TETO DE VIDRO METAFÓRICO (E CONCRETO), INAUDIBILIZAÇÕES NO REAL: UMA INVESTIGAÇÃO MATERIAL DAS DESIGUALDADES DE GÊNERO NO CAMPO DA MÚSICA COM FOCO NA PROGRAMAÇÃO DAS SEIS ÚLTIMAS EDIÇÔES DO FESTIVAL MÚSICA NOVA (original) (raw)

ESCAVAÇÕES NA TERRA SUBTERRÂNEA DOS TETOS DE VIDRO DE GÊNERO: UMA ANÁLISE DOS DADOS DA BIENAL MÚSICA HOJE COM FOCO EM QUESTÕES DE DIVERSIDADE DE GÊNERO

Seminário Internacional Fazendo Gênero 12 (Anais Eletrônicos), 2021

Nesse trabalho, que integra uma pesquisa de doutorado interdisciplinar em andamento, observamos os dados de quatro edições da Bienal Música Hoje (2011, 2013, 2015 e 2017), com foco em questões de diversidade de gênero. A Bienal Música Hoje é descrita no website de sua última edição (2017) como “(...) um evento que defende a experimentação e abre espaço para a diversidade estética e o trabalho de quem se dedica à música nova, criando, interpretando e, principalmente, ouvindo.” (BIENAL MÚSICA HOJE, 2017), integra o campo da chamada música brasileira contemporânea/ nova/ atual/ “de hoje”, ligada, por sua vez, à tradição da chamada música clássica de tradição europeia. Por meio de metodologia mista realizamos um levantamento quantitativo da presença de mulheres e homens na programação de concertos, workshop, palestras, oficinas, mostra paralela e o concurso de composição do evento a partir dos nomes disponíveis nas programações e fontes divulgadas, e, a seguir, apresentamos uma investigação qualitativa, de cunho reflexivo-crítico, sobre os dados coletados. Essa investigação pretende verificar e analisar, a partir de diferentes referenciais teóricos oferecidos pelo campo das teorias e críticas feministas e de gênero, inaudibilidade/ audibilidade, a presença/ ausência, escuta/ não-escuta, expressão-silenciamento, memória/esquecimento, visibilidade/ apagamento, inclusão/ exclusão, de compositoras, com atenção às compositoras brasileiras, e, se possível, em abordagem interseccional.

PADRÕES FÍSICOS INADEQUADOS NA PERFORMANCE MUSICAL

RESUMO Muitos estudos especializados têm constatado a existência de um alto índice de problemas físicos apresentados por violinistas. No entanto, poucos são os estudos que apontam em direção à reflexão e discussão destes problemas, principalmente por parte dos profissionais da saúde. Além disso, a maioria dos estudos encontrados trata de problemas físicos de profissionais de orquestra, tendo sido pouco discutidos aqueles apresentados por alunos de violino. Assim, com o intuito de contribuir para a discussão destes problemas, o presente estudo teve como objetivo a observação e avaliação dos problemas corporais que permeiam a prática de seis estudantes de violino do curso de Graduação da Escola de Música da UFMG. Foi conduzida uma pesquisa bibliográfica envolvendo estudos relacionados à Anatomia, Biomecânica e Cinesiologia. Dados foram colhidos através de observação, filmes e fotos dos seis alunos de violino em quatro situações diferentes de performance no contexto da graduação, além de avaliações fisioterápicas realizadas no consultório de Fisioterapia da pesquisadora. Estes dados foram apresentados a um painel composto por quatro observadores da área da saúde e da música. A analise destes dados revelou que os seis alunos de violino apresentaram padrões físicos inadequados que poderiam prejudicar sua saúde e, conseqüentemente, sua performance. Houve uma discussão em torno destes padrões, que foram explicados a partir das visões da Fisioterapia. Esperamos que esta pesquisa possa chamar a atenção dos violinistas e professores de violino para a importância de uma consciência corporal durante a performance do instrumento, que vise mais simetria e relaxamento das regiões corporais envolvidas no ato de tocar o violino.

AS CRIAÇÕES DO GÊNIO – AMBIVALÊNCIAS DA “METAFÍSICA DA ARTE” NIETZSCHIANA

Revista Kriterion, 2009

The creations of the apollinian-dionysian genius are in the center of the concerns of the artist’s metaphysics and raise the question about the relationship of Nietzsche to the aesthetics of German Romanticism and Schopenhauer’s. In this article we investigate the ambivalences of the Nietzschean thinking regarding the confl ict between the apollinian art of illusion and the Dionysian wisdom, between the Primordial-One and the appearance. As criações do gênio apolíneo-dionisíaco estão no centro das preocupações da metafísica de artista, e suscitam a questão acerca do vínculo de Nietzsche com a estética do Romantismo Alemão e de Schopenhauer. Investigamos neste artigo as ambivalências do pensamento nietzschiano no que tange ao conflito entre a arte apolínea da ilusão e a sabedoria dionisíaca, entre o Uno-Primordial e a aparência.

FREVO, CORPOS QUE FERVEM NO CARNAVAL: ETNOGRAFIA, TRABALHO DE CAMPO E VIVÊNCIA PESSOAL NA PESQUISA EM MÚSICA

Fênix , 2024

O frevo é uma expressão cultural e artística brasileira. É Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade desde 2012. Nas últimas décadas a música do frevo tem sido cada vez mais estudada no meio acadêmico. E duas das principias perspectivas nesse meio são o trabalho de campo e a etnografia. Algo que é influência da Etnomusicologia na área da Música. Esse artigo tem como objetivo discutir sobre o trabalho de campo, a etnografia e as vivências pessoais na pesquisa em Música, utilizando minha experiência com uma pesquisa sobre o frevo.

DESIGUALDADES DE GÊNERO E EMOÇÕES NAS ESCOLHAS DE JOVENS DE ENSINO MÉDIO DO PROGRAMA DE VOCAÇÃO CIENTÍFICA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Anais do IX Colóquio Internacional de Filosofia e Educação, 2018

O Programa de Vocação Científica da Fundação Oswaldo Cruz incentiva jovens na carreira científica há mais de 30 anos. Sabe-se que desde o estabelecimento dessa Iniciação Científica, mais moças do que rapazes têm ingressado e as emoções fazem parte das suas experiências nesse processo formativo. Portanto, é preciso trazer à luz a dimensão da emoção, articulando-a com o tema da formação científica. Considerando que os (as) adolescentes vivenciam momentos de transição e busca de identidades, o caso do Programa de Vocação Científica (Provoc) nos parece particularmente promissor para explorar a emoção no processo formativo. Na sociedade moderna ocidental, algumas performances das emoções têm sido associadas com a noção de feminilidade, principalmente em relação as áreas acadêmicas e profissionais estereotipadas como femininas ou masculinas. As emoções podem ser decisivas nas escolhas acadêmicas e profissionais e alinharem-se as expectativas de gênero de espaços de trabalho. Portanto, faz sentido investigá-las entre jovens que se iniciaram na ciência, isto é, através dos alunos (as) e egressos (as) da prática de iniciação científica. Como as relações de gênero expressam diferentes performances emotivas, investiga-se nos relatos de alunos (as) e egressos (as) do Programa se e como estas emoções norteiam escolhas acadêmicas e/ou profissionais. Através da revisão de entrevistas semiestruturadas, em 2006, com 8 alunas e 7 alunos, e entre 2007 a 2010 com 23 egressas e 9 egressos, identificam-se emoções tipicamente femininas e masculinas justificando escolhas. Discutimos como estas emoções tanto reforçam desigualdades de gênero, como se constituem em espaço de resistência nas atividades acadêmicas e/ou profissionais. Propõe-se a implementação dos conhecimentos da Filosofia e Sociologia no processo formativo dos (as) alunos (as) do Provoc. Com a prática da Filosofia, pretende-se promover a reflexão sobre as concepções de emoções e de gênero e suas implicações para a produção de conhecimento. Como também, pela prática da Sociologia, exercitar a desnaturalização e problematização de desigualdades em geral, e das escolhas acadêmicas e/ou profissionais.

A MUSICALIZAÇÃO (RITMO-SOM-CORPOREIDADE) COMO INTERVENÇÃO NEUROCOGNITIVA DE HABILIDADES MATEMÁTICAS

Estratégias pedagógicas utilizadas pelo educador são estímulos que reorganizam o desenvolvimento do sistema nervoso, atuando nas transformações neurobiológicas que produzem aprendizagem. A partir da relação das habilidades neurocognitivas típicas da educação matemática (contagem, seriação e complementaridade) com o processo de musicalização, foram observados avanços positivos no desenvolvimento do conceito numérico e nas funções executivas (atenção e memória). Este texto descreve primícias de investigação do doutoramento acerca da abordagem neurocognitiva de intervenção da musicalização para o ensino de matemática, tomando-se como fio condutor, a neurociência. Para esta identificação foram realizadas atividades de musicalização (ritmo- som-corporeidade) com alunos da primeira série do ensino fundamental e observado o relato da professora regente.

EXPOSIÇÃO RUÍDO DE FRONTEIRA - ELETRONIKA - FESTIVAL DE NOVAS TENDÊNCIAS

O Eletronika ganhou uma nova dimensão construtiva a partir de 2002, quando agregou o Fórum de Mídia Expandida, concebido e organizado pelos artistas e curadores Lucas Bambozzi e Rodrigo Minelli. A ideia era ampliar as conexões entre música e imagem através de mesas redondas, debates, workshops e encontros, destacando o processo e o desejo de uma constante experimentação envolvendo os vários cruzamentos possíveis entre linguagens. Os eventos conduzidos pelo Fórum ajudaram a escrever um pouco da história do “vjaying”, ou das chamadas “live images” no Brasil, um importante capítulo da arte eletrônica. Os encontros e atividades foram marcados pela troca de experiências e informações entre brasileiros e artistas de diversas partes do mundo, como Argentina, França, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Inglaterra, para cita apenas alguns. Em 2005 aconteceu a mais completa edição do Fórum, com uma programação que abarcou performances, audiovisuais, instalações e outras propostas emergentes nos circuitos das artes digitais. Com isso, consolidou-se como espaço para a investigação de formatos plurais e multidisciplinares, levando seus organizadores a criarem o Festival arte.mov, evento pioneiro no Brasil na abordagem das novas manifestações artísticas impulsionadas pela tecnologia. Em 2010, os organizadores do Eletronika e do arte.mov deram sequência à parceria, organizando o Eletronika Vivo arte.mov, evento que uniu o Festival de Música Eletrônica ao Festival de Mídias Móveis. Juntos eles criaram uma plataforma cultural capaz de agregar ainda mais a criação e o debate em torno da nova cena da arte e da cultura digital no país. O Eletronika passou a ser organizado por Aluizer Malab e Marcos Boffa, enquanto o arte.mov continuou sob comando de Lucas Bambozzi e Rodrigo Minelli (falecido em 2013). No ano de 2011, o Eletronika arte.mov destacou o ruído como elemento constituinte não só da informação, mas também da obra de arte, com o tema “Ruído de Fronteira”. A dissolução das fronteiras entre imagem e som está no foco desta edição, ampliando ainda mais as explorações da cultura urbana permeada pela música.

OS CONTOS DE FADA E A VIOLÊNCIA DE GÊNERO: A METÁFORA DO ESTUPRO EM MALÉVOLA

Considerando os filmes como potentes espaços de (re)construção de significados, onde podem ser (re)produzidos, negociados, disputados e exibidos nas telas, este artigo descreve e discute "a cena do corte das asas" de Malévola como uma metáfora de violência sexual. O filme Malévola (2014) foi produzido pelos estúdios Disney como uma releitura de "A Bela Adormecida" e conta a história a partir da perspectiva da "vilã" como protagonista, uma feminilidade líder, que vai ser contestada e violentada. Com aporte dos estudos de gênero pós-estruturalistas e dos estudos culturais, este trabalho pretende, então, analisar os significados veiculados nesta cena, por meio da análise cultural, considerando as relações de gênero ali representadas. Palavras-chave: Gênero. Filmes. Violência. A escolha de um roteiro para balizar a análise Filmes de contos de fada e roteiros com promessas de um "felizes para sempre". Estes artefatos culturais apresentados por histórias adentradas pelo conhecido "Era uma vez..." nos

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E DISCRIMINAÇÃO DE GÊNERO

Direitos fundamentais e sociedade tecnológica, 2022

1. Introdução. 2. Inteligência artificial: conceitos e funções. 3. Inteligência artificial e regulação: entre a ética e o direito. 4. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e o reconhecimento do princípio da não-discriminação. 5. Conclusão. 6. Referências bibliográficas.