Active Ageing Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
Com o fenômeno global do envelhecimento populacional, as atenções recaem na busca da melhoria de qualidade de vida para idosos. A Organização Mundial da Saúde [1] destaca aspectos como transporte, habitação, trabalho, proteção social,... more
Com o fenômeno global do envelhecimento populacional, as atenções recaem na busca da melhoria de qualidade de vida para idosos. A Organização Mundial da Saúde [1] destaca aspectos como transporte, habitação, trabalho, proteção social, serviços de saúde e cuidados de longo prazo. Assim, o conceito Cohousing vem ao encontro do Envelhecimento Saudável, otimizando a capacidade funcional do idoso, permitindo-o realizar tarefas que lhe sejam importantes [1]. As Cohousings são comunidades intencionais surgidas em 1972 na Dinamarca [2], resgatando valores de comunidade e estilos de vida saudáveis. As Senior Cohousings, destinadas a maiores de 50 anos, favorecem o acesso a cuidados intensivos de saúde, autonomia e convivência social, representando diferentes significados e experiências nos campos físico, psicológico e social [3]. No Brasil, a internet vem auxiliando na informação e na organização social de grupos com afinidades e objetivos comuns [4]. De 2011 a 2013, o número de idosos brasileiros utilizando redes sociais, especialmente sites de relacionamento, aumentou 39,3% [5]. Esse perfil do “novo idoso” integra o conceito do Envelhecimento Ativo, um processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança. Estudos anteriores revelam traços do perfil dos moradores mais velhos das cohousings na Suécia [6] e identificam diretrizes projetuais através do processo participativo com futuros moradores no Brasil, porém sem foco etário [2]. O artigo objetiva traçar um perfil dos possíveis futuros usuários idosos dessas comunidades, pelo acompanhamento de postagens e comentários espontâneos em redes sociais e sites, buscando (i) identificar as razões que levariam adultos mais velhos a viver em cohousings no Brasil e (ii) avaliar a importância de fatores físicos, psicológicos e sociais nesta escolha. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre cohousing, psicologia ambiental e idosos e análise de conteúdo [7] em sites com grupos brasileiros da rede social Facebook que tenham como tema cohousing e participantes idosos interessados em adotar este modo de habitação. A análise, feita a partir de palavras-chave, identifica aspectos do significado da casa: Psicológica, Social, Econômica, Material, Temporal e Tempo- Espaço [3]. Partindo dos resultados obtidos através da categorização das palavras chaves dentro das 6 dimensões analisadas conclui-se que existe uma maior ocorrência de intensões a respeito de moradias compartilhadas dentro de duas categorias em especial: material e psicológica. As expectativas por parte dos relatos dentro da dimensão psicológica são quase tão importantes quanto as expectativas na material. Essa busca por amparo psicológico em seu ambiente de moradia, pode ser creditada a perdas nas capacidades físicas, cognitivas e sociais, levando a um estreitamento da inserção social dos idosos e um consequente sentimento de abandono e solidão [8]. Também relevante, é a presença maior de depoimentos femininos, totalizando 90,47% dentre os coletados. Uma das hipóteses para essa ocorrência maior entre mulheres é a busca por afirmação de independência [6]. O perfil do novo idoso dentro do conceito de Envelhecimento Ativo, auxilia na compreensão do aumento da procura por moradias alternativas, especialmente pelas cohousing, pois a organização deste tipo de comunidade, reforça os valores buscados por este novo perfil, presentes nos depoimentos dos idosos analisados.