and also as a space for overcoming prejudices and the possibility of building a more just society. I propose that the school be all this, in relationships that are complex and contradictory. We start from the reports of these teachers to analyze gender relations and sexuality, in dialogue with other concepts that also debate under the umbrella of diversity, such as race, class and place of dwelling, trying to understand what forms are articulated producing different forms exclusion, marginalization, but also possibilities and agencies. INTRODUÇÃO Neste artigo, utilizo a experiência do curso GDE realizada em 2014, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para pensar os desafios e possibilidades que se apresentam no cotidiano escolar. O referido curso foi construído e direcionado a profissionais da educação, especialmente docentes da escola pública. O objetivo principal era a construção de novas práticas pedagógicas que pudessem lidar com as violências ligadas à gênero, raça e sexualidade.
A Produção Das Diferenças Pela Escola
2009
Sabemos que a escola recebe ano a ano alunos diferentes entre si. Cada um com as suas peculiaridades culturais, étnicas, religiosas, sociais. A idéia de respeitar essa diversidade torna-se incongruente com a proposta de se trabalhar de maneira homogênea, ou seja, com objetivos únicos, currículo determinado. Pode-se considerar que essa é uma especificidade da escola no século XXI das mais desafiadoras, pois pressupõe uma mudança quase que total na organização do currículo em nossas instituições educativas. Como trabalhar essa diversidade na escola de forma que esta não seja uma produtora (discriminatória) de diferenças? É possível tratar igualmente os diferentes? Levando-se em consideração que seja possível trabalhar um currículo diferenciado, ajustado às peculiaridades de cada aluno, como fazê-lo sem promover (ou chancelar mesmo que implicitamente) a discriminação e a exclusão? É possível desenvolver estratégias de inclusão em escolas tradicionais, sem mudar suas características de ...
Vinculo, 2009
RESUMO O presente artigo tem como objetivo discutir a importância da configuração grupal na instituição escolar. Partimos da premissa da escola como uma instituição não familiar-principalmente por seu caráter social amplo-, o que demarca uma diferença radical entre o grupo família e o grupo escola. Apesar das instituições família e escola refletirem uma verticalidade dissimétrica entre adultos e crianças, o grupo-classe configura o pertencimento a um grupo horizontal e certa homogeneidade. A partir disto, pretendemos explicitar a necessidade de que o educador perceba que seu trabalho pedagógico ocorre em grupo e que, sendo assim, é necessário manejar as relações grupais para que o processo de ensino-aprendizagem possa se efetivar.
Mudanças De Contexto e Negociações De Identidades Em Sala De Aula
REVISTA EIXO, 2014
O presente artigo defende que os estilos de fala adotados pelos interagentes são construídos no contexto, levando-os a projetarem ou a negociarem identidades no curso da interação. Pretende-se demonstrar os resultados de uma investigação etnográfica no contexto de sala de aula em uma instituição de Ensino Superior. O objetivo do trabalho é revelar como as identidades são negociadas por meio do estilo de fala e como os interagentes sinalizam pistas de contextualização, que os enquadram no contexto situacional. Este estudo se situa-se no quadro da Sociolinguística Interacional e incorpora contribuições das noções de contexto defendidas por Duranti & Goodwin, assim como das concepções cognitivistas defendidas por van Dijk. Ademais, pretende-se revelar como o contexto em curso determinará a escolha de um estilo de fala mais formal ou menos formal pelos professores colaboradores e como as identidades dos professores e dos alunos são negociadas no momento da interação. Para realizar este estudo, foram feitas microanálises etnográficas por meio de filmagens de aulas com observação participante, totalizando corpus de, aproximadamente, duas horas de aulas gravadas. Como resultados desta pesquisa, pode-se indicar que a ideia de uma identidade fixa não constitui mais uma realidade no mundo pós-moderno. Por essa razão, as identidades fluidas e líquidas, defendidas por Giddens e Bauman, aplicam-se ao contexto desta pesquisa, uma vez que o contexto em curso determinará as negociações ou as invocações/projeções de identidades pelos professores colaboradores.