Art and Cultural Theory, Postcolonialism, Gender and Feminism Research Papers (original) (raw)
RESUMO: A fotografia, Barthes nos lembra, é invisível: tudo o que vemos depende de uma imagem que nos remete a uma plenitude deslocada, que não está lá. Esse excedente da imagem é construído a partir da bagagem intelectual e afetiva do... more
RESUMO: A fotografia, Barthes nos lembra, é invisível: tudo o que vemos depende de uma imagem que nos remete a uma plenitude deslocada, que não está lá. Esse excedente da imagem é construído a partir da bagagem intelectual e afetiva do espectador, que para ele tem um papel sempre muito ativo e produtivo em suas obras. Pretendo, com este artigo, apontar como algumas articulações a respeito do significado das imagens, através da leitura da Câmara Clara de Roland Barthes, podem abrir caminhos relevantes na interpretação da obra da artista cubana Ana Mendieta (1948-1985). A hermenêutica pela qual Barthes se aproxima da fotografia, os vários caminhos de sua abordagem interpretativa-que revelam o Punctum das imagens-e a ontologia do afeto daquilo que nos punge, permite revelar um meio de acesso ao trabalho de Mendieta, em particular em sua Série Siluetas, que trata de diferentes tipos de invisibilidade, trabalho iniciado em 1973 no México, gerando mais de 200 registros fotográficos, a partir de performances e vídeos que transitam entre questões de gênero, nacionalidade, raça, exílio, morte, regeneração e poder feminino. / ABSTRACT: Photography, Barthes reminds us, is invisible: everything we see depends on an image that brings us to a displaced fullness that is not there. This surplus of the image is constructed from the intellectual and affective baggage of the spectator, who for him has an always very active and productive role in his works. I intend, with this article, to point out how some articulations about the meaning of the images, through the reading of the La Chambre Claire of Roland Barthes, may open relevant ways in interpreting the work of the Cuban artist Ana Mendieta (1948-1985). Barthes's hermeneutic approach to photography, the various paths of his interpretative approach-which reveal the Punctum of images-and the ontology of the affect of what punishes us, reveals a means of accessing Mendieta's work, particularly in his work Siluetas series, which deals with different types of invisibility, work started in 1973 in Mexico, generating more than 200 photographic records, from performances and videos that cross between issues of gender, nationality, race, exile, death, regeneration and female power.