21st Century Literacies Research Papers (original) (raw)

Esta coletânea reúne trabalhos de professores-pesquisadores do ensino básico, técnico e tecnológico e tem como objetivo principal problematizar, discutir e refletir sobre diversas inquietações do dia a dia da sala de aula. Reconhecemos os... more

Esta coletânea reúne trabalhos de professores-pesquisadores do ensino básico, técnico e tecnológico e tem como objetivo principal problematizar, discutir e refletir sobre diversas inquietações do dia a
dia da sala de aula. Reconhecemos os avanços e contribuições das
pesquisas em Linguística Aplicada ao ensino de línguas estrangeiras,
no entanto percebemos que ainda há muito a ser compartilhado em
termos de publicações de pesquisas nas quais os próprios professores
são os protagonistas de suas histórias e trajetórias investigativas.

Nessa perspectiva, os trabalhos reunidos nesta obra apontam para
essa direção, vislumbrando a partilha de experiências e reflexões sobre
o ensino e o aprendizado de língua inglesa na escola pública brasileira.

Abrindo este volume, temos o capítulo intitulado "O uso de filmes e séries na sala de aula: da operação ‘tapa-buracos’ ao despertar
do desejo de falar inglês", escrito por Vanderlice dos Santos Andrade
Sól. O capítulo apresenta as contribuições de um projeto de extensão
que utiliza o cinema como recurso didático-pedagógico no contexto
de ensino e aprendizagem de língua inglesa. A autora apresenta
estratégias para a utilização do cinema na sala de aula para a
construção colaborativa do conhecimento, o desenvolvimento
linguístico-comunicativo dos participantes, oportunidades para
discutir valores culturais, atitudes e modos de ser/estar no mundo
contemporâneo.

O segundo artigo, "Conversation Club: análise das construções
discursivas como ferramenta para a reflexão e criticidade", de autoria
de Shirlene Bemfica de Oliveira, apresenta um projeto de extensão
como uma possibilidade de promoção de multiletramentos e um espaço
de interlocução no qual os participantes interagem em língua inglesa
para a resolução de problemas, discussão de assuntos atuais e para
compartilhar seus conhecimentos e habilidades acadêmicas,
profissionais e pessoais. O projeto Conversation Club se revela como
um espaço de ensino e aprendizagem de reconstrução identitária, de
reposicionamento e empoderamento social. A autora apresenta os
desafios e as contribuições metodológicas e sociais desse projeto.

Ronaldo Corrêa Gomes Júnior, no capítulo seguinte, investiga
as metáforas de estudantes de um curso técnico integrado em um
Instituto Federal, no intuito de compreender as conceptualizações
desses alunos-estudantes sobre o ensino e a aprendizagem de inglês
na escola pública. O capítulo traz reflexões e contribuições reveladoras
sobre o ensino e a aprendizagem de inglês nesse contexto. O autor ressalta a importância de se investir em estudos que dão voz aos
aprendizes para, a partir dessa escuta, pensar em novas abordagens e
políticas educacionais que favoreçam o ensino e o aprendizado de
línguas.

No quarto capítulo, intitulado "O ensino de escrita de abstracts
para servidores do IFMG: desvendando diferenças", Nara Nília
Marques Nogueira e Annallena de Souza Guedes, ancoradas nos
estudos sobre inglês para fins específicos, gêneros textuais e
letramentos acadêmicos, apresentam o relato de uma experiência de
um projeto interinstitucional de escrita de abstracts com servidores de
dois institutos federais. As autoras ressaltam a necessidade de se voltar
especial atenção para futuros estudos sobre o ensino de inglês para
fins específicos bem como provocar reflexões sobre o ensino de escrita
de abstracts em contextos educacionais.

Na sequência, Gláucio Geraldo Moura Fernandes, no artigo "O
aspecto motivacional no trabalho com gêneros produzidos por alunos
do ensino médio durante as aulas de língua inglesa", analisa a
relevância em se trabalharem determinados gêneros textuais e em se
publicarem os gêneros desenvolvidos pelos alunos. O autor ancora-se
nas teorias dos gêneros textuais e traz uma relevante discussão sobre
aspectos motivacionais na sala de aula, apresentando a discussão
sobre a prática pedagógica com gêneros textuais que fazem uso de
textos reais com propósitos comunicativos específicos.

No capítulo seguinte, "Letramento crítico e o ensino de língua
estrangeira via língua-alvo em escolas públicas brasileiras: uma
proposta viável?", Gabriela da Cunha Barbosa Saldanha traz reflexões
sobre as contribuições do letramento crítico nas aulas de língua inglesa
no contexto do ensino médio e técnico e mostra como a língua materna
tem sido utilizada para mediar as interações entre alunos e professores
no espaço da sala de aula. A autora se baseia nos estudos sobre novos
letramentos, multiletramentos e letramento crítico para subsidiar suas
reflexões.

No capítulo intitulado "Por que escrever colaborativamente na
aula de inglês usando a tecnologia do Google Docs?", Sérgio Gartner
descreve e interpreta o fenômeno da escrita colaborativa em inglês
desenvolvida em ambiente on-line, usando a tecnologia do Google Docs.
O autor ressalta que a escrita colaborativa no meio digital pode trazer
novos caminhos para a(s) teoria(s) de escrita em língua estrangeira e
para o engendramento de projetos colaborativos na sala de aula.

Finalizando, Gartner traz reflexões sobre as potencialidades e
limitações dessa prática pedagógica para aqueles que desejam focar no ensino da escrita em língua inglesa com apoio das ferramentas
tecnológicas.

Encerrando o volume, o capítulo "Vozes na sala de aula de
língua inglesa: uma experiência com os multiletramentos", de autoria
de Marden Oliveira Silva e Natália Costa Leite, ampara-se na
perspectiva dos multiletramentos com o objetivo de analisar como
alunos do ensino médio técnico se apropriaram criticamente de
atividades didáticas de produção de gêneros textuais realizadas em
aulas de língua inglesa. Os autores enfatizam a importância da
construção de sentidos em colaboração e problematizam a preocupação com questões glocais, pois acreditam que a educação precisa intervir de forma a afirmar o lugar da diversidade e valorizar a identidade local de seus sujeitos.

Consideramos esta coletânea uma forma frutífera de partilhar
experiências bem-sucedidas que poderão contribuir para a
desconstrução de discursos circulantes sobre o ensino e a
aprendizagem de língua inglesa na escola pública. As discussões
advindas desta obra, a partir de olhares e perspectivas diversas,
revelam que os autores envolvidos nesta coletânea apostam na
(re)invenção da sala de aula de língua inglesa e na possibilidade de se
aprender esse idioma em quaisquer contextos.
Agradecemos aos colegas que prontamente aceitaram partilhar
suas reflexões e trajetórias nesta obra. Ao IFMG pelo incentivo ao
crescimento profissional. Enfim, a todos que, direta ou indiretamente,
contribuíram para o acontecimento deste livro.

Shirlene Bemfica de Oliveira
(IFMG - Campus Ouro Preto)

Vanderlice dos Santos Andrade Sól
(IFMG - Campus Ouro Preto/ICHS UFOP)

Organizadoras