Liberdade e Temporalidade na Fenomenologia de Merleau-Ponty (original) (raw)

Temporalidade e Desejo Em Merleau-Ponty

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia

Neste artigo, procuramos mostrar a articulação entre temporalidade e desejo no que diz respeito à Fenomenologia da percepção. Tentamos ainda explicitar como a intenção significativa ganha uma nova possibilidade de compreensão ao ser articulada à noção de desejo enquanto “carência que procura se preencher”. Ao invés de ser concebida como a recaída de Merleau-Ponty no intelectualismo, a intenção significativa revela-se como uma das possibilidades da própria temporalidade. Por fim, estabelecemos um possível paralelo entre Merleau-Ponty e o pensamento de R. Barbaras em relação às suas concepções do desejo.

Liberdade e História a partir da Fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty

2010

Resumo: Este trabalho tem como objetivo explorar as concepções de liberdade e história, que surgem a partir da concepção de temporalidade elaborada por Merleau-Ponty em sua obra Fenomenologia da Percepção. Procuramos mostrar como o autor constrói sua concepção de liberdade considerando a relação de mútua constituição entre sujeito e mundo. Nessa mútua constituição, o sujeito, concebido como tempo, realiza sua liberdade como um contínuo movimento de retomada de seu contexto histórico e de abertura ao porvir dando um novo sentido à situação na qual está inserido. Essa relação de interdependência entre sujeito e mundo faz com que Merleau-Ponty não possa admitir uma liberdade absoluta, apontando então para a concepção de uma liberdade “condicionada”, inserida numa história que, ao mesmo tempo, ultrapassa o sujeito e é constituída por ele em suas decisões. Abstract: This study has as main objective to explore the conceptions of liberty and history, which were created from the conception of temporality, elaborated by Merleau-Ponty, in his work Phenomenology of Perception. Our aim is to show how the author works the conception of freedom considering the (of mutual constitution) relation between subject and world. In this mutual constitution, the subject, conceived as time, exerts his freedom as a continuous movement of recovering his historical context and of opening to the future, giving a new meaning to the situation in which his inserted. This relation of mutual dependence between subject and world makes Merleau-Ponty to refuse an absolute freedom, pointing to a conception of freedom which can be labeled as “conditional”, inserted in a history which, at the same time, surpasses the subject and is formed by him in his decisions. (Dissertação elaborada com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES).

Merleau-Ponty, fenomenologia e psicanálise

Trans/Form/Ação (UNESP), 2014

O livro Maurice Merleau-Ponty et la psychanalyse: la consonance imparfaite, pela Editora Le Bord de L'Eau constitui, seguramente, um marco na literatura filosófica francesa atual. Trata-se da obra de Thamy Ayouch, psicanalista, professor de psicopatologia clínica da Universidade de Lille 3 e pesquisador na Universidade Paris 7 - Denis Diderot. Como o título sugere, o trabalho explora um dos temas candentes ao longo de toda a reflexão do filósofo francês Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), que parece ter concedido, cada vez mais, um certo lugar de honra da psicanálise naquilo que ela permite redimensionar questões teóricas decisivas. Em tal contexto, que alcance maior o livro de Ayouch projeta, em meio à fortuna crítica literária em torno da obra fenomenológica de Merleau-Ponty?

Linguagem e temporalidade: a interrogação filosófica em Merleau-Ponty

Revista Controvérsia Unisinos, 2023

O objetivo deste texto é examinar aspectos da filosofia de Merleau-Ponty considerando-a distante tanto de um subjetivismo fenomenológico, quanto de um objetivismo estruturalista, posições descritas por Michel Foucault como determinantes do debate filosófico francês dos anos 1950. Um caminho possível para descrever sua posição é investigar a maneira como trabalha o tema da linguagem, tanto a partir de sua apropriação da linguística de Saussure, quanto em interlocução com as reflexões de Bergson-ponto pouco explorado entre os intérpretes. Também em relação a Bergson, discutirei a concepção de temporalidade presente em Merleau-Ponty, distanciando-a, ao mesmo tempo, da maneira como Sartre a compreende. Ao final desse trajeto, penso que se tornará mais clara a proposta merleau-pontyana de uma fenomenologia alargada e dialógica.

O Sentido Ontológico Da Alteridade Segundo Merleau-Ponty

Sapere Aude, 2018

O presente artigo analisa a noção de alteridade nos últimos textos de Merleau-Ponty. Mostra, ainda, como o filósofo supera o problema do espírito, que sempre impediu a relação intersubjetiva, por meio da reabilitação ontológica da noção de estrutura, pensada como carne (La chair). A relação com o outro não recai mais na consciência da subjetividade, visto que ambos estão presos num mesmo tecido gestáltico, como quiasmas, de tal modo que toda realidade sensível é feita desse mesmo estofo primordial. A diferenciação, portanto, ocorre no próprio mundo enquanto figura sobre fundo.