Concessões Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

A Geografia tem, nas últimas décadas, agrupado ao seu conhecimento uma série de novos temas e abandonado outros. Os estudos referentes aos transportes, muito valorizados no passado, são um exemplo dos que vêm perdendo importância. Este... more

A Geografia tem, nas últimas décadas, agrupado ao seu conhecimento uma série de novos temas e abandonado outros. Os estudos referentes aos transportes, muito valorizados no passado, são um exemplo dos que vêm perdendo importância. Este estudo pretende contribuir com a revalorização da “Geografia dos Transportes”. Nesse sentido, contextualizou-se a chegada e o desenvolvimento das ferrovias ao Brasil e as influências por elas sofridas em virtude dos ciclos econômicos mundiais, das substituições de importações e dos pactos de poder empreitados ao longo da história brasileira. Os grupos envolvidos nesses pactos optaram pelas ferrovias, no início do ferroviarismo e fizeram, após a década de 1930, a opção pelo rodoviarismo. O setor férreo entrou em estagnação e logo em decadência. O resultado foi a concessão do modo férreo, junto com outros setores, à iniciativa privada, na década de 1990, e uma série de aquisições e fusões, bem como a formação de monopólios. Um novo modelo de concessão e de investimentos em serviços públicos aqui é proposto. Vale ressaltar que no governo Lula há uma proposta de concessão e de investimentos em debate: são as Parcerias Público-Privadas (PPP). A importância da pequena produção mercantil para o desenvolvimento sulino foi também destacada. Nessa região, tanto as estradas de ferro contribuíram para a capitalização dos imigrantes, como o poder local, através deles, exigiu a passagem das ferrovias por várias localidades para a ampliação dos seus negócios. Os traçados ferroviários no Sul são mais integrados que no Sudeste, ou seja, ali há uma maior valorização do mercado interno e no Sudeste da agroexportação. Assim, afirma-se que as estradas de ferro são resultado muito mais dos fatores econômicos do que das estratégias político-militares. Em Santa Catarina, o principal motivo do desenvolvimento regional foi a ascensão da pequena produção mercantil, beneficiada pela presença das ferrovias. Nesse estado, a possível retomada do crescimento deve levar em consideração os novos projetos ferroviários, como a Ferrovia Litorânea, a Ferrovia Leste-Oeste e a reativação da Ferrovia do Contestado.