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Introdução: O número de pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos vem crescendo mundialmente. A longevidade, por sua vez, tem sido acompanhada por aumento no número de casos de doenças e/ou injúrias neurológicas associadas ao... more

Introdução: O número de pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos vem crescendo mundialmente. A longevidade, por sua vez, tem sido acompanhada por aumento no número de casos de doenças e/ou injúrias neurológicas associadas ao envelhecimento, tais como as doenças de Alzheimer, de Parkinson, e outras. Dentre as possíveis causas dessas doenças, destaca-se a neuroinflamação. De fato, os níveis cerebrais de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias têm sido encontrados elevados no cérebro idoso. Sendo assim, a busca por intervenções terapêuticas e novas formas de tratamento tem se tornado de grande interesse para a sociedade. Neste caso, a prática de exercícios físicos vem sendo apontada como uma boa estratégia terapêutica anti-inflamatória, principalmente as atividades aeróbias. Apesar disso, pouco se sabe se outras modalidades de exercício físico exercem tais efeitos benéficos. Baseado nisso, o presente estudo foi designado para analisar a resposta neuroinflamatória em ratos idosos submetidos a um modelo experimental de treinamento resistido. Objetivo: Verificar a influência do treinamento resistido sobre os níveis séricos e cerebrais (córtex e hipocampo) de citocinas e quimiocinas inflamatórias em ratos com idade avançada. Material e métodos: Foram utilizados 12 ratos machos Wistar (20 meses de idade) divididos aleatoriamente em dois grupos: Treinamento resistido (RES; n=6) e controle (CTL; n=6). O grupo RES foi submetido a sete semanas de treinamento resistido em escada vertical com intensidade crescente (de 50 a 75% da carga máxima suportada). Vinte e quatro horas após a última sessão de treino, o sangue, o córtex e o hipocampo dos grupos CTL e RES foram extraídos para analisar os níveis de citocinas e quimiocinas (EGF, Eotaxina, Fractalquina, G-CSF, GM-CSF, GRO/KC/CINC, IFNy, IL-10, IL-13, IL-17, IL-18, IL-1α, IL-1β, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6, IL12p70, IP-10, Leptina, LIX, MCP-1, MIP-1α, MIP-2, RANTES, TNFα e VEGF) por meio de tecnologia Luminex™ (MAGPIX®). Resultados: Os ratos idosos do grupo RES apresentaram diminuição significativa dos níveis séricos de IL-13, IL-10 e TNFα e aumento dos níveis de IL-18 em relação aos ratos idosos do grupo CTL. No córtex cerebral, foi observada uma redução nos níveis de IL-1α e EGF nos animais idosos do grupo RES em comparação ao grupo CTL. No hipocampo, o treinamento resistido diminuiu os níveis de IP-10, MIP-2 e RANTES e aumentou os níveis de GCSF e IL12p70. Conclusão: O treinamento resistido é capaz de alterar os níveis de citocinas e quimiocinas no sangue e no cérebro de ratos idosos. Dependendo da estrutura investigada (sangue, córtex ou hipocampo), efeitos pró ou anti-inflamatórios foram notados após o treinamento. Entretanto, na grande maioria dos casos, o treinamento resistido resultou em uma resposta anti-inflamatória, principalmente na região hipocampal.