Infraestructura Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Resumen: en este artículo indago las tensiones, incertidumbres y expectativas que emergen en el espacio-tiempo indefinido que transcurre entre la concepción y materialización de un megaproyecto de carretera en el piedemonte Andino-Amazónico colombiano. Hago énfasis en la condición de suspensión como un estado inherente de la infraestructura que trastoca su sentido teleológico y configura un espacio material y afectivo en el que coexisten, en permanente estado de tensión y antagonismo, el presente, el pasado y el futuro de un territorio de frontera. El análisis presentado en el texto deriva del seguimiento etnográfico y fotográfico al proyecto mencionado por un periodo de diez años (2008-2019). A través de visitas de campo regulares, documento las transiciones temporales y materiales de la infraestructura, así como las reacciones, especulaciones y prácticas cotidianas asociadas a estas transiciones. Al describir diferentes eventos y conflictos alrededor de este proyecto de carretera, muestro cómo la noción de suspensión permite construir una narrativa diferente de las infraestructuras, que da cuenta de sus trayectorias inciertas y múltiples dimensiones. En este sentido, concluyo que la suspensión no es, como se suele concebir, un punto de congelamiento que interrumpe un movimiento lineal y cronológico, sino que constituye una condición inherente y activa de la infraestructura que revela la relación inestable y conflictiva entre los diferentes elementos que la componen. Desde una perspectiva histórica y etnográfica centrada en la materialidad, el artículo contribuye a la comprensión de la infraestructura como proceso más que como producto, así como al entendimiento de los diferentes actores humanos y no humanos que intervienen en su ciclo de construcción y descomposición.

Palabras clave: Amazonia, antropología de la infraestructura, carreteras, Colombia, materialidad, temporalidad.

Suspension: Space, Time and Politics in the Never-Ending Story of an Infrastructure Project in the Andean-Amazon region of Colombia

Abstract: In this article I examine the tensions, uncertainties and expectations that emerge in the indefinite space-time that exists between the conception and materialization of a road megaproject in the Colombian Andean-Amazonian foothills. I emphasize the condition of suspension as an inherent state of infrastructure that disrupts its teleological direction and configures a material and affective space in which the present, past and future of a frontier territory coexist in a permanent state of tension and antagonism. My analysis is the result of an ethnographic and photographic follow-up of the mentioned project for a period of ten years. Through regular field visits, I documented the temporary and material transitions of the infrastructure, as well as the reactions, speculations and daily practices associated with those transitions. In describing the events and conflicts linked to this road project, I reveal how the notion of suspension can allow us to construct a different narrative of physical infrastructures, one that accounts for their uncertain trajectories and multiple dimensions. In this sense, I conclude that suspension is not, as it is usually conceived, a freezing point that interrupts a linear and chronological movement, but that it constitutes an inherent and active condition of infrastructure that reveals the unstable and conflicting relationship between its different elements and layers. Taking a historical and anthropological perspective, the article contributes to the understanding of infrastructure as a process rather than a product, as well as of the different human and non-human actors involved in its cycle of construction and decomposition.

Keywords: Amazon, anthropology of infrastructure, Colombia, materiality, roads, temporality.

Suspensão: espaço, tempo e política na história interminável de um projeto de infraestrutura no sopé andino-amazônico colombiano

Resumo: neste artigo, indago as tensões, as incertezas e as expectativas que emergem no espaço-tempo indefinido que transcorre entre a concepção e a materialização de um megaprojeto de rodovia no sopé andino-amazônico. Enfatizo a condição de suspensão como um estado inerente da infraestrutura que altera seu sentido teleológico e configura um espaço material e afetivo no qual coexistem, em permanente estado de tensão e antagonismo, o presente, o passado e o futuro de um território de fronteira. A análise apresentada no texto deriva do seguimento etnográfico e fotográfico do projeto mencionado por um período de dez anos (2008-2019). A partir de visitas de campo regulares, documento as transições temporais e materiais da infraestrutura, bem como reações, especulações e práticas cotidianas associadas a essas transições. Ao descrever os diferentes eventos de suspensão dessa rodovia, mostro como a noção de suspensão permite construir uma narrativa diferente das infraestruturas, que evidencia suas trajetórias incertas e múltiplas dimensões. Nesse sentido, concluo que a suspensão não é, como se acostuma conceber, um ponto de congelamento que interrompe um movimento linear e cronológico, mas sim que constitui uma condição inerente e ativa da infraestrutura que revela a relação instável e conflitiva entre os diferentes elementos que a compõem. De uma perspectiva histórica e etnográfica, focada na materialidade, este artigo contribui para compreender a infraestrutura como um processo mais do que um produto, bem como para entender os diferentes atores humanos e não humanos que intervêm em seu ciclo de construção e decomposição.

Palavras-chave: Amazônia, antropologia da infraestrutura, Colômbia, materialidade, rodovias, temporalidade.