Subcultural economies. Cultural consumption and identity. Popular music scenes. Grassroots archivalism. Contemporary Ethnography. Hip Hop Studies Research Papers (original) (raw)
Esta obra surge numa encruzilhada, num encontro com a diversidade do Movimento hip hop, nos convidando a questionar a forma de interlocução com os espaços acadêmicos. São diferentes perspectivas e abordagens... more
Esta obra surge numa encruzilhada, num encontro com a diversidade do Movimento hip hop, nos convidando a questionar a forma de interlocução com os espaços acadêmicos. São diferentes perspectivas e abordagens e principalmente reflexões intelectuais deste e sobre este Movimento que já tem mais de 40 anos de caminhadas em terras amefricanas (GONZALEZ, 2020). Em cada contexto sociocultural em que se ancora, as especificidades, os problemas, os tensionamentos, as demandas e pautas de quem compõe o Movimento hip hop emergem num convite ao debate. Aqui estão as questões de Gênero, Étnico-raciais, os debates sobre as Fronteiras, o acesso (ou sua negação) aos espaços urbanos e Direito à Cidade, Patrimônio e Memória, as diversas formas de interação com as Tecnologias. Em cada um desses contextos, a interlocução ocorre a partir de toda uma problematização a partir de práticas e intervenções do Movimento hip hop.
O Movimento hip hop é um grande movimento artístico-cultural, assim como é um importante movimento intelectual que nos lança num grande debate, nos provoca a reflexão e nos coloca num processo de questionamento permanente sobre as formas como o espaço acadêmico lida com o que chamamos de conhecimento. O Movimento hip hop nos convida a sair do lugar de conforto acadêmico e nos desloca a partir da forma como estes(as) jovens elaboram seus processos de reflexão e crítica. São conhecimentos em debate.
Aqui são muitas as possibilidades de interlocução e interação, são muitas as formas de estabelecer as relações com este Movimento, tanto como integrantes desses diversos Movimentos hip hop, como a partir das relações de pesquisa e extensão que os trabalhos aqui apresentam. Em todas estas formas de interação, a relação dialógica se impõe como necessidade e estabelece as interações possíveis.
Diálogos que se intensificam no espaço acadêmico entre Antropologia, Comunicação, Relações Internacionais, História, Museologia, Política e que nos chamam atenção para a impossibilidade de conseguirmos perceber a complexidade do Movimento hip hop a partir de uma única perspectiva, muito pelo contrário, as pesquisas aqui apresentadas tornam-se possíveis a partir dessa interlocução entre diferentes áreas do conhecimento.
Trazer aqui estas reflexões acadêmicas e do Movimento hip hop é estar numa encruzilhada que nos possibilita um processo dialógico permanente. É abrir novos caminhos que nos fazem aventurar rumo a uma construção conjunta. É estarmos atentos aos questionamentos que o Movimento hip hop realiza cotidianamente a partir de suas próprias experiências, vivências na luta contra as inúmeras formas de discriminação que atravessam as experiências da juventude negra e indígena, de mulheres e homens que fazem de sua produção artístico cultural um movimento intelectual que faz com que cada um(a) desses(as) sujeitos reivindiquem a cidadania que é negada em sociedades que possuem forte herança colonial-escravocrata-patriarcal.