Tecnociência Research Papers - Academia.edu (original) (raw)

Com o passar do tempo, o ser humano passou a utilizar mais a racionalidade para compreender a si mesmo e ao universo, deixando de lado, pouco a pouco, as grandes narrativas míticas da antiguidade. Entretanto, a contrapelo da difusão dos... more

Com o passar do tempo, o ser humano passou a utilizar mais a racionalidade para compreender a si mesmo e ao universo, deixando de lado, pouco a pouco, as grandes narrativas míticas da antiguidade. Entretanto, a contrapelo da difusão dos pensamentos puramente racionalistas, no mundo contemporâneo, mesmo com a dominação majoritariamente do sistema capitalista e da tecnociência, tem-se observado que a dimensão imaginária mítica permanece viva e pulsante no Inconsciente Coletivo. Nessa perspectiva, observa-se os fabulosos espólios greco-romanos enraizados no conjunto de hábitos sociais, artísticos, religiosos e em diversas manifestações intelectuais na sociedade ocidental. Isto posto, em meio à uma sociedade reificada, digitalizada, imersa na fluidez das informações e em constante transformação, este trabalho busca iluminar o debate a respeito dos estudos do imaginário coletivo, apresentando as trajetórias míticas de Tântalo (BRANDÃO, 1987a; CHEVALIER e GHEERBRANT, 2020; JUNG e KERÉNYI, 2011; FRANCHINI, 2012; GRAVES, 2018), Procusto (BRANDÃO, 1987b; FRANCHINI e SEGANFREDO, 2013) e Sísifo (BRANDÃO, 1987a; CAMUS, 2020), que ganham contornos sociais em paralelo com o mundo pós-moderno, a fim de evidenciar e problematizar a vivência da utopia digital que instiga a redução da complexidade do espírito humano por meio da revolução dos smartphones.