As narrativas de José do Egito no Midrash (original) (raw)
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AS FONTES EPIGRÁFICAS E AS ANTIGAS NARRAÇÕES JUDAICAS DA ORIGEM MEDITERRÂNEA DO ANTIGO ISRAEL
NEARCO - Revista Eletrônica de Antiguidade [Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil], 2012
A pesquisa pretende demonstrar sua relevância científica ao analisar as estelas onde aparece o nome “Israel” como grandeza social e o nome de reis israelitas em ambiente mediterrâneo. O objetivo é colocar as narrações mais antigas da Bíblia hebraica sobre os eventos fundadores do povo de Israel em diálogo com os testemunhos materiais. Nossa hipótese é de que existiu um povo israelita no final do segundo milênio a.C. e uma dinastia davidida no início do primeiro milênio a.C., e que esse povo manteve relações diplomáticas e períodos de guerra com os países da Transjordânia pelo predomínio na terra de Canaan. Pretendemos identificar as origens e etapas do processo evolucionário de Israel no mundo mediterrâneo.
"Narrativas" no Antigo Testamento
Themelios, 1986
Um dos desenvolvimentos mais interessantes e significantes nos estudos bíblicos recentes é um crescimento nos métodos literários para se interpretar o texto bíblico. Ao invés de fazer predominantemente perguntas históricas, tais como “Este evento realmente ocorreu?” ou “Quais as fontes que o autor tinha?”, um número cada vez maior de estudiosos estão levantando perguntas tais como “Que é que significa esta narrativa?” ou “Como é que o autor consegue uma descrição tão memorável e comovente?” Tais perguntas literárias, enquanto não inteiramente novas, foram em grande parte negligenciadas anteriormente; entretanto, elas apontam para áreas de pesquisa que são claramente importantes para nosso entendimento. No Antigo Testamento em particular, cujas narrativas ao longo dos anos têm capturado a imaginação dos artistas, poetas e músicos assim como os crentes comuns, um método literário pode oferecer algum livramento da predominância de um estudo histórico que parecia freqüentemente impenetrável quanto às razões porque estas narrativas realmente importam às pessoas. Como tal, um método literário deve ser muito bem-vindo.
O GÊNERO EPIDÍTICO NO DISCURSO JESUÍTICO: história e exemplos nas crônicas do maranhão- XVII e XVIII
2012
Neste artigo, temos como objetivo demonstrar que a narrativa jesuitica no Maranhao dos seculos XVII e XVIII, como em outras partes do Imperio Portugues, esforcava-se por criar figuras paradigmaticas e exemplares, reescrevendo a biografia destes personagens e reforcando seu status politico e religioso na regiao. Para tanto, iremos analisar a vida dos padres Luis Figueira, fundador da Missao no Estado, Joao de Souto Maior, “exemplo de virtude e perseveranca”, e a missao do padre Francisco Veloso, que, de acordo com os cronistas, “desceu sozinho os Tupinamba pela graca divina”. Nessas diversas e recontadas narrativas encontram-se os fundamentos da escrita inaciana, o que reflete diretamente no seu ideal de Historia, que e edificante e, portanto, exemplar. Os relatos serao analisados a partir de tres cronicas: a primeira e a Cronica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhao (1627-1698), escrita pelo padre Joao Felipe Bettendorff, a segunda se intitula Cronica da Companhia d...
A função dos “ossos de José”:análise de Gn 50,25; Ex 13,19; Js 24,32
Revista Brasileira de Interpretação Bíblica (ReBiblica), 2022
Js 24,32 atesta o repouso definitivo dos ossos de José que foram transladados do Egito por Moisés (Ex 13,19), cumprindo a ordem que fora dada pelo filho primogênito de Jacó com Raquel antes de morrer (Gn 50,25). A dinâmica subjacente a esse percurso tange duas questões. Na primeira, encontra-se a proibição de se tocar em um morto ou em ossadas (Nm 19,11-16; Lv 21,1-4). Na segunda, encontram-se as diferenças de interpretação segundo a corrente Sacerdotal (Nm 20,12-13; 27,12-14 + Dt 32,48-52) e a corrente Deuteronomista (Dt 1,37-38; 3,23-29), no que diz respeito à “punição” sobre Moisés, visto que YHWH não lhe permitiu entrar na terra de Canaã. Diante desses impasses, o presente artigo analisa os textos que se referem aos ossos de José e reflete sobre essas questões, a fim de propor uma hipótese alternativa para a não entrada de Moisés em Canaã, justificando as razões para atribuir tal feito a “José”, através do seu descendente, Josué, filho de Nun da tribo de Efraim. No presente artigo, articulado com introdução, três partes e considerações finais, foram adotadas abordagens diacrônicas e sincrônicas.
AS SAGRADAS DE ASHERAH: CULTO À DEUSA NO ANTIGO ISRAEL
Caminhos , 2019
Resumo: o presente artigo propõe realizar um levantamento acerca do culto da fertili-dade e os papéis das sagradas (qedoshot) de Asherah, e também dos sagrados (qedoshim) que faziam parte deste ambiente cultual, tendo em vista a religião popular e estatal no Antigo Israel. Para tal, se faz necessário um breve comen-tário acerca da dinâmica entre religião popular e estatal no Antigo Israel e os indícios arqueológicos e textuais sobre o culto à Deusa Asherah, para que então, se possa discorrer sobre o culto da fertilidade e as mulheres sagradas a serviço da Deusa. Palavras-chave: Sacerdotisa. Asherah. Culto. Deusa. Culto de Fertilidade.
Uma viagem pelas terras do faraó: o Egito nos relatos da Antiguidade
Antiguidade e usos do passado : políticas e práticas sociais, 2021
Este capítulo está inserido na coletânea "Antiguidade e usos do passado : políticas e práticas sociais", resultado da dedicação de uma equipe de pesquisadores da antiguidade e professores de História de Mato Grosso do Sul desejosos por implementar e fortalecer um Grupo de Trabalho em História Antiga no Estado. Desta maneira, fundamenta-se como continuidade de um livro inaugural intitulado “Antiguidade e Usos do Passado: temas e abordagens”. Trata-se do primeiro esforço do grupo em se constituir como pontapé inicial de nossa reunião preliminar, momento em que foi criado o GT em um Simpósio da ANPUH-MS de 2018, na cidade de Dourados.
NAS TERRAS DE PRESTE JOÃO: IMPRESSÕES ACERCA DA ETIÓPIA CRISTÃ SOB A ÓTICA DE UM JESUÍTA (1603-1622)
assis.unesp.br
A Etiópia é uma região muito antiga, citada já desde o Antigo Testamento devido às suas relações milenares com os povos do Sul da Arábia e das regiões adjacentes, dentre os quais estão os hebreus. Todavia, em sua longa história, talvez o acontecimento mais impactante tenha sido a adoção do Cristianismo no século IV, seguindo a versão copta (egípcia) que era monofisista 1 e, portanto, ortodoxa. O Cristianismo etíope se desenvolveu de uma forma muito rica, valendo-se de um amplo intercâmbio cultural com outros povos. Este intercâmbio possibilitou o grande caráter sincrético dessa religião, que ao longo de sua história apoiou-se em uma vasta literatura religiosa, litúrgica e até "hagiográfica" compreendendo também uma grande diversidade de mitos, lendas e tradições, criando um universo cultural, simbólico e identitário muito característico. É importante ressaltar que a forte presença judaica na Etiópia contribuiu para a relativamente fácil adesão popular ao Cristianismo Copta no início do século IV, uma vez que na sua forma primitiva, o mesmo surge como uma variante do Judaísmo. Assim, o Cristianismo Copta teve ampla receptividade na Etiópia, e logo assume status de religião oficial (ainda no século IV), visto que ela foi utilizada como legitimadora da dinastia reinante por assegurar a origem bíblica do imperador (Negus), como descendente de Salomão e da rainha de Sabá. Esse fato está registrado em um dos livros sagrado da Igreja Ortodoxa Etíope, o Kebra Naguest (Glória dos Reis). A partir do século VIII com o avanço dos muçulmanos no norte da África e com a invasão do Egito em 622, a Etiópia torna-se o único país cristão da África encontrando-se quase que totalmente isolado dos demais países cristãos, tendo algum contato apenas 1 O monofisismo, também chamado de eutiquianismo, prega que Jesus Cristo possui somente uma natureza: a divina e, portanto, carece de natureza humana.
Judeidade(S) e Idioma: Narrativas Da Aporia Em Jacques Derrida
Em Tese, 2009
por um lado, é possível, por meio de um trabalho de rastreamento de traços ou de mapeamento de rastros, ler as marcas de uma "judeidade em suspenso" e de um idioma sempre "por vir" em Jacques Derrida, por outro, essa pretensa visibilidade só pode transparecer na oscilação e na "indecidibilidade" da escritura do próprio Derrida. Escritura marcada, então, pela herança inapagável da tripla dissociação histórico-cultural de um "judeu-franco-magrebino" que pertence sem pertencer à sua própria herança, e que o leva a dizer, sem estar certo de poder dizê-lo, que a língua francesa é sua única pátria. 1 Na dúvida permanente entre os vários "entre" que constituem as "entre-narrativas" de Jacques Derrida, situamos os questionamentos deste artigo, a saber: como articular, na aporia desde sempre anunciada, as judeidades de Jacques Derrida no corpus passional e intraduzível de um idioma em língua francesa e de língua francesa? Como ler as entrelinhas dessa judeidade que se entregou (sem se render) ao mutismo? Como descobrir no silêncio dessa língua os segredos de seu idioma? Desta forma, a partir das leituras de Le monolinguisme de l'autre (1996) e de "Abraham, l'Autre" (2003), pretendemos esboçar os contornos de uma reflexão cujo traço principal é o devir de sua própria interrogação. PALAVRAS-CHAVE Jacques Derrida, judeidade(s), idioma, aporia Arriscaríamos dizer, no risco que comporta todo traço, que em Derrida as astúcias (ruses) da escritura estão intimamente ligadas à questão da língua, mais especificamente, da língua francesa. Uma língua que faz irromper do cerne de seu