Em torno da inversão do Ethos em nosso tempo, ou das ilusões axiológicas (original) (raw)

Uma Breve Investigação Sobre O Ethos Científico Em Um Mundo Hipermoderno

Revista Dialectus - Revista de Filosofia, 2021

Ao tratar do ethos científico, o artigo tenciona discutir os novos sentidos hipermodernos que dirigem a conduta social e, por conseguinte, o “fazer científico”, por vezes limitado à prática experimental que prescinde das discussões prévias sobre suas condições sociais. Não se pretende subalternar a ciência, enquanto corpo de conhecimento, à mera condição de algo dependente do caráter social em que se encontra nem reduzir e converter a ciência a questões sociológicas, mas de destacar como o ethos científico, produto de seu contexto social e, desse modo, posterior a todo um movimento primariamente humano, pode alterar o que entendemos por ciência. Com isso, esse trabalho pretende não discorrer sobre o que é a ciência, afinal, ou sobre as estruturas que compõem as revoluções científicas, mas sobre as condições sociais e os valores intrínsecos a novas urgências, sem, no entanto, provocar a redução ingênua da metodologia científica ao que se destacou aqui como “ethos científico”.

O Ethos Pela Homonímia

Revista de Literatura, História e Memória

Neste artigo, objetiva-se analisar o ethos das personagens Germán, Alfonso, Álvaro e Gabriel, da obra ficcional Cem anos de solidão (MÁRQUEZ, 2009), homônimas do grupo de intelectuais de Barranquilla citados na autobiografia Viver para Contá-la (MÁRQUEZ, 2003): Germán Vargas, Alfonso Fuenmayor, Álvaro Cepeda Samudio e Gabriel García Márquez, cujo comportamento social é sumarizado pela ficção. Para isso, propõe-se uma ponte teórico-analítica entre categorias específicas de duas áreas do conhecimento: o ethos discursivo, da Retórica; e a homonímia e a onomatomância, da Onomástica. Neste estudo, a homonímia e a onomatomância foram consideradas agentes cooperativos para a construção de determinados ethé ficcionais. Por meio da comparação da construção dos homônimos presentes na obra ficcional e na autobiografia de Márquez pôde-se realizar associação das identidades das personagens aos entes reais (segundo a perspectiva de Márquez), e explicitar o elo imagético e argumentativo presente n...

Ethos e Estereótipos Identitários

Cadernos de Linguagem e Sociedade

Quando pensamos na relação do indígena com a mídia brasileira, observamos uma escassez de representações desses povos no discurso publicitário. Nesse viés, a temática deste estudo está relacionada à representação da imagem do indígena presente em uma propaganda televisiva da rede de Postos de Combustíveis Ipiranga, vinculada nacionalmente. Tal proposta justifica-se pela necessidade de fomentar as reflexões sobre a representação, muitas vezes preconceituosa, do índio na mídia e, por extensão, na sociedade. Esta pesquisa configura-se como descritiva com abordagem qualitativa e possui como objetivo propor uma reflexão a respeito da construção do ethos discursivo indígena a partir do estereótipo cultural como estratégia de representação. Para tanto, utilizaremos, como fundamentação teórica, os pressupostos da Análise do Discurso de linha francesa desenvolvida por Maingueneau (1997, 2008a, 2008b, 2012, 2013, 2014), com base nos conceitos de cenografia e de ethos discursivo. A partir dos ...

A formulação do éthos na retórica antiga

JESUS, Carlos Renato R. de, 2013

RESUMO: Nosso trabalho pretende mostrar, brevemente, a formulação do conceito de éthos na retórica antiga, particularmente sob a visão de Aristóteles, na Ars rhetorica, e sua recepção no mundo romano, concentrada, pelos limites deste artigo, em alguns tratados de Cícero. Desse modo, tencionamos evidenciar de que modo a formulação de tal elemento transitava no mundo antigo e como poderia se manifestar na atuação e na formação do orador. Palavras-chave: retórica; éthos; discurso; orador. Introdução Aristóteles, na sua Ars Rhetorica, elenca três tipos de argumentos ou instrumentos de persuasão de que se deve valer o orador para tornar seu discurso eficaz: o lógos, o páthos e o éthos. O primeiro é de ordem racional e refere-se ao discurso propriamente dito; o segundo procura dar conta das emoções a serem suscitadas no auditório; e o éthos diz respeito à elaboração da imagem que faz de si o orador diante de uma assembleia, a fim de conseguir sua adesão. Nosso trabalho procurará mostrar brevemente a formulação deste último conceito em alguns autores antigos, particularmente sob a perspectiva de Aristóteles e da recepção romana, concentrada, pelos limites deste trabalho, em algumas obras teóricas de Cícero. Desse modo, sem a intenção de aprofundar a questão ou de acrescentar novas teorias a um velho problema, pretendemos apenas traçar um quadro panorâmico a respeito de como a formulação de tal elemento transitava no mundo antigo, da maneira como descreveram os autores acima. Para tanto, será necessário discutir que imagem fazia de si o orador diante de um auditório e, na mesma via, como o ouvinte possivelmente recebia tal projeção. Enfim, dentro das convenções retóricas, procuraremos entender qual o papel das emoções e do caráter manifestado e desejado tanto pelo orador, como pelo seu cliente e pela audiência no discurso. * Doutorando em Línguística-Estudos Clássicos no IEL/UNICAMP. Professor Assistente da Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Bolsista FAPEAM.

Ethos - prefácio e capítulo

Inteligência Retórica: o ethos, 2019

Artimanhas do Ethos e Prefácio: O percurso encantado de mostrar-se pelo discurso