Os cursos de geografia física de Kant (original) (raw)
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A Alma da (e na) Geografia Física de Kant [The Soul of (and within) Kant's Physical Geography]
DoisPontos, 2020
Resumo: O presente artigo examina a natureza da investigação antropológica que Kant executou nos seus cursos sobre geografia física. Se, por um lado, a sua relação com a física empírica é assegurada, por outro, a incorporação de ambos os objetos do sentido interno, alma e ser humano, na abordagem cosmológica da investigação empírica da natureza humana gera questionamentos sobre a articulação disciplinar (entre física empírica, geografia física, psicologia empírica e antropologia) e metodológica (entre especulação e pragmatismo) pressupostas no Conhecimento do Mundo. Será mostrado que a investigação antropológica de Kant desde o início procurou assegurar uma combinação sistemática entre diferentes procedimentos científicos que visam o conhecimento da natureza humana e que este é justamente o caso do emprego geográfico do conceito ontológico de alma no esclarecimento da diversidade de temperamentos e de gostos da espécie humana. Palavras-chave: antropologia; geografia física; especulação; pragmatismo; alma. Abstract: This article examines the nature of Kant's anthropological investigation, carried out during his courses of Physical Geography. Even though one cannot dispute his relationship with empirical physics, the incorporation of both objects of inner sense (soul and human being) in his cosmological approach of the empirical investigation of human nature raises questions regarding disciplinary articulations (between empirical physics, physical geography, empirical psychology, and anthropology) and methodological articulations (between speculation and pragmatism), upon which he builds his Knowledge of the World. I shall demonstrate that, from the beginning, Kant sought to systematically combine different scientific procedures focused on the knowledge of human nature, and that this is precisely the reason why he uses soul as an ontological concept in his geographic studies to clarify the diversity of tastes and tempers of the human species.
Revista Sociedade Natureza, 2010
Artigo recebido para publicação em 18/05/2009 e aceito para publicação em 22/10/2009 RESUMO: O presente artigo argumenta que o curso de geografia física de Imannuel Kant é o produto de uma reflexão filosófica e cosmológica, devido a problemática em se estabelecer a regularidade da natureza, que é espacialmente diferenciada e regulada por fundamentos mecânicos e causais. A partir de problemas filosóficos relacionados às teses desenvolvidas na Crítica da Razão Pura, a partir de críticas advindas dos viajantes e naturalista sobre a sua concepção de universalidade do conceito de natureza e sobre a sua concepção de espaço; Kant é obrigado a rever sua posição filosófica, que acontecerá somente a partir de uma profunda revisão dos conceitos de metafísica, matéria, espaço e natureza. O espaço, agora, não mais ideal, passa a ser a categoria estruturante do mundo empírico, onde a geografia é qualificada como a ciência do espaço, a partir de uma reflexão metafísica sobre a natureza e Terra, erguendo assim as bases para uma filosofia da geografia na modernidade.
Raega - O Espaço Geográfico em Análise, 2009
Há um relativo depauperamento no tocante ao nosso conhecimento a respeito da relação entre a filosofia kantiana e a constituição da geografia moderna e, conseqüentemente, científica. Esta relação, quando abordada, o é - vezes sem conta - de modo oblíquo ou tangencial, isto é, ela resta quase que exclusivamente confinada ao ato de noticiar que Kant ofereceu, por aproximadamente quatro décadas, cursos de “Geografia Física” em Königsberg, ou, que ele foi o primeiro filósofo a inserir esta disciplina na Universidade, antes mesmo da criação da cátedra de Geografia em Berlim, em 1820, por Karl Ritter. Não ultrapassar a pueril divulgação deste ato em si mesma só nos faz jogar uma cortina sobre a ausência de um discernimento maior acerca do tributo de Kant à fundamentação epistêmica da geografia moderna e científica. Abrir uma frincha nesta cortina denota, necessariamente, elucidar o papel e o lugar do “Curso de Geografia Física” no corpus da filosofia transcendental kantiana. Assim sendo, ...
Kant’s Courses of Physical Geography
2020
In this article we will indicate that the fundamental proposition of the courses of physical Geography of Kant is: the man is a habitant of Earth. To validate this thesis, we will align the methodology utilized by Kant in the courses of Anthropology and physical Geography, in order to evidence the convergences and divergences of these courses. Besides that, we will compare the methodology employed by Kant in the natural History and in the physical Geography, because the distinction between these sciences will allow us to ratify the thesis here defended and to delimit the criteria of validity of the proposition indicated above. In Physische Geographie, Kant differentiates the propositions of those disciplines in the following way: the geographical propositions refer to the men as habitants of Earth, but investigate them without any historical perspective, in other words, investigate them in the present tense. Unlike this, the naturalists propositions investigate the human beings in a...
O Curso de Geografia Física de Imannuel Kant e a construção metafísica da superfície da Terra
GEOUSP: Espaço e Tempo (Online), 2011
Alexandre Domingues Ribas** Resumo. O presente artigo argumenta que o curso de geografia física de Imannuel Kant é o produto de uma reflexão filosófica e cosmológica, devido a problemática em se estabelecer a regularidade da natureza que é espacialmente diferenciada e regulada por fundamentos mecânicos e causais. A partir de problemas filosóficos relacionados às teses desenvolvidas na Crítica da Razão Pura, a partir de críticas advindas dos viajantes e naturalista sobre a sua concepção de universalidade do conceito de natureza e sobre a sua concepção de espaço; Kant é obrigado a rever sua posição filosófica, que acontecerá somente a partir de uma profunda revisão dos conceitos de metafísica, matéria, espaço e natureza. O espaço, agora, não mais ideal, passa a ser a categoria estruturante do mundo empírico, onde a geografia é qualificada como a ciência do espaço, a partir de uma reflexão metafísica sobre a natureza e Terra, erguendo assim as bases para uma filosofia da geografia na modernidade.
2009
Resumo: O objetivo do trabalho e demonstrar algumas das principais inuencias da � losoa kantiana na constituicao metafisica das ciencias da natureza e em particular da geograa fisica. A tese dalosoa kantiana para a metafisica da ciencia esta estruturada no papel do espaco enquanto categoria estruturadora do conhecimento do mundo e ao mesmo tempo no carater transcendental da natureza. A geograa fisica e o produto dessa reexaoloso� ca, em que a mesma mais do que localizar o fenomeno e a empi- ricizacao da metafisica da natureza, pois permite articular o mecânico e o causal com o transcendental, preparando assim a construcao de leis geogra� cas sobre a distribuicao da natureza na superficie terrestre, projeto este que foi desenvolvido por Alexander von Humboldt. A geograa fisica e assim o produto de uma reexaoloso� ca sobre a natureza na modernidade. Palavras-Chave: Filosoa kantiana. Ciencias da natureza. Geograa fisica. Humboldt. Cosmos. Abstract: This paper focuses on the inuential r...
The objective of this work is to demonstrate that the distinction proposed by Kant between physical geography and natural history (as found in Physische Geographie and other works of 1770) can be interpreted as the establishment of two distinct areas of problem resolution of reason as the thesis of decidability developed by Loparic (See 2005). This interpretation is valid insofar as the elements of the geographical propositions relate to events occurred spatially at the same time, while in the case of natural history, they refer to the facts occurred temporally one after the other. So we will rebuild here this distinction presented by the author investigated from the logical-semantic bias interpretation because the distinction developed by Kant between these delimits disciplines how the propositions of Physical geography and natural history can be satisfied by given objects or built in sensitivity.
O presente artigo argumenta que o curso de geografia física de Imannuel Kant é o produto de uma reflexão filosófica e cosmológica, devido a problemática em se estabelecer a regularidade da natureza, que é espacialmente diferenciada e regulada por fundamentos mecânicos e causais. A partir de problemas filosóficos relacionados às teses desenvolvidas na Crítica da Razão Pura, a partir de críticas advindas dos viajantes e naturalista sobre a sua concepção de universalidade do conceito de natureza e sobre a sua concepção de espaço; Kant é obrigado a rever sua posição filosófica, que acontecerá somente a partir de uma profunda revisão dos conceitos de metafísica, matéria, espaço e natureza. O espaço, agora, não mais ideal, passa a ser a categoria estruturante do mundo empírico, onde a geografia é qualificada como a ciência do espaço, a partir de uma reflexão metafísica sobre a natureza e Terra, erguendo assim as bases para uma filosofia da geografia na modernidade.
Sobre a educação física na pedagogia de Kant
Criar Educação, 2018
Pretendemos a análise e exposição acerca do papel da formação física no interior da Doutrina da Educação de Immanuel Kant. Nossas análises ocorrerão, em particular, a partir de uma investigação cautelosa da obra Sobre a pedagogia. Observamos que a Educação Física, no interior da pedagogia kantiana, enquanto a primeira etapa da formação do educando, é de suma importância para o objetivo essencial da educação, conforme pensada por Kant, a saber: o alcance da Humanidade. Eis aqui a ocasião, ademais, de análise, de avaliação, de reflexão, de pensamento, de orientação e de promoção, a partir da compreensão dos fundamentos da educação, para possíveis e diferentes posturas e olhares acerca da Educação, afinal, os ganhos da união entre a investigação teórica com a realidade, em especial, a realidade educacional, é de máxima urgência e relevância.