Perspectivas para as metrópoles regionais: algumas considerações sobre migraçõe.s e lacunas de trabalho nos anos 90 (original) (raw)
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Migração e trabalho na Região Metropolitana de São Paulo nos anos 90: uma abordagem sem preconceito
Nos últimos 20 anos, a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) passou por grandes mudanças socioeconômicas e demográficas. Além da desconcentração da atividade produtiva, que de certa maneira seguiu a tendência nacional, a região experimentou uma sensível deterioração das condições materiais de vida de seus habitantes, expressa pelo aumento da pobreza e da concentração de renda, pela explosão dos problemas habitacionais e de infra-estrutura e, sobretudo, pela precarização progressiva das condições de inserção econômica de sua população. Muito provavelmente em decorrência dessas mudanças, foram observadas também alterações demográficas importantes na região, que podem ser sintetizadas na forte interrupção de seu crescimento populacional, a qual teve como fator decisivo a redução dos fluxos migratórios.
Transições ocupacionais e mercados de trabalho intermetropolitanos
E m 1994 as regiões metropolitanas (RM) do Rio de Janeiro e de São Paulo registraram perto de 3.5 milhões de eventos de emprego formal. Isso não quer dizer que foram criados 3.5 milhões de empregos no período, nem que 3.5 milhões de pessoas se empregaram formalmente 1 . Uma mesma pessoa pode ter tido vários empregos formais, e um mesmo posto de trabalho pode ter sido ocupado por mais de uma pessoa ao longo do tempo. Aquela cifra quer apenas dizer que os postos de trabalho existentes, os que foram criados e os que foram destruídos no período registraram 3.5 milhões de admissões, e outras tantas demissões. Na verdade, se considerarmos que a população ocupada nas 713
Horizontes Antropológicos, 2009
Resumo: Dado um renovado interesse nas relações entre migrantes e cidades, examino as continuidades e mudanças no posicionamento e papéis desempenhados por migrantes portugueses e suas práticas locais e transnacionais à luz dos reposicionamentos de New Bedford, Massachusetts (EUA) e Portugal na economia política global. Ao invés de adotar o grupo étnico como unidade de análise, centralizo a minha atenção nessa localidade americana e na política ao nível local para explicar as relações entre globalização, escala de cidade e a incorporação de imigrantes. Ao inter-relacionar processos locais e globais, indico como a incorporação desses migrantes em New Bedford se imbrica à sua simultânea inserção em Portugal e na União Europeia. Dessa perspectiva, desvendo os aparentes paradoxos subjacentes aos projetos neoliberais em curso, que se apoiam na organização fl exível do trabalho, em políticas imigratórias restritivas de segurança nacional e decorrente criminalização de imigrantes, bem como em ideologias de diversidade cultural. Palavras-chave: escala da cidade, globalização heterogênea, incorporação desigual, migrações transnacionais.
Dados, 2012
E m 1994 as regiões metropolitanas (RM) do Rio de Janeiro e de São Paulo registraram perto de 3.5 milhões de eventos de emprego formal. Isso não quer dizer que foram criados 3.5 milhões de empregos no período, nem que 3.5 milhões de pessoas se empregaram formalmente 1. Uma mesma pessoa pode ter tido vários empregos formais, e um mesmo posto de trabalho pode ter sido ocupado por mais de uma pessoa ao longo do tempo. Aquela cifra quer apenas dizer que os postos de trabalho existentes, os que foram criados e os que foram destruídos no período registraram 3.5 milhões de admissões, e outras tantas demissões. Na verdade, se considerarmos que a população ocupada nas 713
2005
This work presents a proposal for a study of the most actual configuration of the work market of the service sector of Curitiba's region, considering the period since the 90's decade, on the global net insertion process. This research has it's beginning point the net concept, plus a boarding about globalization, world cities emergency, and productive restructuring with focus on the service sector, such as the reflex of Curitiba's insertion in the global net over the local work market. Historically is possible to verify the governmental intentionality intervention on space construction process and on the regulation mechanisms together at the work market in Brazil, and in other scale, Curitiba. On the 90's years the productive structure of Curitiba's region observes an industry diversification principally on the light vehicles segment, but on other technology fields too, consolidating the integration of it's urban area together to some of the neighbour cities because of it's relationships intensification, conferring a new spatial, urban and services dimension, then observing a better local positioning and relevant participation together Brazilian Urban Net. This way, conclusion is that Curitiba suffered configuration changes on it's work market of service sector, such as of companies as of professional diversification, this one with market increasing participation considering the other economic sectors, suffering impact on the globalization process context, but, until present, without direct insertion on Global Nets.
Migrante No Mercado De Trabalho Rural e Urbano: Uma Abordagem Regional
2019
RESUMO As transformações institucionais, econômicas e sociais verificadas a partir dos anos 1980, afetaram significativamente, de forma distinta, a distribuição espacial da população brasileira, sendo constatadas alterações na dinâmica migratória rural e urbana e na inserção ocupacional desse grupo populacional, em algumas das grandes regiões do país, em períodos recentes. Dessa forma, o presente artigo tem como principal objetivo analisar a inserção do migrante no mercado de trabalho rural e urbano, nas cinco grandes regiões do Brasil, nos anos de 1995, 2005 e 2015. Acrescenta-se que a problemática é de grande relevância para o meio acadêmico quanto para a esfera governamental na elaboração de políticas públicas. Para atender os objetivos propostos, os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1995, 2005 e 2015, é a principal fonte de informação. Os principais resultados apontam significativa concentração das melhores ocupações e rendimentos nos espaços ur...
Mercados de trabalho regionais e migração no território fluminense
O objetivo deste estudo foi o de observar como evoluíram na primeira década do século em curso a força de trabalho, a criação de empregos e a migração nas regiões que compõem o território fluminense, que contribuíram para a formação de arranjos populacionais e concentrações urbanas regionais identificadas pelo IBGE no Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2016). A partir deste cenário, e em razão da inexistência de informações censitárias, se procura analisar o comportamento da demanda de trabalho nas mesmas regiões com base nas informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), com o propósito de confirmar se os mercados de trabalho regionais mais dinâmicos na primeira década absorveram os excedentes gerados pela atratividade promovida pelo regime de acumulação de capital mais intenso (GAUDEMAR, 1977), que acentua a desigualdade do crescimento regional (TROTSKY, 1977; SMITH, 1988). Nesta perspectiva, esta investigação procura questionar as teorias neoclássicas da migração (BILSBORROW; OBERAI; STANDING, 1984) que têm na maximização dos retornos (remuneração) a decisão do deslocamento, ou também a condição social no destino (TODARO, 1969), mas sim que a migração é um fenômeno social e econômico (MASSEY et al., 1993; BOYD, 1989; LOPES, 1973; BALÁN, 1983; SINGER, 1973), que leva em conta o estágio de modernização dos locais de origem e destino (ZELINSKY, 1971) ou outros elementos, tais como a cultura e a história (MARTIN; TAYLOR, 1996). Tanto assim é que, no Estado do Rio de Janeiro, no qual um novo padrão demográfico (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2014) está em curso há algum tempo segundo Baeninger (2000) e Martignoni (2003), surgem novas exigências para os mercados de trabalho regionais. Estes, por seu turno, não são neste exercício considerados um locus meramente econômico, mas sim uma relação de poder (OFFE; HINRICH, 1989), no qual os ofertantes de trabalho vivenciam um diferencial de poder em favor dos demandantes de trabalho que os fragiliza e submete, tal qual mercadorias. Dessa forma, e tendo em vista que as áreas “desarranjadas” identificadas pelo IBGE (2016), nas quais há forças de expulsão em razão da sua posição na divisão regional do trabalho fluminense (MEDEIROS JUNIOR, 2013a), cabe olhar mais atento para sua falta de dinamismo e provável declínio dos níveis de bem-estar.