Marginality Research Papers - Academia.edu (original) (raw)
This is an ethno-historical study of a university theatre group, CITAC (Coimbra’s Academy Theatrical Initiation Circle), existent since 1956 in Coimbra, Portugal. It concerns the produced artistic objects and the relationship within the... more
This is an ethno-historical study of a university theatre group, CITAC (Coimbra’s Academy Theatrical Initiation Circle), existent since 1956 in Coimbra, Portugal. It concerns the produced artistic objects and the relationship within the surrounding community, shaped as a mode of resistance, between life and art. The significance of how a theatre group’s experience echoes in personal life, producing “thinking bodies”, it suggests that dramatic play can have repercussions in personhood and in the construction of a community’s ethos, above all, in its political dimension.
By means of micro-historical perspective, we analyze the symbolic and political construction of identity before and after the democratic revolution, April 1974, by means of creative action made by CITAC members. In each historical context, CITAC produces a sense of marginality (experimenting new theatrical forms) radicalizing the process of emancipation, creating a new logic, a possible world, able to escape censorship, or the new democracy emergent disciplinary strategy. In that sense we see it constituting itself outside the power logic. In this regard, we explore the theatrical manifestations and the socio-political events that CITAC members became involved. It is argued that emancipation, as a practice of resistance, can happen by means of marginality without center.
I made ethnography to a theatre course to draw the path of a CITAC generation, in order to better understand how dramatic play may be involved in self transformation process.
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Estudo etno-histórico de um grupo de teatro universitário, o CITAC (Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) que existe desde 1956, em Coimbra, Portugal. A investigação debruça-se sobre os objectos artísticos e a relação com a comunidade circundante, configurada enquanto modo de resistência, entre a vida e a arte. A significância de como a experiência teatral em grupo ecoa na construção da identidade pessoal, produzindo “corpos pensantes”, sugere que o jogo dramático pode ter repercussões na construção da pessoa e na produção de um ethos de grupo, acima de tudo na sua dimensão política.
Através da micro-história, leva-nos a analisar a construção política e simbólica da identidade antes e depois da revolução democrática, em Abril de 1974, a partir da acção criativa que o CITAC e os seus membros concretizaram. Em cada contexto histórico, o CITAC produz um senso de marginalidade (experimentando novas formas teatrais) que radicaliza o processo de emancipação, ao criar uma lógica própria, um mundo possível, capaz de escapar à censura, ou à estratégia disciplinadora emergente na nova democracia, constituindo-se fora da lógica do poder. Em relação a isto, exploram-se as manifestações teatrais e sociopolíticas em que os elementos do CITAC se viram envolvidos. Argumenta-se que é por via de uma marginalidade sem centro que a emancipação, enquanto prática de resistência, pode acontecer. Através da etnografia a um curso de teatro traça-se, igualmente, o trajecto de uma geração do CITAC para melhor perceber o modo como o jogo dramático pode estar envolvido na transformação do self.