Políticas De La Memoria Research Papers (original) (raw)
Judith Butler, importante filósofa contemporânea, discorre, em diversos de seus trabalhos, sobre as formas em que determinados sujeitos são categorizados e caracterizados enquanto corpos abjetos, anormais, desimportantes e, até mesmo,... more
Judith Butler, importante filósofa contemporânea, discorre, em diversos de seus trabalhos, sobre as formas em que determinados sujeitos são categorizados e caracterizados enquanto corpos abjetos, anormais, desimportantes e, até mesmo, inumanos, perdendo seu status de humanidade. Para ela, corpos LGBTQI+, negros, mulheres e refugiados, são exemplos de categorias com uma maior vulnerabilidade social, quando comparados ao homem, branco, heterossexual e cisgênero, que, de certo modo, representa, aos olhos da norma, o corpo mais importante, devendo ser resguardado. Tendo isso em mente, a autora irá nos apresentar o fato de que os sujeitos abjetos, por representarem um exterior da norma, passarão por processos de normatização e “normalização”, sofrendo as mais variadas formas de violências, diretas ou indiretas, e propagadas por meios institucionais ou não. Esse trabalho em questão não abordará as especificidades de tais violências, mas sim as possibilidades de resistência que os sujeitos possuem frente a elas, e os caminhos que podem ser traçados para fortalecer lutas que reivindiquem o status de humanidade aos corpos colocados na abjeção, em busca de direitos assegurados de modo generalizado e igualitário. Segundo a autora, que será nosso balizador teórico, uma vitória nesse sentido só será possível se todos os “corpos que (não) importam”, por questões raciais, territorialidade e de gênero e/ou sexualidade, se unirem em prol de uma mesma luta, que é a busca por um futuro “radicalmente democrático”.