Conflitos ambientais e lutas materiais e simbólicas (original) (raw)

Amazônia: disputas materiais e simbólicas

Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais (RBEUR), 2009

O estágio atual de degradação da Amazônia fez emergir, em âmbito internacional, um debate sobre seu futuro e sobre as ações que contribuem para a destruição ou para a conservação da floresta. Diversos grupos travam uma luta simbólica neste debate, através da qual buscam legitimação para seus projetos e para suas formas de utilização dos recursos. Neste trabalho, buscou-se construir um quadro analítico em que fossem contempladas as diversas matrizes discursivas empregadas na discussão acerca dos rumos da Amazônia brasileira, levando em consideração as propostas de diferentes atores e elaborações teóricas sobre os conceitos de desenvolvimento, preservação e sustentabilidade. Foram identificadas, desta forma, quatro matrizes discursivas: o discurso desenvolvimentista, o discurso da mercantilização da natureza, o discurso preservacionista e o discurso socioambiental.

Proteção Do Meio Ambiente Nos Conflitos Armados

Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável

A pesquisa tem por objetivo analisar o conjunto normativo do Direito Internacional Humanitário, tendo como enfoque o exame de normas voltadas à proteção do meio ambiente, de modo a evidenciar a interdisciplinaridade entre as vertentes do Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito Internacional Ambiental e Direito Internacional Humanitário, bem como demonstrar a efetividade da aplicação das referidas normas de proteção ao meio ambiente em cenário de conflitos armados. Em razão disso, o conflito armado ganha grande relevância, posto que se adequa à classificação de intervenção antrópica, uma vez que são atos de beligerância provocados pela ação humana que importam em uma degradação da qualidade ambiental, ocasionando diversas consequências ao meio ambiente e, por isso, podem ensejar a responsabilização pela inobservância ao regramento humanitário. Nessa perspectiva, a pesquisa utilizará o método científico dedutivo, com perspectiva racionalista como única maneira de chegar ao...

Dossiê Conflitos ambientais

Argumentos - Revista do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes

O câmbio climático, decorrente principalmente dos gases de efeito estufa, tem sido o tema dominante no debate sobre o futuro do planeta ou da crise ambiental. Todavia, como alerta Acselrad (2004, p. 13-14) a noção de crise ambiental não pode ser fetichizada, descolando-a das “dinâmicas da sociedade e da cultura”. Isto é, são os agentes sociais por meio das “formas sociais de apropriação e as diversas práticas culturas de significação” que objetivam o ambiente. As consciências ambientais não podem ser vistas como únicas, homogêneas, desistoricizadas.

Conflito territorial e (in)justiça ambiental

Sustentabilidade em Debate, 2018

Este artigo analisa a situação de injustiça ambiental e conflito decorrentes da construção de uma via expressa sobre o território da Reserva Extrativista (Resex) Marinha do Pirajubaé, no município de Florianópolis, sul do Brasil. Para isso, foi realizada análise documental e entrevistas semiestruturadas com extrativistas da Resex e técnicos do ICMBio. Observou-se que os significados e interesses relacionados à apropriação e uso do território da Resex instituíram a situação de injustiça ambiental sobre os extrativistas e são o objeto do conflito entre eles e o poder público e setor empresarial envolvidos com a execução da obra, incluindo o licenciamento ambiental prévio e obrigatório. Na situação observada, os interesses econômicos prevaleceram sobre o controle ambiental e os interesses dos extrativistas que resistiram à execução da obra. Embora a existência de uma Resex não impeça situações de injustiça ambiental e conflitos territoriais, ela é relevante para seu enfrentamento pelos...

Modernidade, natureza e conflitos socioambientais

Pantanal Editora, 2021

Num mundo cuja realidade de evidente crise ambiental se mostra cada vez mais complexa, compreender as raízes e as dimensões dos conflitos socioambientais é um desafio cada vez maior. As condições ecologicamente desfavoráveis estão se tornando uma realidade que se aprofunda a cada dia, comprometendo o equilíbrio da complexa rede da vida que constitui a biosfera terrestre. Muito embora os desequilíbrios ecológicos gerem diversos problemas no que se refere à biota, às paisagens, às águas e à terra propriamente dita, seus percalços não se restringem ao ambiente físico, mas afetam as sociedades humanas (no plural, porque são plurais) de diversas e desiguais maneiras. Não obstante, para além dos danos coletivos, difusos, são as sociedades mais vulneráveis do ponto de vista do poder econômico que, via de regra, sofrem a maior parte dos dissabores causados pelo modo de produção capitalista. São elas que arcam com a destruição da Mãe-Terra de uma maneira cruel e desigual, uma vez que os lucros são privatizados nas mãos de poucos, enquanto os prejuízos, socializados por muitos. O livro que está em suas mãos, parte de uma visão latino-americanista e decolonial, enfrentando o desafio de articular os temas que envolvem o pensamento moderno, a natureza e os conflitos socioambientais que são gerados por meio de uma imposição histórica de ideologias que levaram à pauperização da natureza e de suas gentes. Como resultado, tem-se diversos desafios que se colocam sobre este emaranhado de causas e consequências à espera de uma sociedade que opte por uma postura mais leve, alternativa e sustentável para com o meio ambiente. Nas páginas a seguir, será possível identificar como a racionalidade moderna, gestada na Europa e enviada além-mar para Nuestramérica, forma e interpreta o mundo. Nas reflexões apresentadas, busca- se pensar como essa visão se impôs como hegemônica, desconsiderando outras percepções de mundo e ocasionando, inexoravelmente, os tantos conflitos socioambientais observados mundo afora. A abordagem escolhida pelo autor, portanto, destaca os embates gerados pelo colonialismo e pela colonialidade, que restou como herança incômoda aos povos latino-americanos. Não obstante, observamos o cuidado de não restringir a narrativa a contar apenas as tristezas com respeito a essa relação historicamente problemática, deixando transparecer que é possível pensar diferente, buscar alternatividades que façam frente à visão mercantilizadora e egoística da natureza. Ao caracterizar os conflitos socioambientais, o autor nos propõe um repensar deste mundo, rechaçando a visão distorcida que vige com respeito ao nosso lugar na natureza. O que temos pela frente é uma reflexão legítima e urgente, sobre a necessidade de compreender os sistemas-mundo para melhor interpretar a realidade dos conflitos socioambientais que se apresentam no âmbito local e reconstruir a dinâmica entre natureza e sociedades, onde seja possível pensar nas redes da vida acima do lucro.

Luta pelo ambiente

As transformações sociais, econômicas e políticas, na década de 1980 na China, geraram a intensificação da degradação ambiental. Nesse contexto, a consolidação da sociedade civil e das organizações sociais permitiram o surgimento das ONGs ambientalistas, responsáveis por mobilizar a população em prol da questão ambiental. A fraca atuação das ONGs nos anos 90 é sucedida por importantes alterações no movimento a partir dos anos 2000, com aumento no número de protestos, com novas características, exercendo maior pressão nas decisões governamentais. A nova revisão da legislação ambiental de 2015 indica a incorporação dos novos atores sociais nas políticas governamentais, propiciando uma governança ambiental mais efetiva. O artigo faz uso da revisão de literatura para compreender a problemática acerca da luta pelo ambiente na China Contemporânea, reconhecendo os principais elementos das diversas fases que se desenvolveram a partir dos anos 1990. Palavras-chave: China. Movimento ambientalista. Protestos ambientais. Política ambiental. 1 Doutoranda em Ambiente e Sociedade (NEPAM/UNICAMP). Pesquisadora do LABGEC (Laboratory of Social Dimensions of the Global Environmental Changes in the Global South (NEPAM/UNICAMP), do Grupo de Estudos Brasil-China (Reitoria/UNICAMP) e membro da RBCHINA (Rede brasileira de estudos sobre a China).

Questão Ambiental Ou Questão De Resistência

Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 2018

A Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental inicia o ano de 2018 apresentando a sua Edição v7 n1, a primeira edição deste seu sétimo ano de veiculação, trazendo para o debate inúmeras questões ambientais da maior importância.Apresenta-se nesta Edição um Encarte Especial do IV CIDESPORT, – IV Congresso Internacional de Desempenho Portuário, realizado em outubro de 2017.