Alexander Sokurov Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
Literatura e História sob as lentes de cinco cineastas russos (Eisenstein, Kozintsev, Paradjanov, Tarkóvski e Sokúrov) Neide Jallageas (DLO/FFLCH/USP) (Fapesp) Propõe-se apresentar e colocar em discussão procedimentos através dos quais... more
Literatura e História sob as lentes de cinco cineastas russos (Eisenstein, Kozintsev, Paradjanov, Tarkóvski e Sokúrov) Neide Jallageas (DLO/FFLCH/USP) (Fapesp) Propõe-se apresentar e colocar em discussão procedimentos através dos quais destacados cineastas russos, em períodos distintos, encaminharam suas realizações defendendo o cinema como arte autônoma. Esta defesa pode ser observada tanto na teia de suas iniciativas teóricas quanto em suas singulares filmografias, ambas constituintes de uma pungente argumentação sobre a especificidade da linguagem cinematográfica. Serguei Eisenstein, Grigori Kozintsev, Serguei Paradjânov, Andrei Tarkóvski e Aleksandr Sokúrov, por caminhos diferentes, construíram, cada um, uma estética que se destaca mundialmente como exemplo de um grande cinema. E todos levaram à tela, dentre outras, produções que partiram de textos literários ou historiográficos, biográficos ou ficcionais: Ivan, o Terrível; Hamlet; Rei Lear; Don Quixote; Ashik Kerib; Andrei Rublióv; Solaris; Crime e Castigo, dentre outros. A questão que fomenta esta comunicação é: em que consistiria esta autonomia e esta especificidade do cinema e como elas se manifestam na filmografia destes cinco cineastas? Uma das hipóteses é que há um conceito-chave de Eisenstein concebido enquanto conjunto monístico (som, imagem e movimento cuja articulação -monística -definiria a montagem), que de formas e estilos diferentes, se manifestam explicitamente nas realizações dos cineastas investigados, na articulação do som, espaço e movimento. Iúri Lotman, Viatcheslav Ivánov e Viktor Chklóvski oferecem aporte teórico a esta discussão. Palavras chave: semiótica, linguagem, cinema russo, conjunto monístico, signo figurativo, signo verbal. Trago, como enunciado no resumo, a proposta de colocar em discussão procedimentos através dos quais destacados cineastas russos, tais como Eisenstein, Tarkóvski, Paradjânov, Kozintsev e Sokúrov, em períodos distintos, encaminharam suas realizações defendendo o cinema como arte autônoma, ao mesmo tempo que levaram para as telas textos da literatura e da história. Para tanto retomo a provocação que eu mesma lancei: em que consistiria a autonomia e a especificidade do cinema e como elas se manifestam na filmografia destes cineastas? Nesta comunicação vou expor brevemente um encaminhamento inicial da questão, partindo da hipótese que o conceito de conjunto monístico, explicitado inicialmente por Serguei Eisenstein (1898-1948) em 1928, pode ser identificado nas realizações de outros cineastas russos, ainda que suas obras tenham estilos diferentes entre si. Antes de entrar na especificidade deste conceito de Eisenstein e seus desdobramentos, exporei, de forma sucinta, o ponto de vista de Iúri Lotman 1 (1978) sobre a construção do filme.