Concepções indígenas de infância no Brasil (original) (raw)

Concepções infância

Eu também quero falar: um estudo sobre a infância, violência e educação. Dissertação (Mestrado em Educação):Porto Alegre, 181p. INFÂNCIA -formas de conceber e tratar a criança UM PAÍS CHAMADO INFÂNCIA Há um país chamado Infância, cuja localização ninguém conhece ao certo. Pode ficar lá onde mora o Papai Noel, no Pólo Norte; ou ao Sul do Equador, onde não existe pecado; ou nas florestas da Amazônia, ou na África misteriosa, ou mesmo na velha Europa. Os habitantes deste país deslocam-se no espaço em naves siderais, mergulham nas profundezas do oceano, caçam leões, aprisionam dragões. E depois, exaustos, tombam na cama. No dia seguinte, mais aventuras. Não há dèja vu no país da infância. Não há tédio.

Semelhanças e diferenças nos desenhos de crianças indígenas brasileiras

Avaliação Psicológica, 2012

Resumo O artigo reúne três estudos sobre desenhos de indígenas brasileiros. No primeiro estudo objetivou-se identificar aspectos culturais no desenvolvimento do desenho infantil e semelhanças e diferenças entre crianças indígenas e não índias. Foram estudados os Guarani/Kaiowá, os Kadiwéu e os Terena de Mato Grosso do Sul. O segundo estudo relata uma experiência na escuta psicológica e na análise dos desenhos em oficinas com crianças na aldeia Guarani de Parelheiros. E o terceiro estudo, visou, a partir de oficinas lúdicas, com desenhos de família e estórias, conhecer a percepção de crianças Guarani Mbya sobre a psicodinâmica familiar a partir do referencial psicanalítico. As três pesquisas indicam diferenças relevantes entre os Guarani de Mato Grosso do Sul e São Paulo, assim como entre outras etnias, como Terena e Kadiwéu, mesmo que habitem a mesma região. Discutem-se como fatores determinantes das diferenças o contato e a influência da sociedade não índia. SimilaritieS and differenceS in brazilian indigenouS children'S drawingS AbstRAct The paper presents three studies about drawings of Brazilian Indians. The first study aimed to identify cultural aspects in the development of children's drawing and discuss similarities and differences between indigenous and non-Indian drawings. The groups studied were Guarani / Kaiowá, Terena, Kadiwéu of Mato Grosso do Sul. The second study reports an experience in listening and analyzing psychological aspects of drawings in workshops with Guarani children of Parelheiros. The third study aimed to know the perception in children Mbya about family psychodynamics from the psychoanalytic approach, using drawings and stories of family. The three researches indicate significant differences among the Guarani of Mato Grosso do Sul and São Paulo, as well as among other ethnic groups, such as Terena and Kadiwéu, even inhabit the same region. The differences of contact and influence with non-Indian society are discussed like a determinant factor. SimilitudeS y diferenciaS en dibujoS de niñoS indígenaS braSileñoS Resumen El artículo presenta tres estudios sobre dibujos de indios brasileños. El primer tuvo como objetivo identificar los aspectos culturales en el desarrollo del dibujo infantil y las similitudes y diferencias entre indígenas y no indígenas. Se estudió a los indígenas Guaraní / Kaiowá, los Kadiwéu y los Terena de Mato Grosso do Sul. El segundo relata una experiencia de escucha y realiza un análisis psicológico de los dibujos de niños en talleres de la aldea Guaraní de Parelheiros. El tercer tuvo como objetivo conocer la percepción de los niños Mbya de la psicodinámica familiar desde el enfoque psicoanalítico. Las tres investigaciones muestran diferencias significativas entre los Guaraní de Mato Grosso do Sul y São Paulo, así como entre otros grupos étnicos, tales como los Terena y los Kadiwéu, aunque vivan en la misma región. Se discuten como fac-tores determinantes de las diferencias el contacto y la influencia de la sociedad no india.

Infância, Brincadeiras e Brinquedos Em Comunidades Indígenas Brasileiras

RevistAleph

A partir dos estudos da Antropologia da Criança, buscamos compreender as concepções de infância nas sociedades indígenas e a partir disso, como o brincar e o brinquedo constituem-se em referências para a educação e fabricação de corpos saudáveis. O bem estar da criança resulta de toda uma dinâmica de produção do corpo como centro da vida individual e coletiva. Demanda cuidados familiares com a alimentação, ornamentação e as técnicas corporais. No processo de aprender e ensinar, o brincar e o brinquedo são parte do reconhecimento da autonomia da criança e estão atrelados ao papel que esta assume na sociabilidade e mediação pertinentes ao seu grupo social. Neste processo, aparentemente despretensioso e lúdico, a criança vai dando sentido e significado a sua forma única de ser e estarno mundo, como parte de uma cosmologia que é própria de cada sociedade indígena.

Os Significados Das Crianças Indígenas Brasileiras (Séculos XVI e XVII)

Journal of Human Growth and Development, 2000

A partir da análise de cartas jesuítas, documentos históricos e crónicas de viajantes estrangeiros, referentes aos séculos XVI e XVII, identificaram-se diferentes significados para as crianças indígenas brasileiras. Verificou-se, a partir dos relatos, que a criança indígena brasileira era bem cuidada pelos membros da sua tribo, treinando-a para que se tomasse um adultoigual àqueles pertencentes à sua cultura tribal. As crianças das tribos inimigas não eram consideradas crianças, mas inimigos que deveriam ser mortos e devorados. Os jesuítas concebiam as crianças como tendo particularidades, ou seja, especificidades que as tomavam mais maleáveis que os adultos. Reconheciam que estavam em período de desenvolvimento, no qual a forrna,cão do futuro adulto deveria ser moldada. Havia, entre eles, portanto, um sentimento de infancia, apesar de pouco claro. O colonizador português (não jesuíta) via a criança indígena como escravas em potencial.

As concepções de professoras e professores indígenas das etnias (Bororo, Nambikwara, Paresi, Chiquitano e Umutina) sobre crianças e infâncias indígenas

2019

Resumo Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de Mestrado em Educacao cujo proposito principal foi estudar as concepcoes de professoras e professores indigenas sobre a crianca e a infância indigenas. A pesquisa qualitativa exploratoria sistematiza os dados das entrevistas realizadas com 13 professoras e professores indigenas dos povos: Bororo, Umutina, Paresi, Chiquitano, Nambikwara em processo de formacao continua. Buscamos entender a especificidade e a identidade do ser professor indigena ao mesmo tempo em que esses nao se separam de seus outros papeis de educadores da crianca como maes, avos e tios, mas articulando a atuacao docente na alfabetizacao e os reflexos da acao da escola numa sociedade que impoe seus processos de colonizacao e negacao de suas formas especificas de ser indigena. Percebemos nas concepcoes das professoras e professores indigenas 3 (tres) tipos de criancas indigenas: a crianca sendo crianca, crianca no povo e crianca na escola, manifestaram mo...

Interculturalidade e infância indígena no contexto urbano: concepções de um grupo de professoras da Educação Infantil

Interações (Campo Grande)

Este artigo objetiva relatar as experiências vivenciadas e os estudos realizados na primeira etapa do projeto de extensão Infância, Interculturalidade e Etnomatemática na Educação Infantil: o atendimento à criança indígena, promovido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Naviraí, no ano de 2018. Elegeram-se como referenciais teóricos: documentos e produções científicas sobre os temas da Interculturalidade na educação e elementos da história e da cultura das etnias Kaiowá e Guarani que vivem em Mato Grosso do Sul (MS). A produção de dados parte de informações obtidas via respostas de um questionário, com questões abertas e fechadas, desenvolvido junto a um grupo de professoras da rede municipal de educação local, as quais foram público-alvo da ação extensionista. As informações coligidas inicialmente por este instrumento permitiram fazer inferências tanto quantitativas quanto qualitativas. No contexto dos encontros do curso, foi possível evidenciar dados p...

Crianças e infâncias indígenas: questões pertinentes para a educação infantil e a escola

Poíesis Pedagógica

Articulamos a compreensão da educação como ação política assumida em cada sociedade, suas concepções próprias e formas de garantir e salvaguardar as crianças como detentoras de conhecimentos ancestrais à educação escolar indígena. O diálogo visa problematizar a educação da criança pequena nestas sociedades e possíveis contradições da imposição da educação infantil nestes contextos sociais atuais em Mato Grosso.

Concepções De Criança Entre Os Kaiowá e Guarani Da Aldeia Guapo’Y/ Amambai

REVISTA DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UEMS, 2021

RESUMO: O trabalho apresenta a concepção de criança segundo os Kaiowá e Guarani da Aldeia Amambai (Guapo'y). O trabalho se desenvolveu desde a minha graduação até o momento, discutindo com professor Rogério para melhor delimitar o tema, o objetivo do artigo é trazer uma análise sobre a construção da concepção de criança pela sociedade Kaiowá e Guarani. Realizamos pesquisa de campo na aldeia Amambai (Guapo`y) visitando familiares, parentes, vizinhos e a escola da reserva. A partir dessas observações, refletimos sobre os comportamentos e a socialização das crianças, tentando demonstrar que, nos dias atuais, a concepção tradicional de criança construída pelas Kaiowá e Guarani está sendo colocada em disputa frente a concepções trazidas por outras instituições sociaisa escola, principalmente.

Protagonismo Infantil Na Educação De Crianças Indígenas

Revista Tocantinense de Geografia

A criança, independente das diferenças socioculturais, de gênero ou qualquer outro dispositivo discriminador, deve ter seus direitos como cidadãos respeitados e preservados. O projeto violento e opressor do colonialismo resultou na ruptura dos povos originários com a sua cultura, visto que ao longo desse processo foi consolidado um modelo universal de características europeias. Deste modo, o presente trabalho busca caracterizar a infância indígena com base na teoria decolonial, a partir da discussão do documentário Waapa. Para tanto, o documentário foi analisado a partir da técnica de análise de conteúdo temática proposta por Bardin. Foram criadas três categorias norteadoras da discussão: Natureza, Gênero e Cultura. Foi possível observar as particularidades das vivências indígenas na infância e o modo como a cultura e os elementos da natureza se relacionam com os marcos do desenvolvimento infantil, bem como, a formação social e humana de cada criança. Ficou evidente ao longo das cen...