A Problemática Das “Origens” Do Maracatu Nação (original) (raw)
Related papers
Maracatu Nação Como Expressão De Resistência Em Contextos De Dominação e Poder
Em Sociedade, 2022
The present article discusses the "maracatu nação", a black cultural manifestation from Pernambuco, with considerable artistic expressiveness, due to its sound and performance aspects, besides its significant connection with african and african indigenous religions. This is a reflection about the colonial context, in which the Maracatu was built, its processes of increased and decreased social visibility, in addition to highlighting important moments in its trajectory. For the development of this article, a historical analysis of the manifestation was carried out, in order to explain and develop criticism to the colonizing, ethnocentric and occidentalized relations, from which the manifestation was built in the past and remains until today.
ENTRE O PROFANO E O SAGRADO: fronteiras identitárias do Maracatu
IX CONERE - ANAIS, 2017
Através do processo histórico conhecido como "diáspora africana" 4 (GILROY, 2001, p. 22-23), a presença africana na cultura brasileira se mostra através de inúmeros aspectos, sendo a dimensão musical um deles. Nesse âmbito insere-se o maracatu, uma das expressões da musicalidade afro-brasileira que se vincula aos valores e práticas das religiões afro-brasileiras. A bibliografia especializada, seja no universo antropológico, histórico ou das artes, além da tradição oral, aponta para o fato de que a música brasileira se constituiu principalmente a partir da influência dos ritmos e melodias africanas, e que sua presença se dá desde o período da diáspora, apesar da falta de registros oficiais, numa construção amalgamada, profunda, como bem podemos notar recuperando um dos autores pioneiros do campo de estudos afro-brasileiros: Os negros bantos, na Bahia, introduziram os cucumbis (o auto dos congos), as festas do Imperador do Divino, o louvor a São Bento, etc., já estudados por pesquisadores vários, e-conforme resultado das minhas pesquisas pessoais,-o samba, a capoeira de Angola, o batuque, as festas populares comuns a todo o Recôncavo e mesmo a zona litorânea do Estado. (CARNEIRO, 1981, p.129) 1 Este trabalho faz parte uma pesquisa em andamento intitulada "Maracatus na Paraíba: As Nações, os Batuques e seus espaços sagrados", que tem como objetivo a construção de uma dissertação de mestrado a ser defendida no PPGCR-UFPB. 2 Mestranda em Ciências das Religiões pela Universidade Federal da Paraíba e pesquisadora do grupo de pesquisas Raízes-Grupo de Estudo e Pesquisa sobre religiões mediúnicas (CNPq-UFPB), na linha de Religiões 4 Pode-se encontrar a discussão sobre a definição de diáspora africana em inúmeros autores e dicionários especializados, todavia, tomamos aqui Gilroy (2001) que ressalta a dimensão de violência do processo diaspórico, através da desterritorialização de milhares de africanos durante os quase quatro séculos de escravidão.
Mito simbolismo e identidade na Nacao do Maracatu Porto Rico koslinski20200427 115640 m7vjhb
Dissertação de mestrado, 2011
Nas ultimas décadas e, principalmente, nesse início de século, observamos uma conquista de espaços e visibilidade dos maracatus-nação pernambucanos não só em Pernambuco como em diversos estados brasileiros. Nesse contexto, onde a manifestação se tornou, dentre outras coisas, atração turística percebemos que, categorias como religiosidade, tradição e mesmo africanidade se tornaram valores presentes nos grupos, valores que, de certa forma lhes conferem autenticidade. Apesar da recorrência desses valores, o modo como cada grupo articula com eles é muito diverso, criando uma série de particularidades e contribuindo para a construção de suas identidades. A presente pesquisa tem como objetivo compreender o processo de construção de identidade dos maracatuzeiros da Nação do Maracatu Porto Rico, uma das nações com maior visibilidade na cidade do Recife e arredores. Deste modo, buscaremos tal compreensão através do estudo dos rituais e simbolismo articulados dentro do grupo, que tem como característica marcante a forte vivência religiosa, que muitas vezes dá sustentação as suas escolhas e atitudes, como também do estudo da narrativa de origem do grupo, que pode ser compreendida como sendo um mito, sendo concretizado por meio de celebrações, loas e discursos proferidos pelas lideranças e pelos demais maracatuzeiros da nação.
Maracatu Nação e a língua como prática social: dos legados afro-diaspóricos
Maracatu Nação e a língua como prática social: dos legados afro-diaspóricos, 2022
O presente trabalho compreende a perspectiva de língua como prática social a partir da percepção histórica do maracatu nação de Pernambuco e de seu fazer cotidiano comunitário, musical, político e religioso. O artigo explora o papel da transmissão oral dos saberes no maracatu, atentando para a sua relação com a religiosidade afro-brasileira, a educação, e a política de salvaguarda cultural. O texto apresenta e contextualiza o maracatu nação, com enfoque no conceito de língua/oralidade como prática social; aborda a relação entre o maracatu, transmissão oral e a religiosidade; e discorre sobre a patrimonialização do maracatu. Assumimos que o protagonismo da/os maracatuzeira/os é central para a construção de um saber sobre essa prática; além disso, reconhecemos a oralidade como prática linguística produtora de discursos e de cultura.
Ensaio sobre a origem dos Machado terceirenses
, in Arquipélago. História, 2.ª série, vol. XIII (2009), Ponta Delgada, Universidade dos Açores, Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais pp. 219-278.
Correcção da ascendência de Gonçalo Eanes e Mécia Machado de Andrade povoadores da ilha Terceira Açores
“Maracatu É Um Brinquedo Pesado!”: Notas Sobre as Dimensões Da “Cultura Do Baque Solto”
2017
Neste artigo aponto alguns aspectos relacionados aos sentidos e a dinâmica dos maracatus de baque solto na producao de sua “brincadeira”. Apesar do poder publico se relacionar com os maracatuzeiros por meio de uma logica cada vez mais “burocratica” no sentido weberiano, o maracatu - como afirmam seus representantes - e um “brinquedo pesado!”. Suas praticas e representacoes parecem estar mais proximas a uma dinâmica que envolve ao mesmo tempo brincadeira, sacrificio, dadiva, ritual e espetaculo, ao que os proprios maracatuzeiros chamam genericamente de “cultura do baque solto”. Neste sentido, as exigencias em torno da “adequacao” e “formalizacao” desta “cultura” para que seus representantes possam ter acesso as acoes de incentivo e apoio e fomento do poder publico, parecem ser conflitantes com toda a “carga” de seu universo simbolico e experiencial.