Fanzines Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Os primeiros relatos sobre o fenômeno conhecido como Procissão das Almas datam de alguns séculos antes de Cristo. Os Celtas, povo que viveu em diversas regiões da Europa, já mencionavam a procissão, que na Espanha e na Irlanda é conhecida... more

Os primeiros relatos sobre o fenômeno conhecido como Procissão das Almas datam de alguns séculos antes de Cristo. Os Celtas, povo que viveu em diversas regiões da Europa, já mencionavam a procissão, que na Espanha e na Irlanda é conhecida como "Santa Companha". Também se encontram registros de um fenômeno parecido entre os povos nórdicos, chamado de "Caça Selvagem de Odin". Ainda que as versões variem bastante, normalmente o ponto em comum é que se trata de uma procissão dos mortos, ou de almas atormentadas, que se inicia à meia-noite. E quem consegue ver esses espíritos normalmente os descreve como seres encapuzados. Em muitas versões, quem conduz a procissão é uma pessoa viva, que carrega um caldeirão ou uma cruz (em algumas versões, ambos), enquanto as almas atrás dela seguram velas acesas (ou ossos com fogo na ponta). De acordo com esses relatos, a pessoa viva não se lembra de nada ao acordar na manhã seguinte, embora todas as noites seja compelida a se levantar e liderar a procissão. Já outras versões garantem que quem conduz a procissão é uma outra figura espectral FICHA DE CELEBRAÇÕES A Procissão das Almas Ó almas, que estais aí No Purgatório ardendo, Cristão, ajudai as almas Que elas estão padecendo. Almas santas de Jesus Que já fostes como nós, Pedi por nós a Jesus, Como pedimos por vós. NOME: Procissão das Almas, Procissão dos Mortos IMAGEM: (fotos espalhadas pelo fanzine) O QUE É? É uma festa religiosa para celebrar os mortos. ONDE É? Mariana, Minas Gerais-Centro histórico. PERÍODOS IMPORTANTES: Sexta Feira Santa, durante o período da Semana Santa. HISTÓRIA: Manifestação cultural pagã e popular única no Estado de MG, que ocorre na madrugada da Sexta Feira da Paixão para o Sábado de Aleluia. Na ocasião, moradores vestem túnicas brancas e saem pelas ruas históricas arrastando correntes numa procissão iluminada por velas, revivendo uma antiga lenda marianense, a ''Procissão do Miserere''. Essa procissão foi narrada , pela primeira vez, pelo escritor Waldemar Santos, em seu livro ''Lendas Marianenses'', em 1966. Abaixo a síntese transcrita do referido livro: Reza a lenda que, nessa época do ano ''os mortos saem do cemitério, em procissão, e vão até a igreja, passando por todo centro histórico''. Conta-se que, certa vez, uma mulher, muito conhecida na cidade por ficar vigiando a vida alheia, abriu a janela no momento em que passava essa procissão dos mortos em sua rua. Um dos integrantes do cortejo saiu da fila e deu-lhe uma vela acesa, que foi depositada ao lado de sua cama. No dia seguinte, quando a mulher acordou, percebeu que a vela havia se transformado em um osso. À noite, ela ouviu alguém chamando pelo seu nome e, ao atender á porta deparou-se com um esqueleto que lhe pedia este osso. A mulher tomou um grande susto, caindo morta ali mesmo. Séculos depois, a população mantém-se guardiã desta história repassando-a de geração para geração. SIGNIFICADO PARA A COMUNIDADE: Turismo e Fé.