Telejornalismo e Memória: Narrando a Cidade Pelas Histórias De Vida (original) (raw)

TELEJORNALISMO E MEMÓRIA: NARRANDO A CIDADE PELAS HISTÓRIAS DE VI

As histórias de vida de jornalistas e radialistas que trabalharam ou ainda atuam em televisão são a chave para a compreensão de facetas da construção da notícia e da forma como as rotinas e as subjetividades desses profissionais determinam a representação do espaço público. Na posição de entrevistados eles lançam mão dos artifícios da memória para narrar suas atividades e lançar alguma luz sobre a quase impossível tarefa de interpretar a realidade. Através de seus depoimentos, reflete-se sobre a relação entre a narrativa audiovisual e a representação urbana. Para dar suporte ao texto, a revisão teórica baseia-se em pressupostos da literatura sobre sociologia do jornalismo, tempo, memória, história oral e histórias de vida

01 Telejornalismo e memória: narrando a cidade pelas histórias de vida Telejournalism and memory: Telling the city by the stories of life

2013

The life stories of journalists and broadcasters who have worked or still work in television are the key to understanding facets of construction news and how the routines and the subjectivities of these professionals determine the representation of public space. In position interviewed they avail themselves of the memory devices to narrate their activities and shed some light on the almost impossible task of interpreting reality. Through his testimony, reflects on the relationship between narrative and visual representation urban. To support the text, the review is based on theoretical assumptions of the literature on the sociology of journalism, time, memory, oral history and life stories.

O contar sobre a cidade: a biografia e as memórias que distinguem o lugar

: Reflete-se sobre o papel das biografias na escrita das memórias da cidade com um paralelo entre Primavera em pleno outono: a jovem Olívia faz 80 anos!, de Wilson Gelbcke (2004), e Eu, Wittich Freitag, de Raquel S. Thiago (2000), para averiguar como memória, narrativas e paisagem cultural de Joinville aparecem nos discursos. Questiona-se a construção do contar biográfico, ressaltando as interferências dessas narrativas nas discussões de memória e patrimônio cultural, reforçando/negando os discursos oficiais da cidade. Como discurso oficial, tomamos como narrativa História de Joinville: crônicas da Colônia Dona Francisca, de Carlos Ficker (1965), importante influenciador do discurso que envolve Joinville. Telling about the city: biography and the memories that distinguish the place Abstract: We reflect about the role of biographies in the writing of city memories through a parallel between Primavera em pleno outono: a jovem Olívia faz 80 anos!, by Wilson Gelbcke (2004), and Eu, Wittich Freitag, by Raquel S. Thiago (2000), to examine how Joinville's memory, narratives and cultural landscape appear in the speeches. We interrogate the construction of the biographic telling, emphasizing the interferences of these narratives in the discussions about memory and cultural heritage, reinforcing/denying the city official speeches. As official speech, we selected the narrative História de Joinville: crônicas da Colônia Dona Francisca, by Carlos Ficker (1965), important influencer of the speech that involves Joinville. Palabras clave: paisaje cultural; biografía; literatura; Joinville (SC) El contar sobre la ciudad: biografía y las memorias que distinguen el lugar Resumem: Reflexionamos sobre el papel de las biografías en la escrita de las memorias de la ciudad con un paralelo entre Primavera em pleno outono: a jovem Olívia faz 80 anos!, de Wilson Gelbcke (2004), y Eu, Wittich Freitag, de Raquel S. Thiago (2000), para averiguar cómo memoria, narrativas e paisaje cultural de Joinville aparecen en los discursos. Cuestionase la construcción del contar biográfico, resaltando las interferencias de esas narrativas en las discusiones de memoria y patrimonio cultural, reforzando/negando los discursos oficiales de la ciudad. Como discurso oficial, tomamos como narrativa História de Joinville: crônicas da Colônia Dona Francisca, de Carlos Ficker (1965), importante influencia del discurso que envuelve Joinville

A Efemeridade e a Virtualização das Memórias da Cidade

2018

O presente estudo objetiva analisar de que modo sao construidas as memorias da cidade em ambientes virtuais, a partir do compartilhamento de informacoes por parte dos usuarios de redes sociais virtuais. Realiza uma discussao teorica a partir de conceitos como virtualizacao da memoria, memoria virtual e efemeridade. Apresenta e discute as potencialidades do aplicativo Foursquare enquanto meio de memoria das cidades. O Foursquare utiliza geolocalizacao para proporcionar vivencias com a cidade e possibilita aos seus usuarios compartilhar informacoes sobre o ambiente urbano. Compreende que a efemeridade faz parte do cotidiano dos cidadaos das grandes metropoles, seja na vivencia fugaz com a cidade ou no compartilhamento incessante de informacoes na web. O efemero e, assim, concebido como fenomeno que perpassa a vida dos sujeitos, seja online ou off-line. As memorias virtuais sao construidas sob a egide da efemeridade e, portanto, faz-se necessario repensar a forma de perceber a memoria ...

A Reportagem Jornalistica e a Memória - Histórias em Movimento

RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2016

O trabalho analisa a partir de diferentes campos do conhecimento: antropologia, etnografia, etnicidade, território, história e memória em suas diversas abordagens, e o gênero jornalístico reportagem, a perspectiva de construção de conhecimento interdisciplinar, identificando os pontos de convergência entre os campos. Utiliza metodologia etnográfica/interdisciplinar, focando o trabalho da jornalista Eliane Brum à luz do referencial teórico construído.

EM MEIO A CIDADE, OS REMANESCENTES DE UMA HISTÓRIA RURAL

O Município de Campinas conta na atualidade com boa parte de seu território rural preservado. Antigas fazendas e bairros rurais permanecem presentes no entorno da malha urbana, guardando testemunhos, práticas e tradições trazidas por populações que, no curso dos séculos XIX e XX, fixaram-se no município e região procedentes das mais variadas partes do mundo. Um passeio pelos distritos de Sousas e Joaquim Egídio (leste), pelos bairros rurais de Carlos Gomes (norte), Friburgo e Fogueteiro (sudoeste), ou ainda, pelo bairro rural de Pedra Branca (sudeste), é capaz de surpreender os viajantes mais exigentes ao revelar a permanência de saberes e fazeres centenários que deram forma a uma rica trajetória de produção, circulação e desenvolvimento cultural e tecnológico importante não apenas para o município, mas para o Estado de São Paulo e para o País.

Lugares Da Cidade Nos Contam História(S)

Revista Acadêmica Licencia&acturas, 2016

O artigo discute o papel desempenhado pelo ensino de História na Educação Básica através da utilização de elementos trazidos pela Nova História Cultural. Nessa perspectiva, buscamos relacionar como as noções do passado, concebidas pelo professor de História, relacionam-se com os conceitos de representação social, monumentalidade e produção da memória social. Através das relações possíveis existentes entre esses conceitos, acreditamos se tornar possível um ensino de História pautado não apenas no estudo das fontes tradicionalmente concebidas pela escola (livro didático, vídeos, etc.), mas também no exercício crítico de interpretação sobre os lugares de memória produzidos em diferentes momentos. Nossa pesquisa busca contribuir para a criação de novas estratégias de ensino-aprendizagem da História, propondo-se a levar para a sala de aula novos elementos simbólicos, como os monumentos históricos e outros diversos lugares de memória. Com isso acreditamos ser possível lançar outros “olhar...

BH 120 ANOS: temporalidades e memória em narrativas jornalísticas sobre aniversário de cidade

Anais do XXVIII Encontro Anual da Compós, 2020

Levando em consideração que o jornalismo pode ser considerado um dos agentes para a constituição da memória social (HUYSSEN, 2000; NORA, 1993), este artigo busca refletir sobre o duplo estatuto que se coloca em relação à narrativa sobre a efeméride aniversário de cidades em especiais jornalísticos, em que se evidenciam tanto o caráter de agenciamento da memória da cidade por parte do jornalismo quanto a tentativa do jornalismo estreitar seu pertencimento e vínculo à memória da cidade. Para tanto, analisa a narrativa do especial multimídia “BH 120 anos”, lançado pelo jornal Estado de Minas em 2017, por ocasião do aniversário de Belo Horizonte, buscando refletir sobre as temporalidades, o gesto de memória efetuado e as estratégias narrativas adotadas que permitem vislumbrar esse duplo movimento em relação à memória da cidade feito pela narrativa jornalística. Considering that journalism can be treated as one of the agents for the constitution of social memory (HUYSSEN, 2000; NORA, 1993), this article intent to reflect about the double status that is placed in relation to the narrative about the anniversary of cities made by journalistic specials, in which we can see both the character of the journalism as agent of the city's memory and the attempt of journalism to narrow its belonging and link to the memory of the city. To this end, it analyzes the narrative of the multimedia special “BH 120 anos”, made by the newspaper Estado de Minas in 2017, on the occasion of Belo Horizonte's anniversary, seeking to reflect about the temporalities, the memory gesture performed and the narratives strategies adopted that allow glimpse this double movement in relation to the memory of the city made by the journalistic narrative.

Arquivos Urbanos: Memória e Identidade na Cidade

Quaderns De Psicologia, 2011

Resumen O presente artigo apresenta uma metodologia de análise da paisagem urbana, desenvolvida sob uma perspectiva da memória como elemento fundamental na relação pessoa-ambiente. É a partir da memória que as pessoas relacionam-se consigo mesmas e com o mundo que as cercam. Mas a memória não é algo que está em algum lugar na mente, não é armazenagem daquilo que foi vivido, mas é um processo de montagem, sempre atualizada, de arquivos, de repertórios. Memória é processo de representação psíquica das coisas, é simbolização. A memória é sempre requisitada na construção subjetiva do real. Conhecer os arquivos que as pessoas constroem dos espaços urbanos existentes em suas realidades de vida, possibilita conhecer de que maneira esta cidade existe, simbolicamente, ou seja, como ela é "inventada" na paisagem urbana. Assim, tendo como objetivo conhecer e analisar a paisagem urbana inventada pelos seus moradores, desenvolvemos uma metodologia de escritas de histórias da cidade, que se chamou Arquivo Mnemônico do Lugar. Aqui apresentaremos as etapas, os procedimentos e os resultados da utilização desta metodologia, num estudo de caso na cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente, no estádio de futebol Engenhão. A utilização da metodologia demonstrou que as metáforas são fortes indicadores dos significados que as pessoas atribuem aos lugares. Alguns espaços, construídos ou não na paisagem urbana, possuem uma grande capacidade de acionar o trabalho da memória, sendo importantes arquivos urbanos da cidade Palabras clave: Memória; Arquivos urbanos; Cidade

A Memória Social Através Do Jornal Fundinho Cultural: Crônicas Da Cidade De Uberlândia

Estudos de Sociologia, 2018

A memoria social se manifesta sob multiplas formas, oferecendo ao pesquisador diversas possibilidade de recuperacao da mesma. A partir da contribuicao dos autores que desenvolveram reflexoes teoricas sobre memoria social, buscamos, no presente artigo, compreender as recordacoes do bairro Fundinho e da cidade de Uberlândia atraves do material publicado, especialmente as cronicas, no Jornal Fundinho Cultural. A partir da analise pudemos compreender a relacao entre o processo de modernizacao e a constituicao de “lugares de memoria”, dentre os quais, alguns permanecem na paisagem urbana da cidade. A luta pela memoria se manifesta sob diversas formas e a analise empreendida permitiu perceber algumas de suas principais formas de manifestacao. Uma dessas formas e a existente entre o processo de modernizacao e a resistencia revelando uma luta cultural tendo como palco o espaco urbano, o lugar de reproducao da vida cotidiana e suas recordacoes.