Cristianismo Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
INTRODUÇÃO A idéia básica nesta doutrina é que o Espírito Santo influenciou os autores bíblicos, de tal modo que seus escritos, quando interpretados pelo mesmo Espírito que os inspirou, possam levar o leitor deles à salvação em Cristo. 1... more
INTRODUÇÃO A idéia básica nesta doutrina é que o Espírito Santo influenciou os autores bíblicos, de tal modo que seus escritos, quando interpretados pelo mesmo Espírito que os inspirou, possam levar o leitor deles à salvação em Cristo. 1 A noção de que os escritos incluídos no cânone da igreja cristã são inspirados se tornou uma questão fundamental na teologia na época depois Reforma, quando os teólogos protestantes escolásticos, que rejeitaram a autoridade normativa concedida à tradição eclesiástica pelos católicos romanos, tiveram que defender seu uso quase exclusivo da Bíblia como a fonte da teologia. Desde então, as numerosas teorias de inspiração representam tentativas de justificar a confiança que os protestantes colocam na Bíblia como a base de suas convicções religiosas. É importante notar que um dado teólogo pode: (1) se ocupar mais com a procura dos mecanismos psicológicos pelos quais o Espírito teria influído nas mentes dos autores ou (2) se ocupar mais com o que os próprios escritos bíblicos sugerem sobre sua inspiração e quais os efeitos ou resultados que o uso das Escrituras tem tido na vida da igreja e dos indivíduos que procuram Deus nelas. No primeiro procedimento, há um certo perigo, pois na tentativa de garantir a autenticidade da Bíblia, o teólogo tenta racionalmente determinar exatamente como Deus deve ter agido para assegurar Sua revelação. Neste raciocínio dedutivo, é o próprio teólogo que define detalhadamente como o Espírito teria que agir na alma de um autor, para que seu escrito pudesse ser considerado inspirado e digno de nossa confiança. Em seguida, é afirmada que todos os autores da Bíblia e seus escritos foram inspirados assim e, consequentemente, todos são dignos de nossa confiança absoluta. Na segunda opção acima, o teólogo emprega um método mais indutivo, procurando analisar profundamente as diversas caraterísticas dos livros bíblicos, inclusive suas afirmações sobre o envolvimento do Espírito na sua redação. Com certeza, aqui o teólogo também usa sua razão, mas ao empregar o método indutivo, sua mente fica mais aberta diante do texto, mais atenta aos seus pormenores e mais submisso à diversidade rica dentro dos textos. Assim, o intérprete chega à conclusão de que as faculdades humanas foram plenamente ativas na redação destes escritos. Portanto, "A verdade descortinada foi moldada nas formas exigidas pela personalidade, treinamento e circunstâncias do órgão humano da revelação." 2 Além disso, este tipo de teólogo trata do assunto mais pragmaticamente, destacando que o importante na questão de inspiração é o efeito que a leitura do texto tem na vida do indivíduo e da comunidade. A prova definitiva da presença do Espírito na redação se encontra nas consequências que o estudo do texto produz posteriormente nas vidas de seus leitores. Portanto, o misterioso e inalcansável "mecanismo psicológico" é colocado de lado e, A Inspiração das Escrituras 1 1 Esta definição da inspiração é uma forma abrevidada da definação proporcionada pelo batista A. H. Strong,