Conservação Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Esta dissertação tem por objetivo geral avaliar a viabilidade de um sistema de unidades de conservação para o Estado do Paraná em função do potencial de conservação das mesmas e do grau de sistemicidade estrutural do conjunto. A avaliação... more

Esta dissertação tem por objetivo geral avaliar a viabilidade de um sistema de unidades de conservação para o Estado do Paraná em função do potencial de conservação das mesmas e do grau de sistemicidade estrutural do conjunto. A avaliação quali-quantitativa das unidades foi realizada através de um conjunto de indicadores estruturados e qualificados de forma a contemplar a realidade da conservação no Estado em seus aspectos ecológicos, institucionais e administrativos. Os dados obtidos através dos levantamentos realizados demonstram
que até o ano de 1992 o Paraná apresentava 46 unidades de conservação estaduais e 7 federais, compreendendo 1.678.401,50 ha, dos quais as unidades federais somam 516.198,40 ha e as estaduais 1.162.203,10 ha. Tais valores, porém, não refletem a área real protegida no Estado, visto que algumas unidades apresentam área e/ou objetivos coincidentes ou superpostos. Desconsiderando-se as equivalências, a área protegida real no Estado, correspondente a 1.396.649,40 ha, ou seja, 6,94% do território paranaense, sendo 4,55% em unidades
estaduais e 2,39% em federais. Desse total, as unidades de uso indireto perfazem apenas 1,32% e as de uso direto 5,62%. Dentre as Regiões Fitoecológicas presentes no Estado a Floresta Ombrófila Mista é aquela com o maior valor absoluto em área protegida, ou seja, 613.403,91 ha, seguida pela Floresta
Ombrófila Densa com 571.816,87 ha, pela Floresta Estacional Semidecidual com 189.242,36 ha, pelo Mangue com 13.638,90 ha, pela Estepe com 8.154,36 ha e pela Savana com 393,07 ha. Tais valores equivalem percentuais respectivos de 8,23%, 38,78%, 2,34%, 24,49%, 0,28% e 0,22% da área de ocorrência original. Após as avaliações estrutural e conjuntural, devido a falta de qualidades mínimas ecologicamente significativas, foram consideradas não qualificadas a comporem um sistema estadual de unidades de conservação 18 unidades estaduais
e 1 federal. Do ponto de vista de implementação do Sistema de Unidades de Conservação para o Estado, somente 9 unidades estaduais atingiram o nível requerido para serem consideradas fundamentais, 11 atingiram o nível de complementar e 8 o de assessória. Dentre as federais, 3 foram consideradas fundamentais, 2 complementares e 1 assessória. Desta forma, pode-se considerar que até o momento, à exceção da Floresta Ombrófila Densa, as Regiões Fitoecológicas presentes no Paraná não estão satisfatoriamente representadas no conjunto de unidades de conservação. A situação de precariedade em que se encontra a conservação dos recursos naturais do Estado e, especificamente, a falta de políticas claras e esforços sustentados no estabelecimento e viabilização de unidades de conservação com um mínimo de significancia, permitiu concluir
que o estabelecimento de um manejo sistêmico das unidades de conservação, por enquanto, é inviável. Para reverter o atual quadro, serão necessárias medidas rigorosas e contínuas que impliquem a realização de estudos e levantamentos dos recursos existentes nas áreas, ações administrativas e de organização institucional, assim como um comprometimento político significativo e permanente com as necessidades conservacionistas do Estado.