Aristóteles Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

RESUMO : Queremos levantar algumas questões referentes à tese que trata do materialismo de Empédocles a partir da ideia de elemento. O termo “elemento” não aparece no poema, por isso, a primeira questão é se faz realmente sentido falar de... more

RESUMO : Queremos levantar algumas questões referentes à tese que trata do materialismo de Empédocles a partir da ideia de elemento. O termo “elemento” não aparece no poema, por isso, a primeira questão é se faz realmente sentido falar de “elemento” na física de Empédocles. Observemos, paralelamente, que a ideia de elemento tem pelo menos duas leituras possíveis, e ambas podem ser encontradas no primeiro livro da Metafísica de Aristóteles: uma leitura de caráter temporal, que encontramos na sua definição (983b 6-11), outra de caráter mais geométrico que aparece na apresentação dos atomistas e faz analogia com as letras do alfabeto (985b 15-19). Esta outra aparece também no tratado De Generatione et Corruptione (315b9-15) em que os interlocutores de Aristóteles são os pensadores itálicos – e particularmente Empédocles e os atomistas. A crítica que Aristóteles fará às contestações de Empédocles quanto à realidade da geração e corrupção, porque este diz que não há nascimento nem morte, mas tão somente mistura e crase (DK 31 B8), é toda baseada em uma concepção da subsistência ou não da essência (οὐσία). Além das alterações de ordem qualitativa, quantitativa e espacial, que podem ser explicadas segundo as teorias das diferenças de composição elementar dos atomistas, Aristóteles requer também a compreensão de uma alteração mais radical da forma, quando um corpo inteiro deixa de ser isto que ele é ou vem a ser de algo que ele não era. Nesta visada, Empédocles seria, para Aristóteles, um pensador que pouco difere dos atomistas. Para os Atomistas, e para Empédocles, assim como também para os Eleatas, não há realmente geração e corrupção.
PALAVRAS CHAVE: Empédocles, elemento, pré-socráticos, Aristóteles, matéria
ABSTRACT: We want to raise some issues about the Aristotelian thesis of Empedocles’ materialism based from the idea of element. The term "element" does not appear in the poem, so the first question is whether it really makes sense to speak of "elements" in the physics of Empedocles. I Observe, in parallel, that the idea of element has at least two possible readings, and both can be found in the first book of Aristotle's Metaphysics: a reading considering time, which we find in its definition (983b 6-11), and another reading considering space appearing in the presentation of atomistic philosophy which makes an analogy with the letters of the alphabet (985b 15-19). This also appears in another treatise, De generatione et Corruptione (315b9-15), in which the interlocutors of Aristotle are italics thinkers – and especially Empedocles and the atomists. Aristotle criticises Empedocles’ disavoyment on the reality of generation and corruption, for the latter says that there is neither birth nor death, but only mixing and krasis (DK 31 B8). Aristotle based his criticism on a conception of subsistence or not of the essence (οὐσία). Besides the changes of qualitative, quantitative and spatial order, which can be explained according to the theories of differences in elemental composition of the atomists, Aristotle also requires an understanding of a more radical change in the way when a whole body ceases to be what it was or comes to be something he was not. At this sight, Empedocles would be, for Aristotle, a thinker who differs little from atomistic. For the Atomists, and Empedocles, as well as to all the Eleatics, there is really not generation and corruption.
KEYWORDS: Empedocles, element, pre-Socratics, Aristotle, matter.