Inclusão Escolar Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

A inclusão escolar de alunos público-alvo da Educação Especial constitui tema polêmico no âmbito educacional, em razão das múltiplas e complexas dimensões que o atravessam, alicerçadas nos contextos histórico, social, econômico, político... more

A inclusão escolar de alunos público-alvo da Educação Especial
constitui tema polêmico no âmbito educacional, em razão das
múltiplas e complexas dimensões que o atravessam, alicerçadas
nos contextos histórico, social, econômico, político e, sobretudo,
individual, os quais entrelaçados por determinações distintas engendram multíplices formas de entendimento e de ação. Em função
dessa constatação, percebemos distintos modos de lidar com a
inclusão, resultantes das infindáveis probabilidades de combinação
entre essas dimensões.
Nesse sentido, compreendemos que a inclusão não diz respeito
apenas à escola, ainda que esta se apresente como o espaço
basilar no qual esta pode se efetivar, principalmente por se tratar
do lócus inicial em que os sujeitos da Educação Especial são acolhidos
e preparados para o futuro, com todas as consequências
decorrentes deste momento essencial, mas justamente por ser a
instituição que é, a escola expressa a sociedade e com ela se identifica.
Não obstante o fato de ser a sociedade contemporânea uma
das que mais promoveu transformações no que diz respeito à
aceitação dos direitos humanos, essa constatação não implica na
afirmação de que realizou seu intento em sua plenitude, mas que
proporcionou aos cidadãos a possibilidade de refletir sobre seus
preconceitos, valores, discriminações.
É desse modo que vemos a história das pessoas público-alvo
da Educação Especial se modificar, ampliar, mover. Da invisibilidade,
silêncio e segregação surgem novos sentidos, argumentos,
possibilidades em direção a caminhos nunca trilhados, como o
âmbito universitário.
Este livro surge nesse contexto de transição de paradigmas,
com o intuito de provocar novas reflexões que permitam expandir
nossa compreensão do que pode vir a ser a vida das pessoas público-
alvo da educação especial. As pesquisas apresentadas representam
tentativas de vislumbrar outros possíveis e desenvolvidas
no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí pretendem contribuir para a construção
do conhecimento da realidade piauiense.
Esta obra está organizada em cinco partes. A primeira aborda
as concepções de professores acerca da inclusão na escola. A
segunda parte apresenta estudos acerca de educandos com deficiência
intelectual a partir da perspectiva da interação; a terceira
parte consiste em pesquisas que compreendem alunos com transtorno
do espectro autista e educandos com paralisia cerebral, cujas
necessidades foram atendidas a partir dos sistemas de comunicação
aumentativa e alternativa; a quarta parte trata da inclusão de
alunos com deficiência visual em contextos inclusivos, escolar e
universitário e, por fim, a quinta parte, apresenta pesquisa realizada
no ensino superior com alunas de graduação em Pedagogia.
Os estudos que fazem parte dessa coletânea são decorrentes
do trabalho de mestres vinculados ao Grupo de Pesquisa Núcleo de
Estudos em Educação Especial e Inclusiva – NEESPI, com exceção
do último, cuja autoria é das organizadoras do livro.
A Parte I é constituída por duas pesquisas que abordam
concepções acerca da inclusão de alunos público-alvo da educação
especial, sendo que a primeiro retrata essas concepções no ensino
fundamental e a segundo no âmbito do ensino superior:
Desse modo, no primeiro capítulo Concepções de professores
acerca da inclusão escolar de alunos com altas habilidades/superdotação nas escolas públicas de Teresina-
-PI, Marcia Raika e Silva Lima discute, a partir de sua dissertação
de mestrado, as concepções de professores acerca desse alunado,
apontando as discrepâncias existentes quanto ao conceito e a necessidade de formação continuada para atender a esse grupo.
O segundo capítulo, Concepções de professores acerca
da inclusão de alunos com deficiência na Universidade
Federal do Piauí, Lucineide Morais de Souza, apresenta resultados
relevantes quanto à inclusão de alunos na UFPI, delineando de
forma clara as concepções dos docentes acerca da inclusão e da
deficiência, as dificuldades que identificam e as possibilidades que
vislumbram em relação a esse público.
Na parte II são apresentados dois capítulos que enfocam a
importância da interação para o processo de desenvolvimento de
educandos com deficiência intelectual:
No capítulo sobre Interação social entre pares: a importância
do brincar para a inclusão escolar de criança
com síndrome de Down, Camila Siqueira Cronemberger Freitas
discute a interação entre pares, tendo como foco o brincar. A
autora apresenta o relato da pesquisa desenvolvida em 04 Centros
Municipais de Educação Infantil - CMEI’s da cidade de Teresina- PI.
Em Interação escolar e aprendizagem do aluno com
deficiência intelectual, Daniela Coutinho Escórcio de Macêdo
trata da interação entre professor e aluno com deficiência intelectual,
demonstrando a importância dessa para o desenvolvimento
e aprendizagem desses alunos. Para tal aborda a deficiência intelectual,
as concepções existentes acerca da deficiência e apoiada
na teoria histórico-cultural de Vigotsky discute a relevância da interação.
A parte III é composta por duas pesquisas que têm como
eixo a adoção da Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)
com alunos com autismo e paralisia cerebral, enfatizando a pertinência
desse recurso e técnica para promover a comunicação em
indivíduos nos quais está ausente. As pesquisas foram desenvolvidas
com professores de escolas particular e pública e os resultados
encontrados são valiosos.
O capítulo Aplicação de sistemas de comunicação na
educação infantil em crianças com transtornos do espectro
autista, de Aída Teresa dos Santos Brito apresenta pesquisa
desenvolvida em escola particular com professores de alunos com
transtorno do espectro autista. A partir da pesquisa-ação implementou
um sistema de comunicação aumentativa e alternativa
com o objetivo de favorecer o desenvolvimento da comunicação e
promover a inclusão escolar desses educandos.
No capítulo Inclusão escolar do aluno com paralisia
cerebral: o atendimento educacional especializado e o desenvolvimento
da comunicação aumentativa e alternativa,
Adriana Ferreira de Sousa investiga como se dá o processo de
comunicação dos alunos com paralisia cerebral a partir da CAA
desenvolvida no AEE. Em razão desse questionamento, a autora
apresenta discussão sobre o atendimento educacional especializado
e a comunicação aumentativa e alternativa (CAA), esta ainda
pouco utilizada no contexto educacional.
Na Parte IV são apresentados dois capítulos que enfocam o
aluno com deficiência visual no contexto escolar e no universitário.
O capítulo O movimento inclusivo no ensino superior
na perspectiva de alunos cegos em segunda graduação
(1990-2012) de Rogéria Pereira Rodrigues analisa a luta pela
inclusão a partir da perspectiva de alunos cegos que cursaram duas
graduações no período que compreende o início deste movimento
até o ano de 2012, avaliando os avanços e retrocessos que caracterizaram essas décadas.
No capítulo Desafios da convivência no espaço educacional
inclusivo: um estudo de caso etnográfico sobre
a deficiência visual de Sandra Lima de Vasconcelos Ramos, a
deficiência visual é abordada a partir da perspectiva de Vigotsky e
buscou avaliar em estudo de caso etnográfico como se caracteriza
a convivência da pessoa com deficiência visual em espaço inclusivo.
A Parte V traz pesquisa desenvolvida na Universidade Federal do Piauí pelas organizadoras deste livro.
O capítulo atuação na educação inclusiva: a visão de
formandos do curso de pedagogia da UFPI é resultante de
pesquisa realizada com alunas do Curso de Pedagogia, formandas
e orientandas das professoras com temas na área de educação
especial, e buscou investigar a visão de formandos do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí acerca da atuação futura
em escolas da rede regular de ensino que adotam a perspectiva
inclusiva. O tema é proeminente por se considerar que a inclusão
se traduz em movimento irreversível. Este capítulo foi apresentado
no VI Encontro Inter-Regional Norte, Nordeste, Centro-Oeste
sobre Formação Docente para a Educação Básica e Superior (VI
ENFORSUP), em Brasília, em 2015.
As Organizadoras