Research into Freemasonry Research Papers (original) (raw)

A génese dos grandes Sistemas Maçónicos desenvolveu-se, essencialmente, no decurso do século XVIII, podendo-se considerar que a mesma se processou em três etapas distintas. Assim: -Entre o princípio do século e, os anos 40,... more

A génese dos grandes Sistemas Maçónicos desenvolveu-se, essencialmente, no decurso do século XVIII, podendo-se considerar que a mesma se processou em três etapas distintas. Assim: -Entre o princípio do século e, os anos 40, estabilizaram-se as grandes linhas da maçonaria simbólica, estruturando-se a mesma em três graus; -De 1740 a 1760, sensivelmente, assistiu-se, sobretudo em França, ao desenvolvimento do Escocismo, consistindo o mesmo no advento de uma profusão de graus complementares ao de Mestre; -Entre 1760 e o fim do século surgiram várias tentativas de ordenação lógica e, de estruturação desses altos graus em sistemas coerentes, bem como de regulamentação da sua prática através da criação de orgãos responsáveis pela sua jurisdição iniciática e administrativa, tendo resultado destes esforços o nascimento dos Grandes Ritos, tais como o Rito Francês, o Sistema Retificado e, finalmente, o REAA. Todos estes sistemas, embora partindo do mesmo substrato maçónico, organizam os seus graus de acordo com ideias distintas. O Rito Escocês Antigo e Aceito resultou do último destes processos, decorrendo o mesmo numa primeira fase em Santo Domingo, entre 1763 e 1767, por iniciativa de Etienne Morin e, de Henry Andrew Francken, que compilaram e ordenaram um conjunto de 25 altos graus, praticados à epoca em França, dando origem a um sistema denominado de Ordem do Real Segredo. A este Rito, em 25 graus, foram acrescentados, em Charleston, nos Estados Unidos da América, mais 8 graus, por Maçons Americanos e Franceses, de modo a que o sistema resultante perfizesse o numero simbólico de 33 graus. Assim, em 1801, foi constituido o primeiro Supremo Conselho do Mundo, sendo no ano seguinte difundida a "Circular aos Dois Hemisférios", por iniciativa de John Mitchell e de Frederik Dalcho, respetivamente Soberano Grande Comendador e, Lugar Tenente desta Câmara. Este documento apresentou o novo Rito como sendo constituido apenas por altos graus, deixando às Grandes Lojas a jurisdição sobre os graus simbólicos, situação esta que ainda hoje persiste, no universo Anglo-Saxónico. No entanto, este mesmo Supremo Conselho, em fevereiro de 1802, tinha já empossado o Irmão de Grasse-Tilly com uma patente que o reconhecia como Grande Inspetor-Geral (decorado com o 33º Grau) e, lhe conferia poderes de constituir, estabelecer e, inspecionar todas as Lojas, Capitulos, Conselhos e, Consistórios da "ordem real e militar da antiga e moderna Franco-Maçonaria sobre os dois Hemisférios, em conformidade com as Grandes Constituições". Depois de uma série de vissicitudes, que envolveram uma partida para Santo Domingo, a captura pelos ingleses, o emprisionamento na Jamaica e, a libertação seguida de uma breve segunda passagem por Charleston, o Irmão de Grasse-Tilly regressou a Paris, donde era originalmente proveniente, em 1804. Neste mesmo ano verificou-se, igualmente, o regresso à capital francesa de outros emigrados, tais como Germain Haquet, que traziam na bagagem o sistema em 25 graus da Ordem do Real Segredo. A situação da maçonaria francesa era, à epoca, ainda muito complexa, persistindo por sarar várias feridas decorrentes da sucessão de acontecimentos verificada nas ultimas duas décadas do século XVIII. Nos anos pré-revolucionários tinha-se assistido a uma tentativa de centralização da jurisdição da atividade maçónica, por parte do Grande Oriente de França, que não tinha sido completamente bem sucedida, persistindo ainda Oficinas a trabalhar sob os auspicios da antiga Grande Loja de França. Adormecido durante o periodo revolucionário, o Grande Oriente de França só retomou os seus trabalhos, com muita dificuldade, em 1796, sob o impulso decisivo de Röttiers de Montaleau. Este conseguiu, no decurso deste processo de revivificação da maçonaria, unificá-la numa só Obediência, através da celebração, em 1799, de uma concordata de união com o remanescente da Grande Loja de França. Esta fusão, contudo, foi despoletar uma reação das Lojas ditas "Escocesas", nas quais se praticava uma maçonaria simbólica que apenas diferia do Rito Francês em pequenos pormenores da decoração do Templo, tais como a sua cor vermelha e, a disposição dos grandes candelabros, bem como na aclamação utilizada (Huzzé em vez da tradicional aclamação francesa Vivat).