Oscilações Intrassazonais Convectivas entre as regiões Indico-Pacífico e o Nordeste do Brasil: Algumas Características Observacionais e de Modelagem (original) (raw)

Sobre o sinal de um downscaling dinâmico às oscilações intrassazonais de precipitação no setor norte do Nordeste do Brasil

Revista Brasileira de Meteorologia, 2012

Oscilações intrassazonais são fatores controladores da variabilidade pluviométrica interanual de áreas tropicais. O conhecimento de como os modelos numéricos reproduzem suas variabilidades é importante para entender melhor suas atuações e subsidiar operações de previsão de tempo e clima. Neste artigo investiga-se a sensibilidade de um modelo de downscaling dinâmico de precipitação na reprodução das oscilações intrassazonais observadas no setor norte do Nordeste do Brasil (SNNEB - 45ºW-37ºW e 2ºS-12ºS) no período de 1974 a 2000. Os resultados mostraram que a precipitação simulada sobre o SNNEB explicou aproximadamente 70% da variabilidade da precipitação observada no trimestre fevereiro a abril nesta região. Estatísticas de médias, desvios normalizados e percentuais neste trimestre, nessa região, em anos de contrastes climáticos nos Oceanos Pacífico e Atlântico Tropicais, também foram bem capturadas pela precipitação simulada através do downscaling. Análises espectrais com uso de ond...

Oscilações Intrassazonais e seus sinais no Atlântico Tropical

As oscilações intrassazonais são caracterizadas principalmente pela sua propagação para leste ao redor do equador e pela tendência do vento zonal ser coerente e fora de fase entre altos e baixos níveis sobre o Pacífico tropical e Índico (MADDEN; JULIAN, 1971). A atividade convectiva sobre o leste da América do Sul tropical e subtropical é fortemente modulada por anomalias no escoamento de baixos níveis associadas às variações intrassazonais (JONES; CARVALHO, 2002). Mais especificamente com relação à Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) do Atlântico, De Souza e Ambrizzi (2006) afirmam que o conhecimento exato da modulação da precipitação na banda intrassazonal nessa região é ainda pouco explorado. Desta forma, o objetivo deste trabalho é estudar as oscilações intrassazonais no Pacífico e investigar seus sinais no Atlântico tropical, com ênfase na ZCIT.

Características Climatológicas dos Sistemas Convectivos de Mesoescala no Nordeste do Brasil

Revista Brasileira de Meteorologia

Resumo As características meteorológicas de uma determinada região são de grande importância na manutenção das atividades humanas, uma vez que afetam a sociedade tanto de maneira positiva quanto negativa. Assim, o objetivo do estudo foi analisar as principais características dos Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCMs) no Nordeste do Brasil (NEB). Utilizando o ForTraCC, um algoritmo para rastreamento de aglomerados convectivos, as seguintes características foram analisadas: ciclo de vida, distribuição espacial, período de maior frequência e o tamanho. Os resultados mostram que anualmente ocorrem, em média, 321 (±137) SCMs no NEB. O mês de março é o que apresenta a maior frequência na ocorrência de SCMs, enquanto agosto a menor. O quadrimestre fevereiro-março-abril-maio (FMAM) é o período com maior ocorrência de SCMs. No NEB, os SCMs se formam com uma frequência maior durante o dia, além de possuir um tempo médio de duração de 7 h (±5 h) e atingirem o estágio de maduro após 3 ou 4 h...

Relação entre a precipitação no setor leste do nordeste do Brasil e a temperatura da superfície nos oceanos Atlântico e Pacífico

Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2000

Objetivou-se, com este estudo, relacionar a precipitação no setor leste do Nordeste do Brasil (NEB) com a Temperatura da Superfície do Mar (TSM) nos oceanos Atlântico (área do Dipolo) e Pacífico, no período de 1945 a 1985. Através dessa análise pode-se ter uma idéia de como os episódios com anomalias de TSM influenciam na pluviometria da costa leste do NEB (que se estende do Rio Grande do Norte à Bahia). Os resultados mais significativos foram os seguintes: em anos com gradiente de temperatura negativo no Atlântico, aqui também chamado gradiente desfavorável, as chuvas ocorreram abaixo da média de longo período nos estados do Rio Grande do Norte (84%) e Paraíba (74%); em anos com gradiente de temperatura neutro, as chuvas foram normais ou acima do normal na Paraíba (73%); em anos com gradiente de temperatura positivo no Atlântico, aqui também chamado gradiente favorável, as chuvas ocorreram na média e acima da média de longo período, nos Estados de Alagoas (73%), Sergipe (73%) e Bah...

Análise Da Intrasazonalidade Nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste Do Brasil Durante Os Meses De Inverno

Spectral analisys was applied to satellite derived outgoing longwave radiation (OLR) during the winter period (May-October) from 1979 to 1996. Daily anomalies of OLR for 4 diferent points of Brazilian regions : mid-west, Southeast and South. The original series was filtred in the intraseazonal scale using the Lanczos filter. In the São Paulo region it was also computed individual series of each winter in separated. Periodicities in the 2-3, 5 and 9 days were identified. Others relevant oscillations were found at 15, 20 , 27 , 48-52 and 67 days , with signs of Madden-Julian oscillation specially in the regions north of 23°S The individual results also show a wide variability in the periodicities with a latitudinal dependence. In the Ninõ years and primarily in the southern region, higher power was detected in the high frequency portion of the spectrum, revealing the dominance of high frequency transientes. 1.Introdução No início da década de 70 Madden e Julian (1971) aplicaram técnicas de análise espectral e espectral cruzada de variáveis das radiosondagens da ilha de Canton, no Pacífico tropical oeste. Notaram uma coerência entre a pressão em superfície, ventos zonais e temperaturas em vários níveis, dentro de um período que continha relativos máximos no espectro, variando entre 41 e 53 dias. Posteriormente, estudos de Gruber (1974), Zagvil et.al (1975) indicaram a evolução da nebulosidade para leste. Lau e Chan (1983) et al.. detectaram uma propagação para leste das anomalias de radiação de onda longa emergente (ROLE) e por conseqüência das células convectivas, dentro de um período variável de 40-50 dias, caracterizando a chamada oscilação de Madden-Julian (OMJ). Weickmann et. al (1985) fizeram a composição de anomalias de ROLE para o inverno do Hemisfério Sul, encontrando áreas de maior atividade convectiva no Índico Leste, Indonésia e Pacífico Oeste e regiões menos ativas nos continentes sul americano e africano. Knutzon e Weickmann (1987) analisaram a circulação atmosférica, o período e intensidade da OMJ e destacaram que durante o período de maio-outubro ventos de oeste anômalos tendem a ocorrer em 850 hPa e 250 hPa sobre o sul da Austrália , 5 a 10 dias depois do pico da atividade convectiva no Pacífico tropical oeste. Cadet e Daniel (1988) não encontraram mudança evidente na freqüência da oscilação durante as estações. A mudança do pico espectral para 26 dias no período de 1980-1985 e o forte El Niño de 1982/83 sugerem que a oscilação tende a ter maior freqüência durante os anos de fase negativa do El Niño-Southern Oscillation Mo e Gill (1987) aplicando técnicas de Funções Ortogonais Empíricas (FOE) encontraram um padrão de circulação na América do Sul, espelho do padrão de teleconexão Pacific-North-American (PNA), e denominaram-no de PSA (Pacific South America). Sobre a América do Sul a OMJ tem sido associada às variações na posição e intensidade da zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Kousky e Kayano (1994) aplicando as FOE com dados de OLR, investigaram os principais modos de circulação intrasazonal na América do Sul. A intrasazonalidade na época de verão na região sudeste foi objeto de estudo de D`Almeida (1997), Marton (2000) e Ferraz (2000). Através da análise espectral os

OSCILAÇÃO INTERANUAL DA PRECIPITAÇÃO OBSERVADA ASSOCIADA AOS SISTEMAS CONVECTIVOS DE MESOESCALA SOBRE O ESTADO DA PARAÍBA (Oscillation Interanual Rainfall Observed The Associated Systems Mesoescale Convective on the Sate of Paraiba)

Revista Brasileira de Geografia Física

Os Sistemas Convectivos de Mesoescala (SCM) contribuem substancialmente para a estação chuvosa da Região Nordeste do Brasil. Variações na Temperatura da Superfície do Mar (TSM) dos Oceanos Pacífico Equatorial e Atlântico Tropical impactam diretamente na intensidade dos SCMs que por sua vez influenciam na qualidade da estação chuvosa. Neste sentido, identificou-se em um acervo de 41 anos de dados de precipitação diária de 31 postos pluviométricos localizados sobre o Estado da Paraíba, os SCMs, afim de conhecer a influência do El Niño, La Niña e as fases do Dipolo de TSM no Atlântico Tropical (DTAT) sobre os sistemas precipitantes em mesoescala. Os SCMs são mais numerosos em anos de DTAT negativo e de El Niño. Porém, quando subtraídos os episódios fracos de El Niño, o número de sistemas se mantém abaixo dos observados em anos normais. Contudo, os SCMs são mais intensos nos episódios de DTAT e de La Niña quando comparado com anos normais. A B S T R A C T Mesoscale Convective Systems ...

Variação sazonal das correntes na plataforma continental interna e média de São Paulo: forçantes e respostas

Ao Instituto Oceanográfico da USP, por toda a infraestrutura oferecida para a realização deste mestrado. Ao U. S. Office of Naval Research Global, pela bolsa concedida. À secretaria de pós graduação, Daniel, Ana Paula e Letícia, pelo trabalho prestado. Ao professor Dr. Belmiro Castro, pela orientação e pelas aulas ministradas. Ao professor Dr. Ilson Silveira, pelas aulas ministradas, pelas conversas e por me aceitar como "anexo" ao LaDO. Ao professor Dr. Luiz Miranda, pelas aulas ministradas e por tantas histórias inspiradoras. Ao professor Marcelo Dottori, por me receber na sua sala, e pelas conversas oceanográficas e não oceanográficas. Aos professores Polito e Olga, pelas conversas e conselhos pelos corredores. Ao Laboratório de Hidrodinâmica Costeira pela acolhida nestes anos. Pelos colegas e amigos aqui criados. Em especial aos técnicos do laboratório, Carine e José Roberto, por estarem sempre com as portas abertas para ajudar a sanar as minhas dúvidas; Dalton, Danilo e Paulinha, por tantas ajudas e conversas neste tempo dividindo uma sala; Potranca pelas conversas descontraídas e momentos de desabafo no pouco tempo em que dividimos a mesa; Rafinha pelas dicas salvadoras na reta final. Pela amizade ali criada. Ágata, Cauê e Igor, pela amizade criada na salinha de confinamento durante as (quase) intermináveis listas de DFG. Por todos "tu consegue", "vai da tudo certo", "eu te ajudo". À Laura, pela amizade, pelo ano dividido em SP, pelo suporte emocional, pelas discussões oceanográficas (e não oceanográficas) via whatsapp. Aos meus pais e meu irmão, pela base, pela certeza de ter sempre pra onde voltar. Ao Cauê, pela parceria, pelas noites viradas fazendo listas de exercício, formatando trabalhos, pelas discussões acadêmicas do café da manhã ao jantar. Por topar a loucura de casar no meio do mestrado e do doutorado. Por estar sempre presente. Por seguir sempre lado a lado. Por nunca deixar cair. A todos que de uma forma ou outra se fizerem presentes neste período. Hoje saio uma pessoa muito diferente da que chegou aqui em 2017. Muito obrigada. Resumo A Plataforma Continental de São Paulo situa-se na região central da Plataforma Continental Sudeste. É uma plataforma larga, cuja ciruculação é dirigida em resposta às forçantes de vento, maré, variação de densidade e da Corrente do Brasil. Entretanto, a sazonalidade do papel relativo destas forçantes sobre a circulação costeira, assim como o papel das forçantes em anos com circulação atmosférica anômala, não são muito bem compreendidos. Este trabalho tem como objetivo estudar esta resposta referente às três primeiras forçantes, considerando a variação sazonal e duas situações atomosféricas diferentes: normal e ENSO (La Niña). Foram realizados experimentos numéricos através da suíte ECOM. Foram simulados os campos horizontais de temperatura, salinidade e velocidade, e calculados os transportes barotrópico e baroclínico, paralelos à linha de costa nas sessões transversais em frente à Ubatuba, Santos e Cananéia, até a isóbata de 100 m. Não foram observados padrões bem definidos de variação da circulação horizontal entre o ano neutro e o ano de La Niña, sendo que as principais diferenças encotradas estão relacionadas à sazonalidade das forçantes. Já o transporte de volume foi maior em todos experimentos de La Niña.

A dinâmica atmosférica no centro-sul do Brasil no verão e as influencias do El Niño Oscilação Sul (ENOS)

Geography Department, University of Sao Paulo, 2011

DF e Caparaó-MG, em três verões. O verão se destaca pelas abundantes chuvas convectivas, principalmente ao norte da linha do trópico de Capricórnio. No Sul do Brasil a variabilidade interanual se amplia em anos de El Niño e de La Niña, e sobre a região situada ao norte do trópico não há informações precisas. Para investigar a dinâmica das massas de ar que atuaram no Centro-Sul do Brasil e a gênese das chuvas foram estudados os sistemas atmosféricos por meio da espacialização temporal. O objetivo principal foi verificar a porcentagem das chuvas frontais e convectivas e contabilizar a participação das massas de ar na dinâmica atmosférica na estação do verão em um ano climatológico normal (2008/2009), em um de manifestação da La Niña (2007/2008) e em um de El Niño (2009/2010). Em Cáceres e Brasília o tempo de atuação da massa Polar atlântica se limita a eventos esporádicos, enquanto a massa Equatorial continental aumenta na mesma proporção, tendo como a principal consequência as chuvas convectivas. Constatou-se também que em Campo Mourão e Caparaó os sistemas frontais, as massas Polar atlântica e Tropical atlântica participaram ativamente nos tipos de tempo. Embora pesquisas neste sentido ainda sejam escassas, constatou-se neste estudo que no verão de 2007/2008, de manifestação da La Niña, o volume de chuva foi maior e a participação dos sistemas atmosféricos também.

Relação entre a precipitação do leste do Nordeste do Brasil e a temperatura dos oceanos

Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 2009

O objetivo deste trabalho foi correlacionar a precipitação (março a julho) de um grupo de postos homogêneos do setor leste do Nordeste do Brasil (NEB) com Anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (ATSM) e identificar áreas de influência deste parâmetro nas chuvas da região. O período de estudo foi de 1945 a 1985 e a análise mostrou influência do Atlântico e Pacífico sobre as chuvas do setor leste, sendo a correlação do Atlântico maior, principalmente na área do Dipolo (correlação maior que 0,6, significativa a p < 0,05). Os modos zonal e meridional, descritos por Servain & Arnault (1995) foram detectados durante análises feitas com defasagem temporal ("lags"). No Oceano Pacífico Tropical Leste se encontrou correlações negativas indicando a presença dos ramos descendentes da célula de Walker no setor leste do NEB.