Brazilian Indigenous Languages Research Papers (original) (raw)

A ergatividade é um epifenômeno morfossintático intrigante e que vem sendo constantemente revisitado pela literatura formal, sobretudo, no que se refere às propostas de reformulação de sua possível estrutura argumental. A ergatividade,... more

A ergatividade é um epifenômeno morfossintático intrigante e que vem sendo constantemente revisitado pela literatura formal, sobretudo, no que se refere às propostas de reformulação de sua possível estrutura argumental. A ergatividade, grosso modo, é um padrão gramatical em que o sujeito lógico de intransitivas compartilha determinados traços gramaticais (morfossintáticos) com o objeto lógico de cláusulas transitivas. Dentro da literatura tipológica e formal, este critério, bem como outros, são observados em diversas línguas naturais. O primeiro objetivo desta comunicação é apresentar de forma resumida quais são os outros padrões observados em línguas ergativas e de ergatividade cindida, em que ambos os sistemas de alinhamento Nominativo-Acusativo e Ergativo- Absolutivo se fazem presentes nas relações gramaticais e de predicação. O segundo objetivo, nosso foco principal, será o exame do misterioso papel do morfema –a que marca ora argumentos externos ora argumentos internos em línguas da família Tupi- Guaraní. Para tanto, consideraremos, sobretudo, dados de duas línguas da mesma família, o Kayabí e o Kamaiurá, e examinar que traços morfossintáticos, como traços ‘phi’ e de Caso, podem estar envolvidos nos nós terminais de determinados núcleos funcionais propostos em Halle (1997), Harbour (2008), Nevins (2007) e Calabrese (2008). Por fim, faremos uma breve revisita de propostas da literatura para a estrutura argumental de línguas ergativas e qual seria a estrutura mais coesa para dar conta da valência nessas línguas, tendo em vista que na literatura formal (em seus diferentes momentos), Caso Ergativo e Nominativo sempre foram tratados como paralelos, muito embora pareça o Caso Ergativo estar mais associado à questões lexicais, como papel temático, sendo licenciado tematicamente como agente em especificador de vP, pelo núcleo v-zinho e daí ser o Caso Ergativo considerado inerente, não-estrutural, tendo em vista as últimas abordagens sobre o tema na literatura formal (cf. Woolford (2006); Anand & Nevins (2007) e Duarte (2008)). Referências bibliográficas: ANAND, Pranav & NEVINS, Andrew (2007). The locus of ergative case assignment: evidence from scope. In Ergativity emerging issues, Ed. Alana Johns, Diane Massam, and Juvenal Ndayiragije, 3-25. Studies in Natural Language and Linguistic Theory, vol.65. Springer, Dordrecht, The Netherlands. CALABRESE, Andrea (2008). On absolute and contextual syncretism: Remarks on the structure of paradigms and how to derive them. In Inflection identity, Ed. Asaf Bachrach and Andrew Nevins, 156-205. Oxford: Oxford University Press. DUARTE, Fábio Bonfim (2008). Fonte de valoração de caso ergativo e do caso absolutivo em línguas indígenas brasileiras. In Revista Lingüíʃtica UFRJ, Celso Novaes (Ed.) e Bruna Franchetto (Org.), v.4, n.2, p. 111-135. Rio de Janeiro. NEVINS, Andrew (2007). The representation of third person and its consequences for person-case effects. In Natural Language and Linguistic Theory, 25:273-313. HARBOUR, Daniel (2008). Discontinuous agreement and the syntax-morphology interface. In Phi theory: Phi-features across modules and interfaces, Ed. Daniel Harbour, David Adger, and Susana Béjar, 184-220. Oxford: Oxford University Press. HALLE, Moris (1997). Impoverishment and fission. In PF: Papers at the interface, Ed. Benjamin Bruening Yoonjung Kang, and Martha McGinnis, vol.30 of MIT working papers in linguistics, 425-450. MITWPL, MIT, Cambridge, MA. WOOLFORD, Ellen (2006). Lexical Case, Inherent Case, and Argument Structure. Linguistic Inquiry, Cambridge: MIT Press, vol 37, number 1, Winter.