Consumo Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
Esta pesquisa parte do debate acerca dos corpos gordos femininos, marcado pelo discurso normatizado socialmente, no qual a magreza é o cânone vigente. Quando um corpo não está dentro desse padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e... more
Esta pesquisa parte do debate acerca dos corpos gordos femininos, marcado pelo discurso normatizado socialmente, no qual a magreza é o cânone vigente. Quando um corpo não está dentro desse padrão, ou seja, corpo magro, tido como belo e saudável, é estigmatizado, sendo considerado feio, mau, anormal, doente, fraco e triste, e, portanto, excluído socialmente. Esta discriminação é conhecida como gordofobia, preconceito que leva à exclusão social e nega acessibilidade às pessoas gordas. Este estigma é estrutural e cultural, transmitido em muitos e diversos espaços e contextos sociais na sociedade contemporânea. O objetivo desta tese é, assim, desvendar o universo gordo na contemporaneidade, analisar como esses corpos são concebidos institucionalmente e como essas mulheres gordas se autopercebem, aceitam ou resistem à gordofobia. Para atingir esse objetivo, a autora utiliza autoetnografia, sociologia do cotidiano, estudos do consumo, feminismo e a netnografia. Como ponto de partida da pesquisa, os depoimentos de mulheres gordas em coletivos, conversas, internet, memória e vivências em primeira pessoa, como mulher gorda, direcionam as análises e a escrita através de três subtemas: o cotidiano, o consumo e os ativismos, os quais apontam que, apesar da cassação aos corpos gordos, muitas delas têm se posicionado contra a gordofobia, se organizado em coletivos, em ciberespaços e nas ruas, para mostrar que corpos gordos femininos podem superar essa recriminação, resistindo à concepção atual de único corpo possível em nossa sociedade, o magro. Construímos uma episteme diferenciada sobre os corpos gordos e propomos, a partir da resistência, um corpo político que quebre padrões e se coloque no mundo de forma criativa e alegre.