A infância de Jesus na iconografia ítalo-germânica (séculos XII-XIV): análise comparativa de três versões apócrifas dos evangelhos. (original) (raw)
2022, Monografia apresentada ao Departamento de História do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) como requisito parcial para obtenção do título de Graduação em Licenciatura plena em História
A iconografia cristã medieval costuma ilustrar temas sobre a vida de Jesus que não baseados exclusivamente nos textos bíblicos; os evangelhos do cânon são insuficientes para interpretá- los. É o caso das representações das narrativas dos “apócrifos”, os escritos cristãos excluídos do cânone das “Escrituras”, sobretudo por terem sido considerados heréticos. Apesar de rejeitados pela ortodoxia nos primeiros séculos da Igreja, na Idade Média eles se tornaram parte integrante da cultura, influenciando em especial sua arte. Um exemplo são as narrativas dos “evangelhos da infância de Jesus”, apócrifos que buscavam complementar as passagens bíblicas dos primeiros anos de vida do Cristo. Neste trabalho pretendemos estudar comparativamente três versões da iconografia ítalo-germânica, produzidas entre os séculos XII e XIV, que ilustram temas dos apócrifos da infância de Jesus. Dentre eles, alguns foram escolhidos para análise: o milagre da palmeira na fuga ao Egito, o milagre dos pássaros debarro, e Jesus na escola. a abordagem em perspectiva comparada, pretende-se destacar semelhanças e diferenças entre as fontes que ressaltem sua maneira particular de representarem as narrativas dos evangelhos da infância, e, em especial, o personagem Jesus. Para tanto, buscar-se-á também um exame comparativo das imagens com os mais influentes apócrifos da infância no Ocidente, o “Evangelho do Pseudo-Tomé” (século II), o “Evangelho Árabe da Infância” (século VI), e o “Evangelho do Pseudo-Mateus” (século VII).