O euro e a UME: lições para o Mercosul (original) (raw)
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O euro e a UME: lições para o Mercosul 1
Resumo O debate acadêmico na América do Sul pertinente à proposição de unificação monetária para o Mercosul tem como referências teórica e prática, respectivamente, a concepção de Áreas Monetárias Ótimas (AMOs) e a experiência do euro e da União Monetária Européia (UME). Este artigo objetiva discutir se a proposição de se adotar uma moeda única, nos moldes da UME, é apropriada e factível para o Mercosul. A partir da experiência da UME, três lições devem ser levadas em consideração quando as atenções voltam-se para o Mercosul: primeiro, a adoção de um modelo de união monetária a la UME deverá resultar em políticas deflacionárias; segundo, via de regra, há um dilema entre união política e integração econômica; e, terceiro, a necessidade de se levar em conta seriamente as preocupações da literatura relacionada às AMOs. O artigo também mostra que não há evidência de convergência macroeconômica no Mercosul, uma vez que os critérios básicos definidos pela literatura da AMO foram alcançados apenas minimamente. Palavras-chave: União Monetária – Países da União Européia; Euro (moeda); Mercosul. Abstract Academic debate in South America favours a Mercosur monetary union based on the euro and the European Monetary Union (EMU), and inspired by the theory of Optimal Currency Area (OCA). This paper aims to discuss whether the adoption of a single currency in the EMU mould of monetary union, is appropriate and feasible for the Mercosur. Three lessons are derived for Mercosur from the euro and the EMU experience: the adoption of the EMU model of monetary union would imply deflationary policies; there is the dilemma of sequencing between political union and economic integration; and the necessity of accounting seriously the concerns of the OCA literature. The paper also shows that there is no evidence that macroeconomic convergence is evident in Mercosur, since the area only minimally achieved some basic criteria defined by the OCA literature.
Tratado de Eliseu e as sua lições para o Mercosul
Meridiano 47, 2022
Devido a uma série de fatores condicionantes, a política externa brasileira foi, ao longo de quase todo o século XX, conduzida de maneira independente da existência de meios de força capazes de respaldá-la em última instância. Apesar dos vínculos institucionais existentes entre diplomatas e militares, as políticas externa e de defesa têm sido tratadas por sucessivos governos como assuntos essencialmente estanques. Essa situação é adicionalmente agravada
Solução de conflitos na União Européia: lições para o Mercosul?
Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2002
Resumo: A prática tem demonstrado que a evolução do processo de integração da União Européia deve-se, em larga medida, à existência do controle jurisdicional supranacional exercido pelo Tribunal de Justiça, a Corte de Luxemburgo. Alguns sustentam, inclusive, que certas decisões proferidas pelo Tribunal podem ser qualificadas como uma "verdadeira e pacífica revolução judicial". O objetivo deste artigo é o de demonstrar como, por meio de algumas decisões históricas, o Tribunal de Justiça abriu caminho para passar a exercer efetivamente o controle jurisdicional da Comunidade, conferindo eficácia a seu ordenamento jurídico c assegurando, conseqüentemente, a consolidação do processo de integração. Ademais, algumas ponderações são feitas acerca da adequação desse sistema de solução de controvérsias ao Mercosul.
Mercosul: muito além da integração econômi- ca
Panorama Internacional: Volume 1, nº 2, 2015 Tag(s): integração econômica, Mercosul, Política externa brasileira | Em 2016, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) celebra 25 anos de existência, em meio a incertezas e críticas no Brasil e, inclusive, especulações sobre sua extinção. Como razões para essa visão pessimista, têm sido apontadas, em primeiro lugar, a ineficácia do bloco em promover a aproximação econômica entre os países; em segundo, a persistência de prejuízos para o Brasil; e, por fim, as dificuldades impostas pela sua estrutura na condução de negociações com outros países ou blocos.
Um estudo aplicado à União Europeia e ao Mercosul
2017
UID/LIN/03213/2013The intense global economic integration of the last decades has increased the trade between countries. However, barriers to trade continue to exist. Several studies have already confirmed that the language variable influences the choice of international partners, since it may increase or decrease transaction costs. We have examined the relationship between Portuguese exportations and the dominant language in the country of destination, also looking at the influence of being of member of the EU or Mercosur. We conclude that linguistic proximity plays an important role in the choice of foreign trading partners, such as belonging to the EU. A intensa integração económica mundial das últimas décadas veio aumentar as trocas comerciais entre os diversos países. No entanto, ainda existem barreiras que dificultam a realização das trocas comerciais. Vários estudos confirmaram já que a variável língua influencia a escolha de parceiros internacionais, uma vez que pode aumenta...
Mercosul e a Inserção Internacional
Revista de Economia, 2005
O texto procura analisar a integração do Mercosul em seus primeiros dez anos sob a ótica da base produtiva, tentando avaliar qual o impacto do acordo em relação à inserção internacional. Utiliza-se a base de dados Comtrade, da Divisão de Estatística da ONU e a metodologia CAN (Competitiveness Analysis of Nations) da Divisão Cepal/Onudi de Indústria e Tecnologia, que permite consultas dos fluxos de comércio por setores industriais. O estudo conclui que a integração, embora realizadora de resultados favoráveis, foi insuficiente para promover uma transformação produtiva e uma melhor inserção internacional. O papel da política industrial para a promoção da competitividade também é discutido. The article aims to analyze the Mercosul integration in its first ten years of existence under the focus of the productive basis, attempting to evaluate the agreement impact in relation to international insertion. Its utilized the Comtrade database from ONUs Statistics Division and the methodology...
4247) Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação (2022)
(Cor)Relações entre Europa e América Latina: atualidades e perspectivas, 2023
4247. “Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação”, Brasília, 2 outubro 2022 Meu trabalho mais recentemente publicado, embora tenha sido escrito dois anos atrás (com revisão atualizada para publicação em outubro de 2022, antes, portanto, da mudança de governo no Brasil): 4247. “Mercosul e União Europeia: a longa marcha da cooperação à associação”, Brasília, 2 outubro 2022, 20 p. Colaboração, publicada como Introdução ao livro: André Pires Gontijo, Camilo Negri; Elisa de Sousa Ribeiro (orgs.). (Cor)Relações entre Europa e América Latina: atualidades e perspectivas. Curitiba: CRV, 2023, 290 p.; ISBN Digital 978-65-251-4631-7; ISBN Físico 978-65-251-4630-0. Relação de Publicados n. 1510.
As Instituições Do Mercado De Trabalho No Mercosul À Luz Da Experiência Na União Européia
Cadernos PROLAM/USP, 2005
Resumo: Que mudanças institucionais dos mercados de trabalho e da relação salarial na Europa têm variações diferentes daquelas que são típicas do capitalismo nos Estados Unidos e na América Latina? Quais os efeitos da diversidade de modos de regulação do trabalho e do emprego para os diferentes países nos processos de integração regional? Este artigo procura resposta para estas questões apresentando uma análise comparativa sobre as lógicas nacionais das formas institucionais dos mercados de trabalho, e, em especial, da relação salarial nos países da União Européia nos anos noventa, com o objetivo de contribuir para o debate desta questão no Mercosul. Nesse contexto, são avaliadas as implicações das teses dominantes segundo as quais as performances dos mercados de trabalho na Europa e na América Latina dependeriam da desregulamentação, do grau de flexibilidade do trabalho e da jornada flexível. Para comparação entre os países foram escolhidas as principais instituições do mercado de trabalho como as formas de regulamentação do emprego, os modos de fixação dos salários, os determinantes dos salários mínimos, as políticas de emprego e o seguro desemprego.