Exile Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Resumo: Leonel Brizola, importante político trabalhista, fez parte da primeira geração de exilados pela Ditadura militar que assumiu o comando do país em 1964. Visto como um dos principais inimigos do regime autoritário, Brizola se viu... more

Resumo: Leonel Brizola, importante político trabalhista, fez parte da primeira geração de exilados pela Ditadura militar que assumiu o comando do país em 1964. Visto como um dos principais inimigos do regime autoritário, Brizola se viu forçado a permanecer exilado no exterior durante 15 anos. Nesse período, viveu principalmente em dois países: Uruguai entre 1964 e 1978 e Portugal, em 1978 e 1979. Diferente do que é previsto na legislação sobre asilo e refúgio, e do que esperavam os militares, Brizola atuou politicamente nesses dois países. Porém, os registros de sua atuação política indicam relevantes transformações quanto a repertórios de ação após cada migração vivida. Assim, enquanto existem registros de adesão à estratégias armadas no Uruguai, em Portugal, Brizola se empenhou em atuar politicamente por meio dos canais tradicionais para dar início ao ressurgimento do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Com base em uma análise histórico processual, o presente artigo visa compreender a relação dessas transformações com a metamorfose da estrutura de oportunidades políticas imposta pelo exílio. Para tanto, analisa documentos variados, dentre os quais destacamos as entrevistas com ex-exilados e políticos uruguaios que acolheram Leonel Brizola no exílio, bem como periódicos e a documentação diplomática aberta para pesquisa. Dessa forma, espera-se apresentar uma contribuição para a compreensão da trajetória de Brizola e para a compreensão do exílio enquanto um espaço político, bem como suas especificidades para os membros das elites política. Palavras-chave: exílio; Leonel Brizola; repertórios de ação. Abstract: Leonel Brizola, a prominent " trabalhista " politician, was part of the first generation of refugees exiled by the military dictatorship that took command of the country in 1964. Viewed as one of the most important enemies of the authoritarian regime, Brizola was forced to exile for 15 years. During this period, he lived in two countries: Uruguay between 1964 and 1978 and Portugal in 1978 and 1979. Unlike what is stipulated by the international legislation on asylum and refuge, and what the military expected, Brizola acted politically in these two countries. However, historical records of his political activity indicate relevant transformations in regards to repertoires of action after each one of his migrations. Hence, while there are historical sources of adherence to the armed strategies in Uruguay, Brizola committed himself to act politically through the traditional channels in Portugal, to initiate the resurgence of the Brazilian Labor Party (PTB). Based on a historical process analysis, this article aims to understand the relation of these transformations to the metamorphosis of the structure of political opportunities imposed by exile. To do so, it analyzes a variety of documents – interviews with Brazilian exiles and Uruguayan politicians who welcomed Leonel Brizola in exile, periodicals, and diplomatic documentation open for research. Thus, we hope to present a contribution to the understanding of Brizola's trajectory and to = exile as a political space, as well as its specificities for members of political elites.