Turma da Mônica Research Papers (original) (raw)

A segunda década do século XXI tem acompanhado um binarismo envolvendo os direitos humanos, dentre os quais os direitos culturais. No Brasil, os casos mais recentes da expressão dessa polarização foram o cancelamento da exposição Queer... more

A segunda década do século XXI tem acompanhado um binarismo envolvendo os direitos humanos, dentre os quais os direitos culturais. No Brasil, os casos mais recentes da expressão dessa polarização foram o cancelamento da exposição Queer Museu, realizada no Santander Cultural em Porto Alegre, e as manifestações contra a palestra da filósofa americana Judith Butler no SESC Pompéia em São Paulo. Nesta, manifestantes empunhavam cartazes com os dizeres "Queimem a bruxa", "Menino nasce menino #XoJudith", "Mais príncipes e princesas, menos bruxa", "Não à ideologia de gênero", "Meus filhos, minhas regras". motivo expresso pelos manifestantes que queimaram um boneco com o rosto de Butler em roupas de bruxa é que que ela seria uma das criadoras do que eles batizaram de "ideologia de gênero". (MARTINELLI, 2017). Por outro lado, há uma série de movimentos sociais, no Brasil e no exterior, que trabalham no sentido da promoção dos direitos humanos e, por extensão, dos culturais. No âmbito da identidade de gênero, por exemplo, temos as Paradas Gays, sendo a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, a maior manifestação da identidade queer do mundo (BUTTERMAN, 2012). Os quadrinhos, mídia que será analisada neste artigo, por sua vez possuem uma categoria no prêmio da GLAAD (Gay and Lesbian Alliance Against Diffamation) 1 , que destaca pessoas, obras e movimentos dos meios de comunicação que defendem as causas queer para suas audiências e para a posteridade. Nesta comunicação, tomo partido por um dos pólos dessa discussão, a saber, o da consolidação e ampliação dos direitos culturais, em particular no caso da promoção da diversidade cultural calcada na compreensão da dignidade humana de minorias sexuais ou de gênero.