Cartas Capitais – CartaCapital (original) (raw)

Anistia e ecos de Preussenschlag
Definitivamente, não cabe ao Poder Legislativo cassar as decisões judiciais, muito menos da mais alta Corte do nosso país, o STF. Trata-se de mais um casuísmo e desespero eleitoral, visto que forças ligadas ao bolsonarismo querem agradar aos seus eleitores com promessas vãs. Essa anistia é simplesmente inconstitucional e fatalmente cairá, caso prossiga na Câmara e no Senado. Pelo visto os presidentes das duas Casas não pretendem colocá-la em pauta. Até recentemente, o PT propôs diminuir as penas dos condenados da depredação do dia 8 de janeiro de 2023, o que significa uma infâmia. Todos esses crimes, como organização criminosa armada, abolição violenta do Estado, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado em que Bolsonaro e os outros 33 acusados respondem são um simulacro do que Hitler e seus asseclas fizeram na Alemanha nazista. Não adianta chorar, os réus terão de responder pelos seus crimes, pois a democracia brasileira sobreviveu a Bolsonaro e a esses atentados e sobreviverá após a punição de todos eles. Não se pode transigir, sob pena de revivermos outras tentativas de golpes. O Brasil precisa de paz para resolver os seus problemas estruturais de desigualdade e enfrentar as questões econômicas e sociais atuais.
Paulo Sérgio Cordeiro Santos

Além do filho, vadio como o pai, que passeia à nossa custa nos EUA, deputados golpistas agora pedem anistia. Como a burrice aliada à desonestidade é seu modus operandi, rasgam a Constituição ao propor a fraude legal de uma anistia antes mesmo de qualquer julgamento. E, ao fazer isso, admitem suas próprias culpas. Não querem perdão apenas para quem quebrou, incendiou e tentou matar policiais no 8 de Janeiro. Temendo o avanço das investigações e possíveis prisões, buscam se salvar e, de quebra, manter solto o “mito”.
João Bosco Egas Carlucho

No bastião lulista
Com certeza, influência das mídias e das igrejas infectando este país. Não é um governo perfeito, mas continua melhor do que o de Bolsonaro.
Vânia Garcia

O maior problema da esquerda é ter perdido a capacidade de dialogar com as massas, se é que um dia fez isso com excelência. A direita pode até não se importar com o trabalhador, mas finge que se importa. Sabe dialogar com as massas, se aproximar do pobre e do periférico. São contra a escala 6 x 1, contra a isenção da cesta básica, contra a estruturação da Conab, contra a valorização das instituições públicas, contra a taxação de grandes fortunas. Mas culpam outros pela alta de preços, pela desigualdade, pela pobreza. Sabem usar as redes sociais como ninguém – inflam números, distorcem fatos, criam narrativas. A verdade é que a percepção viaja mais rápido que os fatos. Lula e os partidos de esquerda precisam parar de dar palco à direita. Precisam comunicar-se melhor, mostrar o que fazem em prol do trabalhador. Se o Congresso barrar, tudo bem, mas é preciso mostrar que tentam. Mostrar que se importam. Não podem negligenciar a proximidade que a direita conquistou com as massas. Ou vão acordar tarde demais, enfrentando as consequências de mais uma derrota narrativa.
Jéssica Gomes